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Texto: Vítor Rua
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 11/07/2025

Ferramentas que aproximam o humano da máquina.

Manual Instrumental Electrónico: o sintetizador, o sampler, o gira-discos e o loop na revolução sonora dos séculos XX e XXI

Texto: Vítor Rua
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 11/07/2025

[O Sintetizador: esculpir o invisível e dar forma ao som]

I. O Nascimento da Máquina Sonora

Tudo começou com um fantasma. Ou melhor, com um instrumento invisível, tocado sem ser tocado, como que por bruxaria. Em 1917, o físico russo Lev Termen — mais conhecido no Ocidente por Léon Theremin — inventava o theremin: uma caixa de madeira com duas antenas que reagia à proximidade das mãos, produzindo sons etéreos, oscilantes, misteriosos. O theremin não precisava de teclas, cordas ou sopros: bastava o corpo. Era um instrumento novo, radical, com um som que parecia vir do espaço. Um som sem passado. Um som do futuro.

Na década seguinte, na Alemanha, Friedrich Trautwein construía o Trautonium, um instrumento baseado num fio condutor e resistências variáveis, que permitia controlo expressivo em tempo real. Paul Hindemith foi dos primeiros a compor para ele, demonstrando que a música electrónica podia ter alma e estrutura.

Entretanto, em França, em 1928, Maurice Martenot criava as Ondes Martenot. O seu funcionamento era semelhante ao do theremin, mas com um teclado e um anel controlado pelo dedo do músico, conferindo-lhe uma expressividade lírica única. Messiaen, profundamente tocado pelas suas qualidades tímbricas, integrou-o em várias das suas obras sacras e orquestrais.

Mas o verdadeiro salto aconteceu nos anos 1960, quando um engenheiro norte-americano — Robert Moog — levou a electrónica modular para os estúdios e, finalmente, para os palcos. O sintetizador modular Moog, inicialmente vendido como um conjunto de módulos que podiam ser combinados à vontade, oferecia uma paleta sonora praticamente ilimitada. O som podia ser desenhado: ondas, filtros, envelopes, modulações — tudo era manipulável. O músico tornava-se também engenheiro do som, escultor do invisível.

II. Inventores e Revolucionários do Som

Lev Termen não era músico — era físico. Tal como Robert Moog. O que estes homens tinham em comum era uma visão: a de que o som podia ser libertado da matéria. As vibrações não tinham de vir de cordas, peles ou colunas de ar. Podiam ser geradas por impulsos eléctricos, moldadas por circuitos, e depois amplificadas para o mundo.

Robert Moog iniciou a sua carreira vendendo kits de theremin por correspondência. Mas cedo percebeu que os músicos precisavam de instrumentos mais versáteis. Em colaboração com o compositor Herb Deutsch, criou o primeiro sintetizador modular comercial. O instrumento era complexo, mas sedutor. Não havia sons predefinidos: o músico tinha de inventar tudo. E essa liberdade era, para muitos, irresistível.

Outros inventores seguiram-lhe os passos: Don Buchla, nos EUA, que privilegiava uma abordagem mais experimental e desligada do teclado tradicional; Tom Oberheim; Alan R. Pearlman, criador do ARP Odyssey; Dave Smith, pioneiro da síntese polifónica com os seus Prophet. Cada um deles expandiu o conceito de sintetizador e o aproximou dos músicos de carne e osso.

III. Sintetizadores no Mundo: do Experimental ao Pop

Nos domínios da música contemporânea, nomes como Karlheinz Stockhausen ou Iannis Xenakis usaram sintetizadores para construir universos sónicos inexplorados. Morton Subotnick compôs “Silver Apples of the Moon” (1967) exclusivamente em sintetizador Buchla, sem recorrer a quaisquer instrumentos acústicos. Foi uma das primeiras obras electrónicas encomendadas por uma editora discográfica comercial.

