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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/06/2023

Discos, livros e uma boa dose de conversas no Maus Hábitos.

João Pimenta sobre Socorro: “A curiosidade acaba por ser o que move este podcast”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/06/2023

Na primeira segunda-feira de cada mês, o Maus Hábitos recebe o Socorro, um podcast onde se conversa sobre, essencialmente, sobre música e literatura. Depois da estreia em Maio, a segunda sessão está marcada para o dia 5 de Junho.

João Pimenta, baterista de 10 000 Russos e sócio da loja Socorro (da qual esta rubrica herda o nome), é o anfitrião de um ciclo de conversas que recebe sempre um convidado diferente a cada edição. Ao participante é lançado o repto de levar consigo um disco e um livro, que certamente ajudarão a pautar as temáticas pelas quais deambulam estes diálogos. No primeiro episódio, o invitado foi Bruno Henriques (metade do projecto satírico Jovem Conservador de Direita), seguindo-se agora, já na próxima segunda-feira, a cantora Ana Deus, cuja voz já pudemos escutar em projectos como Ban, Três Tristes Tigres ou Osso Vaidoso.

Ao Rimas e Batidas, Pimenta explicou como o Socorro partiu de um desafio do Maus Hábitos e deixou no ar a ideia de que este podcast pode ainda crescer e ir parar as plataformas de streaming no futuro.



Sabemos que o nome é herdado da tua loja, mas não podemos deixar de te perguntar: porquê Socorro? Estarão os discos e os livros a precisar de quem os acuda nos dias de hoje?

A loja chama-se Socorro, não por uma questão de salvação de nível cultural (não chegaríamos a esse nível de condescendência e vamos todos morrer, portanto ninguém necessita realmente de ser salvo), mas porque esse era o nome pela qual é conhecida a família do meu sócio, Artur Nogueira, em Barcelos, de onde ambos somos naturais. Eles tinham uma loja de móveis old school no final do século XX na cidade minhota. Quem for de Barcelos vai entender a referência. Essa é na realidade, a explicação crua do nome.

E como surgiu a ideia de criares este podcast ao vivo para o Maus Hábitos?

A ideia partiu, na realidade, dos Maus Hábitos e de um convite endereçado que desde já muitos nos honra e agradecemos. Tendo em conta que o nosso métier é a venda de discos e livros (com concertos a começar nas próximas semanas na cave do edifício), pensámos em conjunto que isso faria sentido articular com convidados que trariam um livro e um disco à sua escolha, a partir do qual teríamos uma conversa discorrendo sobre literatura e música. Os Maus Hábitos são um dos faróis culturais desta cidade, com o qual temos muito a aprender e que tem sido, na realidade, a entidade que mais nos tem ajudado com conselhos e ideias, a partir da mente careca mas brilhante de Luís Salgado. É um convite que nos honra e que teremos todo o prazer de cumprir nas primeiras segundas-feiras de cada mês.

A primeira sessão já decorreu e teve o Bruno Henriques (de Jovem Conservador de Direita) como convidado. Que balanço fazes dessa estreia? O disco e o livro trazidos por ele surpreenderam-te de alguma forma?

Sim, convidei o Bruno Henriques porque ele tinha experiência no sector, já que já trabalhou na Valentim de Carvalho. Quanto às escolhas dele, não vou opinar, já que isso diz respeito a cada convidado e não me parece elegante estar a fazê-lo. O balanço penso que terá sido positivo. Eu próprio não tenho absolutamente experiência nenhuma em fazer podcasts, mas penso que conseguimos ter uma conversa fluída que encontrou os objectivos propostos por quem convidou.

Agora segue-se a Ana Deus na segunda edição. O que te levou a lançar-lhe este desafio?

Tenho uma admiração grande pela Ana Deus e pela sua voz, que acho perfeita quer nos seus projectos musicais quer nas suas declamações de poesia. E, portanto, tenho alguma curiosidade em entender aquilo que ela vai levar como livro e disco. Já a conheço há muitos anos (pessoalmente há pouco tempo) e a curiosidade acaba por ser o que move este podcast. Por isso, como dizem os anglo-saxões, looking forward.

Há alguém que gostasses muito de receber numa próxima vez, mas que sintas que possas ser difícil de chegar ao contacto com essa pessoa? E porquê? Nunca se sabe se não poderá estar do outro lado a ler isto…

Assim de repente não estou a ver ninguém. Em Portugal há sempre poucos graus de separação entre toda a gente. Alguém morto, provavelmente Eça de Queirós. Nunca convidaria ninguém da Idade Média, dado que a probabilidade de ser analfabeto seria grande. Afonso Henriques nunca viria ao programa até porque acredito que fosse um pouco bronco.

Tens ideias para o futuro desta rubrica? Não te passou pela cabeça, por exemplo, gravar estas conversas e lançá-las nas plataformas de streaming?

Sim, vamos lançar isto como streaming num futuro próximo. Ainda não tive tempo de o fazer derivado a um acumular grande de trabalho, mas queremos que isto chegue ao maior número de pessoas possível.


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