É por entre as águas do hip hop e da electrónica que navegam os Maison Vërt, a dupla minhota formada por Frank Lucas e Birou (fka B Quest), que lançaram o primeiro disco, 7,83Hz, na passada sexta-feira, 2 de Fevereiro. Amanhã, dia 7, apresentam o álbum no Musicbox, em Lisboa. A primeira parte é assegurada pelos 10/16 e os bilhetes estão à venda por 10€.
O trabalho de estreia dos Maison Vërt é uma homenagem ao planeta Terra e à natureza. A dupla apresentara-se no ano passado com os singles “Mais Um” e “Não Sei” (com INÊS APENAS), e agora existe um disco completo de 10 faixas para dissecar. De forma a antecipar o concerto de apresentação em Lisboa, o Rimas e Batidas colocou algumas questões a Frank Lucas e Birou.
Como é que se conheceram e começaram a trabalhar juntos?
Conhecemo-nos por intermédio do Cálculo e demo-nos logo bem. Começámos por fazer músicas em conjunto — que para já ainda estão na gaveta — e mais tarde surgiu um convite para apresentarmos juntos um concerto, no Festival Fenda, em Braga. O objectivo seria cruzar os nossos repertórios mas, na altura, tivemos a ideia de apresentar algo extra, um concerto feito de raiz com músicas originais. Com o impacto que essa noite reflectiu em nós, e também devido ao convite da Cosmic Burger, decidimos continuar a explorar este nosso estímulo criativo.
Como é que pensaram nesta ode ao planeta Terra para o vosso primeiro disco? Como desenvolveram e exploraram o conceito?
Chegámos à conclusão de que no nosso dia a dia, independentemente da nossa música, temos uma relação muito forte com a natureza e queremos transmitir isso a quem nos ouve. O nome acaba por nascer do primeiro local onde tocámos, o Maison 826. Para esse espectáculo levámos uma planta pois sentimos que, de certa forma, representava as nossas influências, a nossa sonoridade e o local para onde ela nos transporta. A partir daí nasce a “segunda parte” do nosso nome: Vërt. É uma maneira estilizada de escrevermos a palavra “vert” — ou seja, verde — que nos remete imediatamente para o conceito de natureza. Fun fact: nessa noite fomos vestidos de verde. 7,83Hz é apenas o culminar deste processo criativo, escolhemos a ressonância de Schummann para dar o nome ao nosso disco precisamente pelo significado que ela tem — é o batimento cardíaco da Terra.
Em termos musicais, como funcionou o vosso processo criativo?
Apoiámo-nos bastante nas ideias um do outro. Por norma estamos juntos, tanto no processo de produção como na escrita das letras e gravação de vozes, gostamos de ir partilhando os nossos pontos de vista. Por volta da altura de preparação para o Fenda, devido a esse desprendimento daquilo que já tínhamos feito a nível individual, estávamos abertos à experimentação e a desenvolver ideias fora da nossa zona de conforto. Nesse sentido, acabámos por consumir muita música nesse período, dos mais variados géneros, o que nos serviu de inspiração e gatilho para aquilo que viria a ser este disco. Um conjunto de ideias que nasce de uma inspiração comum, mas que acabam por tomar abordagens independentes entre si, tornando cada música singular e um reflexo da nossa experimentação.
Em palco vão actuar os dois? Ou haverá uma formação maior para o concerto?
Para já estamos confortáveis com este nosso formato, apenas os dois em palco. Poderá ocasionalmente surgir uma alteração ou outra, mas somos essencialmente nós.