No jazz, Sun Ra foi um dos primeiros a incorporar sintetizadores nos seus concertos, empunhando o Minimoog como uma extensão do cosmos que tanto evocava. A sua Arkestra misturava espiritualidade afro-futurista com electrónica primitiva, décadas antes de isso se tornar moda.

No rock, Keith Emerson (de Emerson, Lake & Palmer) usava o seu Moog como uma extensão dramática do seu virtuosismo. Brian Eno, após deixar os Roxy Music, mergulhou nos sintetizadores para desenvolver uma estética ambiental minimalista. Os Kraftwerk, na Alemanha, apagaram a fronteira entre humano e máquina, tornando o sintetizador o centro da sua identidade sonora. Gary Numan, Depeche Mode, Jean-Michel Jarre — todos ajudaram a empurrar o instrumento para o coração da cultura pop.

Num passado recente, artistas como Aphex Twin, Daft Punk, Arca, SOPHIE, Oneohtrix Point Never ou Grimes continuaram a reinventar o papel do sintetizador. No hip hop, no hyperpop, na electrónica experimental ou no cinema, o som sintético tornou-se a nova natureza.

IV. Ecos Electrónicos em Portugal

Em Portugal, os primeiros a abraçar o sintetizador foram, como sempre, os mais ousados. Miguel Graça Moura, com o seu grupo Smoog, fez história ao utilizar o Moog como protagonista. Jorge Lima Barreto, com o ARP Odyssey nos Anar Band, trouxe à improvisação livre a electrónica rebelde. José Cid, no icónico disco 10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte, fundiu rock progressivo e ficção científica com sintetizadores viajantes.

No Porto, Luís Ruvina foi uma figura discreta mas fundamental, explorando as possibilidades electrónicas muito antes de isso ser prática comum nos meios experimentais nacionais. Mais tarde, músicos como Tó Neto, Rafael Toral ou Nuno Canavarro continuariam essa exploração, cada um à sua maneira: do ruído ao silêncio, da harmonia ao glitch.

Hoje, jovens músicos portugueses recorrem a sintetizadores analógicos e digitais como ferramentas naturais. Estão em estúdios, computadores, palcos e quartos. São brinquedos, armas, diários íntimos. A revolução passou — e deixou sementes.



[O Sampler: capturar o mundo e reconstruí-lo em som]

I. Origens: do gravador ao instrumento

O sampler nasceu do desejo de interromper o tempo. Mais do que um instrumento, foi inicialmente uma ideia: a de que um som gravado poderia ser recortado, reorganizado, repetido e tornado outro. Essa ideia surgiu nos estúdios da música concreta nos anos 1940, quando Pierre Schaeffer começou a manipular fitas magnéticas em Paris. Os sons gravados — comboios, vozes, sinos — deixavam de ser documentos sonoros e tornavam-se matéria musical.

Nos anos 1970, o avanço da tecnologia permitiu o nascimento dos primeiros samplers electrónicos. O Fairlight CMI, nascido na Austrália, foi um dos primeiros instrumentos digitais a permitir a gravação e reprodução de sons de forma controlada. Muito caro, permaneceu nas mãos de músicos como Peter Gabriel, Kate Bush, Frank Zappa ou Herbie Hancock. Com ele, era possível tocar uma nota de piano gravada… e esticá-la, afiná-la, subvertê-la.

Foi com o Akai S900 e, mais tarde, com o mítico MPC60, desenvolvido por Roger Linn, que o sampler se democratizou. O hip hop abraçou-o como ferramenta essencial: cortar e colar batidas de discos antigos tornou-se arte, resistência e reinvenção. O sampler passou a ser uma máquina do tempo — e também de memória.

II. Inventores e arquitectos da colagem

O sampler não teve um único inventor, mas sim uma série de engenheiros e músicos visionários. Peter Vogel e Kim Ryrie criaram o Fairlight CMI, com uma interface revolucionária que permitia desenhar envelopes sonoros num ecrã gráfico. Roger Linn, criador da LM-1 Drum Computer (usada por Prince), aliou-se à Akai para desenvolver o MPC, um instrumento intuitivo, táctil, poderoso.

