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Texto: ReB Team
Ilustração: Joana Castro Pontes
Publicado a: 21/05/2021

A afiar a espada.

J-K sobre Calma: “É a tentativa constante de estarmos bem na nossa pele e no mundo em que vivemos”

Texto: ReB Team
Ilustração: Joana Castro Pontes
Publicado a: 21/05/2021

Calma é um novo EP da autoria de J-K e foi editado pela Monster Jinx no passado dia 13 de Maio.

De apenas duas faixas se faz o mais recente curta-duração de Jorge Kimbamba Simões. “Calma” e “Ginsu” assentam em produções de Maria e Ghost Wavvves, respectivamente, com a segunda a contar também com a contribuição de Saloio. M.A.F. foi o responsável pela masterização dos temas, cabendo a Joana Castro Pontes a autoria da capa.

Cinco anos separam este Calma de Contos de Espadas, um ambicioso disco-livro que em 2016 nos mostrava os raps de J-K no formato de álbum pela última vez. Durante esse período, ouvimo-lo não só a participar nos projectos da Monster Jinx — de onde sairam faixas como “Magricela“, “OK” ou a remistura para “35mm” — como também a alinhar ao lado de Mike El Nite (em “Caixa Negra“) ou Caco (em “ID“).

Ao Rimas e Batidas, o rapper abordou o processo criativo em torno do seu novo EP e deixou no ar a ideia de ter mais música para editar em breve.



Começando pelo título que escolheste dar a esta peça: porquê Calma?

Porque é sobre isso que as faixas falam. São músicas sobre a busca de equilíbrio e tranquilidade. Sobre a tentativa constante de estarmos bem na nossa pele e no mundo em que vivemos. E como fazer isso sem ignorar o que somos, o que sentimos, o que nos desespera e o que nos faz felizes.

Sobre as duas faixas que compõem o EP, o que nos podes adiantar sobre os respectivos processos de criação? São temas que foram feitos no mesmo espaço físico/temporal, que representam um determinado momento da tua vida?

Foram feitas em alturas diferentes. A “Calma” foi escrita antes da pandemia, em 2019 ou 2018. Mas foi a última a ser finalizada, porque eu e o Maria fomos trabalhando a música ao longo deste tempo. Não havia um plano para a lançar e fomos pegando nela de tempos a tempos. A “Ginsu” foi escrita no confinamento e já está pronta desde o ano passado. O Ghost mandou me uns beats, escrevi a faixa e depois de gravar uma demo achei que o Saloio era fixe para o refrão e, felizmente, ele aceitou. Falo da pandemia porque, para mim, elas representam um período que começou antes da pandemia mas que se calhar teve o seu auge durante a mesma. Por isso é que a “Calma” encaixa tão bem no presente. Elas representam esse período, onde o mundo viu agitação social, política, económica e — qual corolário — sanitária. E onde vivi com alguma agitação interior. E todas estas agitações tiveram lados maus e lados bons.

Este é o teu primeiro lançamento em nome próprio desde o Contos de Espadas. O que sentes que mudou no J-K desde então?

Na essência, acho que não muito. É um novo capítulo, porque já passou algum tempo, mas é o mesmo livro. Ou um livro da mesma coleção. É como o True Detective: muda muita coisa em cada season, mas são sempre detetives à procura de respostas. Também acho que estou um rapper melhor, mas se não achasse isso o EP ficava no meu disco externo.

Depois deste projecto, o que se segue? Traçaste algum tipo de meta para o que ainda resta de 2021?

Sim. Quero lançar duas músicas que vão estar no álbum. Vou lançar um álbum, não sei é se chega já este ano. Vamos ver.


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