pub

Fotografia: Peter Gavin
Publicado a: 14/12/2022

Criar condições para o caos evoluir.

Jonathan Enser: “Em MATTERS UNKNOWN encontro espaço para ser livre”

Fotografia: Peter Gavin
Publicado a: 14/12/2022

Em 2021, Jonathan Enser lançava o seu primeiro single a solo, “A Beginning”, assinando como MATTERS UNKNOWN e estabelecendo-se para lá da sua importante contribuição para o grupo Nubiyan Twist. Em Outubro passado, o multi-instrumentista e educador britânico mandou cá para fora o seu álbum de estreia, We Aren’t Just, um corajoso conjunto de faixas em que procura a liberdade e a espiritualidade através da música. Esse disco foi apenas um dos pontos na conversa com o Rimas e Batidas, que também passou, por exemplo, pela importância da educação na criação de fortes comunidades musicais.



Tu leccionas?

Lecciono trompete, trombone, tuba, trompa… Toda a classe dos sopros de metal.

Em que escola?

Chama-se Mossbourne Community Academy e fica em Hackney. É uma escola espantosa. Muito, muito boa. É uma escola pública, mas daquelas mesmo muito bem organizadas, que dão imensas oportunidades. Diria que 80% dos meus alunos não pagam nem pelos instrumentos nem pelas aulas. É uma cena muito especial.

Eu tenho andado a entrevistar vários músicos desta chamada “nova cena de jazz de Londres” e essas conversas levam-me a crer que parte daquilo a que assistimos agora é devido ao ecossistema do ensino musical do Reino Unido, que, como dizes, oferece esse tipo de oportunidades para muitas pessoas que, de outra forma, não teriam como pagar por aulas ou um instrumento. Em Portugal, e tendo em conta toda a nossa história com as ex-colónias de África, quase não existe representatividade das comunidades negras na cena jazz. As coisas são bem diferentes por aí, não são?

Devo dizer-te que também já leccionei em escolas em que a direcção esmaga por completo os departamentos musicais, daí dizer-te que esta escola é mesmo especial. Só existem três escolas em Hackney tão boas quanto esta. E são todas escolas públicas. Londres tem uns quantos bairros e cada um tem a sua cena a acontecer. Mas o que se está a passar agora não é particularmente novo. Sempre existiram músicos em Londres, músicos da diáspora, pessoas que estão a tentar… Parece que quanto mais dificuldades as pessoas enfrentam, mais elas se unem para criar comunidades fortes. Eles só se podem apoiar uns nos outros. É uma coisa muito socialista. Tu vês esse tipo de organizações a despontar e há algumas com as quais estou agora a começar a trabalhar, como a Abram Wilson Foundation, a Kinetika Bloco e a Tomorrow’s Warriors, que é das mais conhecidas. Todas elas funcionam à base de programas com mentores. Só que para chegares lá, tens de ter os pais de acordo, tens de os conseguir trazer para o Southbank Center, quando eles podiam estar a fazer outra coisa qualquer. Há todos estes requisitos para que a coisa floresça.