Mais do que os inventores, foram os músicos que o transformaram. Carl Stone, nos Estados Unidos, começou a usar computadores Macintosh nos anos 1980 para manipular e repetir amostras sonoras de forma microscópica e poética. As suas peças — como “Shing Kee” ou “Dong Il Jang” — tornaram-se esculturas auditivas, onde a repetição gerava um estado de transe e transformação.

Stone mostrou que o sampler não precisava de groove: podia ser introspectivo, contemplativo, minimalista. A amostra não era apenas um excerto: era um portal.

III. Sampler no mundo: do hip hop ao minimalismo

A música popular dos anos 1980 e 90 está repleta de samplers: dos Beastie Boys aos Public Enemy, dos Massive Attack aos Portishead. Artistas como Björk ou Moby usaram amostras vocais antigas para criar mundos novos. Steve Reich, embora sem samplers no início, antecipou a estética com as suas experiências com gravações repetidas. Mais tarde, músicos como Jan Jelinek, Matmos ou The Books levaram o sampling para terrenos entre o experimentalismo e a canção pop desconstruída.

Na electrónica de dança, nomes como The Chemical Brothers, Daft Punk ou The Avalanches construíram paisagens caleidoscópicas com samplers. A ideia de que tudo pode ser música — uma frase falada, uma batida de porta, um acorde de um disco dos anos 50 — tornou-se o novo paradigma da criação.

IV. Portugal: recortar, colar, inventar

Em Portugal, o sampler encontrou abrigo em várias margens. O duo Telectu foi pioneiro no uso de samplers digitais e analógicos, sempre em busca de uma linguagem que unisse o experimentalismo, a improvisação e a reflexão sobre o som como fenómeno.

Nuno Rebelo, músico versátil e atento ao momento, usou o sampler em projectos performativos e intermedia, muitas vezes em tempo real, onde o gesto e o som gravado coexistiam num espaço de escuta colectiva e imprevisível.

Mais recentemente, o contrabaixista Carlos Bica reimaginou Beethoven com a ajuda da electrónica, integrando o sampler em texturas elegantes e conceptuais. A cantora Maria João, sempre inovadora, tem incorporado samplers vocais e ambientes manipulados digitalmente nos seus concertos e gravações.

No domínio da pop, META_ surge como figura de destaque, utilizando o sampler para construir atmosferas futuristas e densas, em fusão com a voz, a electrónica e a palavra. Outros projectos emergentes — da electrónica abstracta ao trap melódico — usam o sampler como se sempre tivesse existido.

O sampler tornou-se invisível. Está presente em tudo, mesmo quando não o sabemos. E talvez por isso continue a ser tão poderoso: porque transforma o som em memória e a memória em criação.



[O Gira-Discos: do vinil ao palco, da repetição à invenção]

I. História em rotação: o disco como instrumento

Durante décadas, o gira-discos foi apenas um meio de reprodução. Um objecto de sala de estar, de estúdio de rádio, de loja de música. Mas, a certa altura, alguém decidiu que o som ali contido não precisava de seguir a ordem prevista. Que podia ser interrompido, repetido, acelerado, invertido. Foi assim que o gira-discos, ou turntable, passou de leitor a instrumento.

Nos anos 1970, nos bairros de Nova Iorque, DJs como Kool Herc, Grandmaster Flash e Afrika Bambaataa começaram a usar dois gira-discos para estender os trechos mais dançáveis dos discos. Com dois exemplares do mesmo vinil, conseguiam repetir secções, criando loops rítmicos e contínuos para manter a dança viva. Foi o nascimento do breakbeat e do hip hop.

O scratch surgiu logo depois: passar a agulha sobre o disco de forma rítmica, criando um som cortante, percussivo, novo. O gira-discos deixava de ser apenas reprodução: tornava-se performance. Nascia o turntablism — a arte de tocar gira-discos como quem toca bateria ou guitarra.

