No passado mês de Junho, LilBoy Bruce deu um novo fôlego à carreira através do lançamento do single “Processo” pela Maktub Art Group.
Nasceu na Guiné-Bissau e cresceu entre a Nigéria e o Senegal, tendo por isso sido directamente influenciado pelas sonoridades afro ainda antes destas ascenderam a fenómeno pop, e cita nomes como Fela Kuti ou Salif Keita enquanto principais referências musicais. Apesar de já contar com 10 temas editados, este seu novo “Processo” marca um ponto de viragem na carreira, agora com um outro tipo de alicerces que lhe permitem espalhar a sua mensagem de forma mais eficaz por toda a lusofonia — segundo o Spotify, as cidades que mais procuram pelo seu catálogo são Luanda, Lisboa e Maputo.
De momento sediado em Portugal, os últimos dois anos da sua carreira têm sido de clara ascensão. Ao nível das colaborações, viu os seus talentos serem requisitados por gente como Black Spygo ou Rony Fuego. Já o seu trajecto a solo cruzou-se com o da Maktub Art Group, a editora fundada e gerida pelos D.AM.A., que está seriamente comprometida em fazer os seus artistas alcançarem toda a lusofonia e que também abrange nomes como MAR ou SUAVEYOUKNOW.
Em “Processo”, LilBoy Bruce pretende afirmar-se como uma das revelações da cena afrobeats e conta com a ajuda de VMBEATZ na produção, artesão que tem somado créditos em trabalhos de Pika, X-Tense, Wet Bed Gang, Kappa Jotta ou DreNaz. O balanço quente desta sua nova faixa foi retratado também em vídeo graças à realização de Francisco Desidério.
Influenciado pela sua ginga, o Rimas e Batidas enviou algumas perguntas ao artista guineense para perceber um pouco melhor a forma como está a operar no mercado musical.
No teu single de reapresentação, “Processo”, tens a ajuda do VMBEATZ na produção. Ele já trabalhou em temas do Apollo G, do DreNaz e do SUAVEYOUKNOW. Como é que isto aconteceu?
Tudo começou em 2021 com o VMBEATZ, quando o meu manager John Bravo entrou em contacto com ele. Criámos logo uma amizade muito forte, o que fez com que ganhássemos uma maior confiança no trabalho um com o outro, e resultou.
Tu tens vários temas editados antes do “Processo”. Eles são fáceis de descobrir no YouTube, por exemplo. A que se deve este fresh start?
Quando cheguei a Portugal, em 2019, percebi logo que o afrobeats e o afropop podiam ter um lugar no mercado português e decidi lançar algumas obras para poder expandir as raízes que estão por detrás desses géneros musicais. Sinto que há espaço para crescer em Portugal e explorar ainda mais este caminho das raízes afro.
Até agora só temos o “Processo” para avaliar o que poderão vir a ser os teus próximos temas. Há alguma coisa que saibas que queres levar deste tema para todos os outros? O criolo, o afrobeats do instrumental…
O “Processo” é um tema que posso considerar como a porta de um projeto que vem ainda este ano. Estou a trabalhar em mais canções do mesmo género e não só — e com algumas surpresas, como colaborações muito especiais. Este single é só o “recomeço”.
Quando te pesquisamos no Spotify, a primeira coisa que aparece é o tema colaborativo “Céu Azul”. Queres contar como é que conseguiste partilhar um som com o Black Spygo, a Chelsea Dinorath e todos aqueles nomes?
O projeto “Versos e Poesias #4: Céu Azul” foi um convite da parte do DJ Black Spygo, que incluiu vários músicos. Na altura o objetivo era só uma direção artística da minha parte e acabei por fazer parte da música, sem fugir muito do meu género musical que é o afro.
A nível de apresentações ao vivo, tens alguma coisa planeada? Vamos poder ouvir os teus temas em algum palco nacional dentro de breve ou temos que esperar por mais músicas antes de partires para os espectáculos ao vivo?
Ao nível de apresentações ao vivo sempre tenho coisas planeadas e quem conhece o LilBoy Bruce sabe que no palco sou aquele fenómeno que faz vibrar todo o mundo. Podem também contar com mais músicas cá fora antes dos palcos. Anunciarei datas muito em breve e novas músicas também.