Por isso, toda esta “cena” depende muito da comunidade. Eu tenho a sorte de poder ir ao encontro dos meus alunos. A escola conseguiu dar-me essa oportunidade de ir ter ao local deles. Só me cabe inspirá-los e ser um embaixador dos instrumentos que ensino. Não tenho referências para poder comparar o nosso sistema de ensino musical com o português. Posso dizer-te que estudei em Leeds, no norte de Inglaterra, e que lá há um ecossistema completamente diferente. Essas coisas não existem lá. A minha mãe comprou-me um disco do Chuck Mangione, um tocador de fliscorne que chegou a ser número um na tabela de vendas [risos]. Liderar uma tabela de música pop a tocar fliscorne é maravilhoso [risos]. Eu não adoro a música, mas acho extraordinário. Isto para te dizer que, de onde eu venho, a cultura é um bocado diferente dessa ideia que tu tens em relação à de Londres. Eu sou um privilegiado, no sentido em que tenho três irmãos e todos tivemos a oportunidade de tocar instrumentos, embora nenhum deles tenha continuado. Eu percebi que me conseguia encaixar ali, mas ainda não tinha aquela apreciação a um nível mais espiritual. Mesmo tendo eu crescido com pais que o são, até porque ambos são artistas. Cresci com isso em casa. Mas eu apanhava o comboio para Londres ao fim-de-semana para a National Youth Jazz Orchestra e, naquela altura, o jazz, para mim, era a big band. Era a única vertente sobre a qual me tinha debruçado. Por isso, a minha educação musical começou por ser muito clássica. Expande-se quando, depois, entram os meus interesses e o eu querer ir para a faculdade. É um sistema bastante diferente do de Londres. Porque eles crescem já a envolverem-se em certas iniciativas. Tens o exemplo da Sheila Maurice-Grey, do Nathaniel Cross ou do Theon Cross. Todos eles passaram pela Kinetika Bloco antes de irem para a Tomorrow’s Warriors e, posteriormente, para a Trinity School. As coisas têm sido muito más para as comunidades negras no Reino Unido e isso colocou-lhes toda uma pressão social. É muito improvável que numa família dessas possas dizer ao seu filho que ele vai conseguir ser músico. Só por milagre. Todos preferem que o seu filho seja economista, médico ou engenheiro. Muitas das famílias com as quais trabalho empurram os seus filhos para aí. É um milagre nós conseguirmos fazer ver estas famílias de que é possível ter sucesso na música. Ainda para mais agora, quando existe todo este marketing em torno desta cena “nova”. Para mim, a única cena “nova” nisto é mesmo toda essa máquina de promoção que se montou por detrás desta cultura. De repente, os músicos negros estão a ser lançados para o mainstream e estão a abrir as mentes e a audição das pessoas. Isso é que é novo. Eles deixaram de fazer música apenas para pessoas como tu, que coleccionam todos os discos aos quais conseguem deitar a mão, e passaram a fazer música para as pessoas mexerem os corpos, que são quase como uma experiência de catarse ao vivo. É por isso que as pessoas querem ir aos concertos dos Ezra Collective, para experienciar essa energia. Todos queremos essa energia primordial, até porque a música é mais antiga que a linguagem. Esta música é feita para criar uma ligação espiritual, já não é uma cena tão “cerebral”, como o jazz sempre foi. É uma comunhão espiritual. Apenas existe a questão de que tocas sempre em bares e locais onde se vende álcool. É algo que podíamos evitar na próxima geração, porque eu quero que os miúdos de 12 anos possam vir aos meus concertos. Quero que toda a gente possa vir aos meus concertos. As pessoas têm de perceber que a música transcende o modelo capitalista e nós podemos encontrar novos modelos que sirvam e que nos tornem auto-suficientes.

Fala-me do teu projecto MATTERS UNKNOWN. O que é que encontraste aqui que sentes que não estavas a explorar com os Nubiyan Twist?

Eu nunca me vi enquanto artista de uma só expressão. Mesmo em MATTERS UNKNOWN, tu percebes pelo disco que o leque de influências é muito amplo. Vai desde o samba ao jazz espiritual. Tem cenas da beat culture, da produção de Detroit. O meu artista favorito é o Donald Byrd. Em Nubiyan Twist eu tenho um papel e desempenho-o muito bem. Sou trompetista, contribuo para a secção de sopros da banda e ajudo muito o Tom na composição. Isso já é uma coisa espantosa. A diferença entre isso e MATTERS UNKNOWN é que Nubiyan Twist tem uma formação imaculada e é uma máquina que já está bem oleada, que se transcende nas actuações ao vivo. Nos espectáculos tudo acontece como que de surpresa. É como se estivesses a ver o desenrolar de uma peça de teatro. Tens todas aquelas pessoas em palco a fazer a diferentes coisas e todas as partes se encaixam de forma sincronizada. Eu gosto quando a música vem de uma experiência caótica. Gosto do caos. Então, em MATTERS UNKNOWN, vejo uma oportunidade para curar estes espaços nos quais o caos pode evoluir. Tenho uma família de músicos. Sãos uns 18 ou 19 no total, creditados no disco. Todos eles pessoas com as quais me sinto espiritualmente alinhado e com as quais consigo trabalhar facilmente. Em Nubiyan Twist, o solo mais longo que fiz tinha 16 barras, com um ou dois acordes. Com MATTERS UNKNOWN posso, basicamente, escrever o que me apetecer e quando me apetecer. Depois do Tom Excell, bandleader dos Nubiyan Twist, ter começado os Onipa, tornou-se claro que nenhum de nós ía estar exclusivamente em Nubiyan Twist. Antes do Tom ter começado os Onipa, eu estava exclusivamente com Nubiyan Twist. Fiz algumas actuações, dei aulas e compus uma ou outra peça. Mas estava exclusivamente nos Nubiyan Twist e era por isso que era conhecido. Funcionou bem para mim. Apenas não estava a funcionar bem financeiramente. Nós não fazemos muito dinheiro com Nubiyan Twist. Mas, pelo menos, ganhei imensa experiência de andar em digressão pela Europa e pelo Médio Oriente. Há uma irmandade muito forte nessa banda.