II. Reinvenção do suporte: artistas e visões

Com o tempo, o gira-discos ganhou o respeito de músicos e artistas sonoros. O suíço-norte-americano Christian Marclay foi uma figura decisiva nesta transformação. A partir dos anos 1980, começou a usar gira-discos em contextos de arte contemporânea, colando pedaços de vinis diferentes, alterando fisicamente os discos, tocando-os de formas pouco ortodoxas. As suas performances misturavam dadaísmo, punk e improvisação livre, abrindo o campo para o uso do vinil como material plástico e sonoro.

Outros seguiram caminhos semelhantes: Otomo Yoshihide, no Japão, trouxe o gira-discos para o free jazz e a noise music; Philip Jeck, no Reino Unido, criou paisagens melancólicas a partir de vinis antigos e gira-discos com velocidade alterada; Maria Chavez, artista peruano-americana, explora a instabilidade da agulha como elemento expressivo, transformando erros em estética.

Nos clubes, o gira-discos manteve a sua vitalidade. Artistas como Jeff Mills, Carl Cox ou DJ Qbert desenvolveram técnicas virtuosísticas que transformaram a mesa de mistura em instrumento de precisão. A cultura do vinil continuou viva mesmo com o avanço do digital, graças à sua fisicalidade e riqueza sonora.

III. Em Portugal: discos em movimento

Em Portugal, a exploração artística do gira-discos passou muitas vezes pelas margens. Candy Diaz destacou-se como artista sonora e DJ com uma abordagem que mistura performance, colagem e exploração conceptual do vinil. As suas actuações desafiam a função tradicional do gira-discos, misturando o estético com o político, o festivo com o reflexivo.

Tiago Miranda, figura central da cena clubbing lisboeta, é conhecido pelas suas longas noites no Lux Frágil. Mais do que passar música, Tiago constrói narrativas musicais em vinil, revelando um conhecimento profundo da história da música de dança e uma sensibilidade única na gestão do tempo sonoro. O seu trabalho mantém viva a tradição do DJ como contador de histórias.

Paralelamente, artistas sonoros e improvisadores têm usado gira-discos modificados, antigos ou danificados para gerar texturas inesperadas. O gira-discos tornou-se uma ferramenta criativa em contextos de arte contemporânea, instalações sonoras e improvisação electroacústica, revelando a sua versatilidade para lá da pista de dança.

Hoje, num mundo digital, o gira-discos resiste. Continua a girar — como objecto de culto, como ferramenta de experimentação, como símbolo da música enquanto matéria. Num gesto circular, o som regressa ao seu ponto de origem, transformado.



[O Loop: a arte da repetição e da persistência sonora]

I. Repetição com intenção: o nascimento do loop

O loop é, à superfície, um gesto simples: repetir. Mas na música, a repetição assume poder. Desde os mantras do Oriente aos refrães do rock, repetir é afirmar. Enquanto técnica musical, o loop nasceu com a fita magnética. Já nos anos 1940–50, compositores da música concreta como Pierre Schaeffer faziam laços de fita gravada, criando padrões repetitivos infinitos. Steve Reich, nos anos 1960, levou isso mais longe com as suas tape loops em obras como “Come Out”, onde a repetição gera deslocações subtis e ilusões auditivas.

À medida que a tecnologia evoluiu, também o fez o loop: nas décadas de 1980 e 90, pedaleiras dedicadas permitiram que músicos ao vivo gravassem e reproduzissem camadas sonoras em tempo real — fazendo da repetição não só um recurso estético, mas também performance e improvisação.

II. O loop como estética: músicos e abordagens

Na música minimalista, Steve Reich e Terry Riley construíram obras hipnóticas a partir da repetição. No ambient, Brian Eno usou longos loops para criar atmosferas suspensas. Na electrónica, loops rítmicos tornaram-se a base da house, techno e drum’n’bass.

Mais recentemente, artistas como Jan Jelinek, William Basinski (com os seus Disintegration Loops) e Fennesz mostraram que o loop pode ser poético, melancólico e texturado. Na pop contemporânea, Ed Sheeran e Imogen Heap gravam camadas de voz, ritmo e harmonia com pedaleiras, criando canções a partir de nada.

