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Publicado a: 27/12/2017

A lista do ano de benji price

Publicado a: 27/12/2017

[FOTO] Daniela K. Monteiro

Um dos nomes mais sonantes da emergente Think Music é benji price. O MC, produtor e realizador – assumiu a componente visual de “Cala a Boca“, de Holly Hood, por exemplo – deixou a sua marca de várias formas em 2017, mas foi através de algum atrevimento e de superlativos exercícios de escrita em faixas como “Trono“, “40 oz. freestyle” e “2am in shibuya freestyle que obrigou o hip hop português a tomar notas.

Peça crucial na estrutura da editora de ProfJam, benji é um artista completo que também tem uma visão perspicaz do panorama musical actual, seja a nível nacional ou internacional. A convite do Rimas e Batidas, João Ferreira seleccionou os artistas que, no seu entendimento, tomaram conta do ano vigente.

 


[MELHOR ARTISTA NACIONAL] YUZI

Digo isto com toda a noção do quão parcial soa, mas acredito genuinamente que o YUZI foi o artista do ano. Em menos de 12 meses gerou quase dois milhões de visualizações, o que por si só seria um facto relevante – quanto mais se juntarmos isto ao facto de ter acontecido nas suas primeiras cinco músicas, no seu primeiro ano de carreira. Passou de estar a rimar num quarto no início do ano para estar a tocar num dos maiores palcos do Sudoeste no verão. É difícil não o considerar a maior revelação do rap tuga. É também o mais polarizador da actualidade, e contribuiu para gerar alguns dos debates mais controversos na nossa cultura em 2017. Não passou ao lado de virtualmente ninguém que esteja minimamente atento ao que se passa no hip hop.

 


[MELHOR ARTISTA INTERNACIONAL] Migos

Num ano com imensos artistas a contribuir com álbuns de altíssima qualidade, tenho de entregar aos Migos esta distinção – além do seu próprio álbum Culture ter sido um dos meus favoritos do ano, o facto de terem aparecido com versos em todo o lado e mais algum (incluindo fora do hip hop), para mim é difícil não lhes dar a taça. Kendrick Lamar seria igualmente um candidato legítimo, com argumentos semelhantes, mas decidi optar pelos Migos porque não tenho a certeza se mais alguma vez veremos outro ano deles com esta dimensão.

 


[MELHOR PRODUTOR NACIONAL] Lhast

Pela sua versatilidade e a quantidade de hits que produziu este ano. O homem contribuiu para gerar quase 20 milhões de visualizações no YouTube só este ano. É mais do que muitos do hip hop tuga podem afirmar ter feito na sua carreira inteira. “O Clima”, “Water”, “História”, “Por Pouco”, “Não Vales Nada”, “Imagina”, “Movs”, é difícil competir com tanto hit e diversidade na produção. Quero também dar muito destaque ao Here’s Johnny, que também contribuiu com uma lista de créditos de produção, mistura e master extremamente impressionante.

 


[MELHOR PRODUTOR INTERNACIONAL] Ronny J

Esta foi a escolha mais difícil que tive de fazer, tendo em conta a quantidade gigante de produtores que merecem ser destacados este ano. Mas decidi dar o meu voto ao Ronny J. Apesar não ter produzido tantos hits quanto um Metro Boomin, um Murda Beatz ou um Southside, também produziu um número bem alto de bangers, com um dos estilos de produção mais únicos que ouvi recentemente. A produção dele ajudou a definir muito as sonoridades que mais ouvimos actualmente. Gostaria também de dar um shoutout de reconhecimento ao Pi’erre Bourne.

 


[MELHOR FAIXA NACIONAL] “UAIA” de L-Ali e ProfJam

Esta também é uma que existe um grau de imparcialidade/subjectividade alto porque tive bastante envolvido no processo, desde captação, pós-produção, mistura e até no vídeo, mas acho que a “UAIA” do L-Ali e ProfJam foi a faixa do ano. Tem os dois melhores versos do ano, a meu ver, bem como um instrumental muito impressionante, único e memorável do Pesca. Foi a faixa do ano, para mim, com “O Clima” do Dillaz, “Já Passa” dos Wet Bed Gang e “Cala a Boca” do Holly Hood a serem fortes candidatos ao título também.

 


[MELHOR FAIXA INTERNACIONAL] “XO Tour Llif3” de Lil Uzi Vert

Talvez a escolha mais simples e óbvia: “XO Tour Llif3” do Lil Uzi Vert. Não é preciso muita explicação, sendo que foi um dos hinos do ano, com uma sonoridade extraordinária. Linhas melódicas super catchy e únicas, um beat incrível, e transcendeu a cultura. “DNA”, “Bodak Yellow”, “Bank Account” e “Gucci Gang” também seriam escolhas legítimas por todos os motivos que mencionei, a meu ver.

 


[MELHOR ÁLBUM NACIONAL] Nenhum

Não considero que a cultura tuga tenha produzido um álbum incrível o suficiente para lhe atribuir o destaque de álbum do ano, e qualquer escolha que eu fizesse seria só por exclusão de partes. Uma vitória por default. Os dois projectos que estão mais perto de cumprir os meus critérios são Lisboa de Richie Campbell e The Art of the Slowing Down do Slow J. Mas, mesmo assim, não fizeram o suficiente para eu os colocar nesse pedestal.

 


[MELHOR ÁLBUM INTERNACIONAL] A trilogia Saturation dos Brockhampton

Não consegui destacar um álbum em particular dos três, e acho que foram feitos para serem encarados como um todo. Autênticos newcomers no game a lançarem os melhores e mais únicos projectos deste ano, para mim, com uma variedade incrível de sonoridades, melodias e cadências. Destaco também DAMN. do Kendrick, Big Fish Theory do Vince Staples, Culture dos Migos, Flower Boy do Tyler, Process de Sampha, Ctrl de SZA e DRUNK de Thundercat.

 


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