[FOTO] Daniela K. Monteiro
2017 foi um ano notável para Oseias.. [trinta&sete.] marcou a sua estreia pela Think Music, mas isso foi só a ponta do icebergue: actuou nos mais variados sítios de Lisboa — destaque para o gig no Lux a convite de DJ Glue –, lançou o EP gerbera.jpg — a segunda parte sai a 24 de Janeiro –, deixou a sua marca em Cold Days, de Ice Burz, na compilação da Slow Habits, e afirmou-se como um verdadeiro influencer de uma nova geração de amantes de música, dando azo a debates e discussões nas suas publicações no Facebook e Twitter.
Colaborador do Rimas e Batidas desde Junho deste ano — estão convidados a passar pela A Quinta do Oseias –, o beatmaker português é consumidor atento ao que se passa no mainstream e nas margens.
https://www.youtube.com/watch?v=v9Vyv0XyXeo
[MELHOR ARTISTA NACIONAL] benji price
O homem este ano fez tudo: produziu, cantou, rimou, captou, mixou, masterizou, realizou/editou vídeos, fez capas, tudo isto com uma qualidade muito acima da média… Quando é que se viu algo assim em Portugal? Para mim, foi, sem dúvida, o artista mais influente na cultura. Se não existisse um benji, seria o Gson.
[MELHOR ARTISTA INTERNACIONAL] BROCKHAMPTON
Sem querer desrespeitar os Odd Future, não me lembro de ter presenciado nada assim. Um colectivo que lança, sem a ajuda de ninguém, três álbuns — ainda anuncia outro para os primeiros meses de 2018 –, algumas faixas soltas, um filme, um documentário, uma quantidade ridícula de videoclipes, esgota uma tour e torna-se numa boyband de culto em tão pouco tempo? History in the making mesmo à frente dos nossos olhos.
[MELHOR PRODUTOR NACIONAL] Lhast
Este ano mais de metade do que se ouviu soou a Lhast, hit atrás de hit. É uma máquina e tenho a certeza de que vai ficar marcado na história da música portuguesa para sempre.
[MELHOR PRODUTOR INTERNACIONAL] Steve Lacy
Fez apenas 19 anos em Maio e influenciou directa e indirectamente mais de metade da música que ouvi este ano, para além de ter lançado um excelente EP todo produzido por ele e dos placements (destaco a faixa “PRIDE.” no álbum do Kendrick). É um nome que vai certamente revolucionar a música a nível internacional e muito mais difícil essa tarefa se torna quando produzes num iPhone, não é?
[MELHOR FAIXA NACIONAL] “Já Passa” dos Wet Bed Gang
Esta faixa é perfeita, desde o beat aos versos. Algo tão simples, mas com tanto significado. Marcou-me desde que ouvi um excerto ao vivo no concerto dos Wet Bed Gang no princípio do ano. Menções honrosas para a “Plug On The Phone”, do YUZI, “Funeral” do NERVE e Mike El Nite e “Bengala” do L-ALI (das faixas mais bem escritas que já ouvi).
[MELHOR FAIXA INTERNACIONAL] “911” de Tyler The Creator feat. Steve Lacy, Anna of The North, Frank Ocean
Esta foi a decisão mais difícil, mas, pela sonoridade e os integrantes, o meu voto teria de ir para esta faixa. Foi, sem dúvida, uma das que mais me surpreendeu.
[MELHOR DISCO NACIONAL] Fitxadu de Sara Tavares
Não há muito a dizer sobre este álbum. Acho que foi o único disco nacional que achei que fosse mesmo incrível (impressionante como está tudo no sítio), não tirando mérito aos outros, claro. Shout out Slow J, Richie Campbell e Blasph.
[MELHOR DISCO INTERNACIONAL] blkswn de Smino
É um álbum que toda a gente devia ouvir. Foi, possivelmente, o álbum que mais ouvi também. Com este álbum, o Smino conseguiu mostrar a sua versatilidade a tudo e todos e é muito complicado nos dias que correm algo soar tão original e próprio, ainda por cima em tantas faixas. 2017 em termos de álbuns foi um ano muito bom e gostaria também de mencionar os álbuns do Tyler, The Creator, Kendrick Lamar, Alexandria, Matt Martians, Thundercat, Brockhampton (tenho quase a certeza que me esqueci de alguém).