O loop permite ao músico tornar-se orquestra: cada camada é uma voz, e a repetição abre espaço à escuta profunda — transformando o som numa escultura em tempo real.

III. Em Portugal: repetição criativa e identidade sonora

Em Portugal, o uso do loop como ferramenta criativa tornou-se cada vez mais presente, especialmente entre músicos que exploram territórios entre a canção, a electrónica e a performance ao vivo.

Noiserv é um dos casos mais emblemáticos. O músico constrói as suas canções ao vivo, camada a camada, recorrendo a piano, guitarra, voz, percussão e dispositivos de loop. O resultado são paisagens sonoras emotivas e envolventes, com um forte impacto junto do público.

Ana Luana Caiano, a partir de Lisboa, tem-se afirmado como uma one-woman band que funde elementos tradicionais com electrónica. Utiliza teclados, voz, percussão e uma loop station para criar composições rítmicas e densas, que se desenvolvem em tempo real, cruzando raízes populares com estética contemporânea.

Ana Ferreira, cantora baseada no Porto, recorre ao uso do loop em actuações intimistas, criando harmonias vocais ao vivo e construindo atmosferas sonoras envolventes através da sobreposição da sua própria voz.

META_, projecto de Mariana Bragada, combina o uso da voz, do adufe, da guitarra eléctrica e de loop stations para criar composições onde a ancestralidade e a electrónica se encontram. As suas performances ao vivo revelam uma abordagem singular, profundamente enraizada na experimentação e na construção instantânea de camadas sonoras.

O loop, em Portugal, tornou-se não apenas uma técnica, mas uma linguagem estética adotada por uma nova geração de músicos que vê na repetição uma forma de escavação emocional e poética do som.

Hoje, com ferramentas como Ableton Live, Loopy ou BOSS RC-505, o loop está ao alcance de qualquer criador, tornando-se simultaneamente ponto de partida e horizonte — um gesto simples que contém a possibilidade do infinito.



[Epílogo: Máquinas que Falam, Fragmentos que Cantam]

Este ensaio percorreu quatro instrumentos fundamentais da tecnologia musical electrónica: o sintetizador, o sampler, o gira-discos e o loop. Mais do que máquinas, cada um deles revelou-se como uma extensão do corpo, da memória e da imaginação.

O sintetizador deu voz ao inaudito, permitindo ao músico moldar o som a partir do silêncio. Com ele, surgiram novos timbres, novas emoções, novas paisagens interiores.

O sampler ensinou-nos a escutar o passado com ouvidos do presente. Ao capturar fragmentos da realidade — sejam vozes, ruídos ou melodias — transformou a citação em reinvenção.

O gira-discos, que nasceu para repetir o que já existia, foi subvertido por DJs e artistas sonoros que descobriram na sua manipulação uma nova forma de tocar o tempo. Riscando, arrastando, recombinando — o disco girou para a frente da história.

O loop revelou-se como o motor invisível da persistência sonora. Na repetição, encontrou-se a construção. No regresso constante, o desvio subtil. Uma forma de dizer mais com menos, e de transformar o instante em permanência.

Cada um destes instrumentos representa uma atitude criativa perante o som: inventar, recolher, manipular, repetir. E em todos eles há uma ideia comum — a de que a música não é apenas o que se ouve, mas aquilo que se constrói, se recorta e se reinventa com as ferramentas que temos à mão.

Numa época em que todos temos acesso a dispositivos electrónicos, computadores e gravações, a criação musical tornou-se uma prática aberta, democrática e profundamente pessoal. Os instrumentos analisados neste manual são, hoje, portas de entrada para novas formas de composição, performance e escuta.

A tecnologia já não separa o humano da máquina. Pelo contrário: aproxima-os. E é nesse ponto de contacto — entre o gesto e o circuito, entre o som e o silêncio — que a música electrónica continua a nascer.


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