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Fotografia: Cláudio Ivan Fernandes
Publicado a: 31/01/2023

Samba da quebrada.

Marcelo D2 e Bamba Social: Brasil do passado, do presente e com futuro

Fotografia: Cláudio Ivan Fernandes
Publicado a: 31/01/2023

Nos últimos anos, Marcelo D2 tem estado em evidência não só pelos lançamentos mais recentes na música, mas também por combater o bolsonarismo e expor a barbárie que assola o Brasil (há um bom tempo, aliás). Em seu retorno à Portugal, o cantor traz o samba como mais uma ferramenta de reconstrução do país latino. Mais que um espetáculo de “aquecimento para o Carnaval”, o show apresentado por D2 e Bamba Social no Casino Estoril na última sexta (27 de janeiro) trouxe de volta os ares de um Brasil possível.

Com uma formação composta por vários músicos luso-brasileiros sediados na cidade do Porto, a Orquestra Bamba Social (que neste caso perde o primeiro nome por ser no formato diferente do habitual — roda de samba) tem feito carreira a recriar os clássicos do cancioneiro brasileiro sob uma perspectiva mais global.

Ao longo do concerto, Marcelo apresentou clássicos da própria carreira e de artistas como Zeca Pagodinho e Bezerra da Silva. Este último, inclusive, inspira o quinto álbum de estúdio da carreira solo, Marcelo D2 – Canta Bezerra da Silva, lançado cinco anos após a morte do sambista. Assim, o combo “Malandragem Dá Um Tempo” + “A Semente” + “A Fumaça Já Subiu Pra Cuca” não poderia soar melhor do que na voz dele, que sempre defendeu a descriminalização da maconha.

O espetáculo pode ser tido como uma grande homenagem à música brasileira e, ao mesmo tempo, uma nova abordagem que une clássicos com o hip-hop, o jazz e o funk. O público, tão à vontade quanto o MC, transformou o Casino numa grande roda de samba carioca e nem sequer o deixava cantar sozinho, especialmente em “Desabafo / Deixa Eu Dizer” e “A Maldição do Samba”.

A parceria com o Bamba Social explora um novo formato, trazendo o espírito das rodas de samba que acontecem em bailes que servem de antecipação para o Carnaval. As parcerias entre o grupo e o cantor começaram em 2018, quando estiveram juntos numa outra das suas vindas a Portugal, e decorreram em contextos tanto de palco como de estúdio. Essa experiência nos trouxe o single “Cadê Cascais?”, que compõe o álbum de estreia do grupo portuense, Na Fé.

Definitivamente, o carnaval começou e Marcelo D2 é o que podemos chamar de rapper convertido em sambista em busca do batuque perfeito.


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