Mas em MATTERS UNKNOWN encontro espaço para ser livre. Antes, o projecto chamava-se apenas MATTERS. É uma definição de todas as coisas. Sou eu a tornar-me consciente do meu animismo, talvez. Tenho muita apreciação por toda a natureza, pela espiritualidade e pelo sentir-me vulnerável em determinadas situações. Tem muito a ver com encontrar a minha paz no mundo através da natureza e da comunicação. Foi isso que me levou a criar MATTERS. Para mim, a música é uma prática espiritual fundamental. Eu sou politeísta. Tenho muitas crenças e muitos deuses, mas no centro de tudo isso está a música, como forma de comunhão divina. É desse espaço que esta música surge. Eu não escrevo as músicas para MATTERS UNKNOWN, por exemplo. Ando às voltas… Pode ser depois de um dia longo, posso estar a conduzir, a cozinhar o jantar ou até a sonhar: há sempre uma melodia presente. Gravo essas coisas no meu telemóvel e essas são as bases para os temas. Vou avançando, criando arranjos no piano… Eu consigo tocar muita coisa. Desde tuba, trompete e trombone a piano ou bateria. Por isso consigo fazer imensas das coisas sozinho. Depois gravo camadas de outras pessoas por cima para soar a banda. Para mim, a música é o essencial. E aqui, a música encontra-me a mim, enquanto em Nubiyan Twist faríamos uma sessão de escrita e chegaríamos à música. E eu também posso fazer isso. Também posso escrever música. Mas há alturas em que é a música a vir até mim e torna-se num earworm, numa melodia que não te sai da cabeça. É isso que eu quero que as pessoas experienciem nos meus espectáculos. Essas são as diferenças. E isto nunca será uma questão de estar numa coisa ou na outra. Estou interessado em Nubiyan Twist como sempre estive, só que agora tenho este meu projecto, que é uma consequência disso. O Tom é um produtor excelente e eu sinto que ele foi quase como que um mentor para mim. Hoje consigo produzir um álbum inteiro. E mostro-lhe as coisas que ando a fazer ao nível dos arranjos de cordas, porque quero que ele também perceba mais disso. É tudo uma questão de encontrares aquelas pessoas que… Uma mão lava a outra. É isso.

E quanto ao lado prático da gravação deste disco? Já me disseste que tocaste muitos do instrumentos, mas também juntas aqui um número alargado de músicos. Foste reunindo contributos dessas pessoas ou houve uma altura em que foram todos juntos para estúdio? Como foi estabelecida essa dinâmica?

