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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 07/03/2024

Histórias inéditas num rigoroso documento prestes a aterrar nas bancas.

Luís de Freitas Branco fala sobre o papel da música no derrube da ditadura no livro A Revolução antes da Revolução

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 07/03/2024

Está quase a chegar o livro A Revolução antes da Revolução, que aborda a importância da música no derrubar da ditadura a 25 de Abril de 1974. A obra selada pela Livros Zigurate fica disponível para venda nas livrarias a 14 de Março e, no dia antes, é apresentada no Âmbito Cultural do El Corte Inglês (Lisboa) pelas 18h30, num evento que conta com a participação do próprio autor Luís de Freitas Branco e também do director da Antena 1, Nuno Galopim, e o musicólogo Rui Vieira Nery.

Antes da Revolução propriamente dita, a música popular portuguesa servia como principal catalisador para uma urgente mudança no regime ditatorial que tinha o país nas mãos. O livro aponta mesmo 1971 como sendo o ano decisivo de um “golpe musical”, tendo como protagonistas artistas como José Mário Branco, Sérgio Godinho, Amália Rodrigues, Duo Ouro Negro e, claro, José Afonso, que antes do virar da página para 1972 brindou ao povo com Cantigas do Maio, LP que integra a canção que se viria a tornar senha para a Revolução dos Cravos, “Grândola, Vila Morena”.

Neste trabalho de investigação de Luís de Freitas Branco de 300 páginas, faz-se um levantamento rigoroso, exaustivo e até surpreendente da forma como a música popular portuguesa fomentou a alteração no plano cultural, social e político que desencadeou o dia que mudou o rumo de Portugal há meio século atrás. Para chegar a este resultado, o autor consultou cerca de mil jornais e revistas e entrevistou 45 personalidades das mais diferentes áreas da música nacional, como Sérgio Godinho, Manuel Alegre, José Cid, Fernando Tordo, Bonga e Rão Kyao, bem como os familiares de José Mário Branco, Duo Ouro Negro ou Carlos Paredes.

Numa missiva enviada ao Rimas e Batidas, são-nos destacados alguns dos episódios que compõem a narrativa deste livro, “como a prisão do Sérgio Godinho em 1971, que é surpreendido por um polícia à paisana, disfarçado de vendedor de laranjas; a repressão ao rock sensual de Maria Teresa Horta; a história desconhecida das mulheres do canto de intervenção; os detalhes da prisão de Charlie Haden no Cascais Jazz; a odisseia do Festival de Vilar de Mouros, organizado por um ginecologista obstetra do Minho que acabou excomungado; os inevitáveis José Mário Branco, José Afonso e Adriano Correia de Oliveira; o movimento dos baladeiros.”

A Revolução antes da Revolução marca a estreia literária de Luís de Freitas Branco e trata-se de uma incursão editorial que se insere numa tradição familiar de escrita e reflexão sobre música, já que o autor é trineto do compositor Luís de Freitas Branco e bisneto do musicólogo João de Freitas Branco. Mestrando de Ciências Musicais, na Faculdade de Ciências Sociais de Humanas da Universidade Nova de Lisboa, Luís de Freitas Branco é consultor de comunicação e crítico musical, tendo assinado peças em publicações como Público, Blitz, Diário Económico, Jornal i, Observador ou no brasileiro O Globo.


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