Diria que este álbum passou por dois processos, ambos muito valiosos para chegar àquilo que ficou registado no disco. No primeiro, eu monto uma estrutura com bateria, melodia, harmonia e percussão. Depois meto a malta a gravar em cima disso e criam-se diferentes camadas, que eu vou editar como se tratassem de gravações de uma banda. Eu faço aquilo soar o mais humano possível. Perco muito tempo a desenvolver cada uma das partes, individualmente. Por isso, tenho a intenção original e tenho o controlo de como tudo vai ficar. A outra abordagem é ter uma demo de um tema, mostrá-lo à banda e levá-la a estúdio para a gravar. Essas são as duas formas com que trabalho. Diria que a segunda será a mais emocionalmente desafiante, apenas porque estás a lidar com uma banda maior — as minhas bandas têm sempre seis pessoas no mínimo. De um lado tens de estar de olho nas seis pessoas que tens a gravar ao mesmo tempo, do outro tens uma pessoa a fazer tudo sozinho. Acho que vem daí o desafio. Não é uma coisa má! Apenas mais desafiante. Até porque o meu foco, às vezes, precisa de estar noutro lado. Não existiram muitas jams para este álbum. Fazemos jams algumas vezes e eu gosto disso. Até o encorajo quando estamos em sessões de gravação. Assim dá para entrarmos naquele espaço enquanto nos estamos a escutar uns aos outros. Mas quando se trata de terminar o trabalho, eu sei o que vai ser preciso e vou criar uma agenda para o fazer. Trato os meus artistas muito bem. Pago a todos e alimento toda a gente, como uma verdadeira mãe [risos]. E quando gravamos, qualquer um pode trazer uma ideia. Sou todo ouvidos. De um modo geral, tento retirar o melhor de cada um dos meus músicos e dou-lhes tudo o que posso para que eles sejam bem sucedidos. Eu sei que aquilo que eu procuro deles vai lá estar, de alguma forma.

Enquanto me descrevias esse processo, estava a lembrar-me dos Mizell Brothers e da forma como eles trabalharam com o Donald Byrd, que me mencionaste há pouco ser o teu artista favorito.

Meu Deus! Tu sabes como foi esse processo? É que eu não sei! Conta-me, por favor!



Basicamente, os irmãos Mizell faziam tudo, os arranjos e gravavam as bases e convidavam depois os músicos solistas para tocarem por cima de temas já totalmente montados.

Eu tenho três discos dessa fase do Donald Byrd e sempre me questionei sobre como é que aquilo tinha sido feito. É que tu tens lá toda a gente. James Jamerson, Patrice Rushen… Toda a gente passou por esses discos. E têm arranjos de cordas incríveis. Sempre me questionei sobre o quão envolvido poderia ele estar. Essa é a minha fase favorita dele, mas ele também teve tantas fases… Foi quando ele se tornou pop, acima de tudo. Então, os Mizell Brothers fizeram tudo?

Do que eu me lembro de ter lido em algumas entrevistas, os Mizell estavam a fazer tudo. Eles compunham, montavam o tema e o Donald só tinha de entrar no estúdio para preencher as partes dele, que já estavam previamente estabelecidas, com todos os arranjos feitos. Mas é o nome dele que surge na capa. Eu acho isso impressionante. E eu mencionei os Mizell Brothers precisamente desse ponto-de-vista, de produtores. Quem dirias que são as tuas referências nesse campo?

O Quincy Jones! Quincy todos os dias! Eu queria dar-te mais um par de nomes, mas colocaste-me numa situação delicada, porque eu sou péssimo a lembrar-me deles. Sabes aquele gajo de Chicago?

O Charles Stepney?

Charles Stepney, sem dúvida! O Allen Toussaint!

Maravilhoso também.

Quem mais? O Flying Lotus, o Karriem Riggins… Acho que estes chegam. Quer dizer, basta olhares para o catálogo destes cinco produtores e percebes que são cinco coisas muito distintas a influenciar-me, tanto ao nível dos arranjos, da percussão… Tenho temas neste disco que são muito densos, com cordas e tudo o mais. Mas há outros bem mais minimalistas, só em trio, com tuba, sintetizador e bateria. Podes sentir as diferentes nuances do álbum, até porque o disco é grande.

No press release mencionas que esta música te ajuda a lidar com as tuas incapacidades e problemas mentais. Para ti, a música é um processo de cura?

Sem dúvida. É para isso que ela me serve. Eu sei que isto pode soar a uma coisa muito genérica, mas a forma como vejo a música na sociedade é que ela se torna no que a sociedade precisa. Por norma, a música encontra o seu caminho para cumprir com o que é necessário para uma geração. É por isso que o grime existe. É por isso que o jazz existe. É o som da liberdade, entoado por parte daquele que foram oprimidos. É o som da alegria num mundo que se tornou demasiado doloroso. Escutas isso no jazz sul-africano, no jazz tradicional, no bebop, que foi a forma de arte mais intelectual do planeta naquela altura. Para uma comunidade que sempre viveu oprimida, perseguida e até morta… Olho para o meu caso, e sinto que nunca tive tanta música a sair-me das mãos como tenho hoje. Eu sofro todos os dias. Tenho dores crónicas como consequência de uma operação que me fizeram quando era muito novo. E vou ter a minha perna direita amputada dentro de um ano. Estou numa viagem de doidos. Mas sinto-me agradecido por vários aspectos. Vou perder uma perna, mas pelo menos as dores vão-se embora. Eu tive de dar voz a isso através da música, de forma a que as pessoas consigam sentir. Se escutares este álbum com atenção, consegues perceber a viagem e profundidade disto. Cada tema tem a sua narrativa e, se tu fores a um espectáculo meu, terei todo o gosto em contar-te toda essa jornada, que é algo muito, muito pessoal. Espero conseguir partilhá-la com todas as pessoas que ouvem o disco, porque é algo que me diz muito. Tem tanto de mim a expor as minhas vulnerabilidades. Sou eu a encontrar um espaço no qual me sinta confortável para poder conversar sobre o que mais me atormenta. A música serve os propósitos das pessoas. E quando assim não é, ela torna-se algo de muito, muito estranho. Torna-se num produto de consumo humano e perde a autenticidade.

Como é que isto vai funcionar ao vivo? Tens muitos músicos a participar no disco, mas eu presumo que não vás levar essa gente toda para cima do palco.

Devido à situação económica que atravessamos, eu estou a ter imensas dificuldades em arranjar datas ao vivo. A cena do Reino Unido não é o que era há cinco anos. Há mais dinheiro a circular no mercado europeu, principalmente na Alemanha e França. No Reino Unido está muito difícil encontrar o cachê que considero justo e eu recuso-me a tocar se não for pelo valor que é merecido. Eu quero que os músicos que tenham de se deslocar da sua cidade para tocar comigo recebam 200 libras, por exemplo. Isto torna a coisa bastante desafiante. Há uma versão de trio, que é o que podes escutar na “Apollo” e na “Shoulders Bob”, e esse o formato no qual estamos a apostar mais, de momento. No dia da apresentação do disco, a 2 de Dezembro, vou tocá-lo com um conjunto de oito músicos — o meu quinteto mais três convidados. Este quinteto é aquele que considero elementar — a Rosie Turton no trombone, o Alec Hewes no baixo, o Matt Davies na bateria, o Lyle Barton nas telcas e eu toco trompete, tuba e samples. Samplei todas as cordas e levo isso para o espectáculo. Também samplei algumas das percussões. Tenho várias camadas que posso adicionar durante o concerto e tornar o som numa coisa mesmo muito grandiosa. Mesmo que sejamos apenas cinco em palco. Fora de Londres, o desafio é maior. Tenho muito equipamento e estou desabilitado. Entre outras coisas, como o ter de comprar um lugar extra para levar a minha tuba. Tivemos uma data na Bulgária e foi muito complicado, porque eles não estavam a conseguir encontrar uma tuba que servisse dentro do país. Tive de comprar um lugar a mais para levar a minha e nem tinha ninguém comigo para me ajudar. Foi muito difícil, fisicamente. Mas eu estou disposto a fazer alguns desses esforços, porque quero muito andar em digressão. Ainda não tenho um agente europeu e ando à procura de um neste momento. A cena cá, a não ser que estejas numa boa posição, como estão os Nubiyan Twist, vais ter dificuldades em furar. A não ser que tenhas algum financiamento, basicamente. Se fores financiado, podes levar o teu espectáculo para a estrada sem estar preocupado no quanto os promotores vão ser pagos. Já actuámos enquanto conjunto de 15 músicos, na Church of Sound, no ano passado. Foi uma experiência bonita. Foi um tributo ao Donald Byrd com muito do meu material, com duas horas e dez minutos de duração. Foi muito fixe e espero poder voltar a ter essa oportunidade. Espero que o álbum seja bem recebido, para que consigamos levar uma banda maior para a estrada. Sou o primeiro a dizer que não quero ser assim tão bem pago para poder fazer isto e vou sempre tentar trazer o máximo de músicos possível para o palco comigo.


pub

Últimos da categoria: Entrevistas

RBTV

Últimos artigos