LP / CD / Cassete / Digital

Injury Reserve

Injury Reserve

Seneca Village / Loma Vista / 2019

Texto de Moisés Regalado

Publicado a: 03/06/2019

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O nome explodiu quando nos ensinaram a “jailbreakar” um Tesla e não foi preciso mais antes das atenções se voltarem de imediato para aqueles lados. Arizona é o sítio, Injury Reserve é o nome do grupo e do álbum — tão fácil de decorar como o de qualquer crew que apareça com um banger inquestionável.

Se bem que a caminhada não começou em Abril de 2019, com a edição da estreia homónima, até porque já passaram quatro anos desde o arranque a sério. Depois da mixtape Live from the Dentist Office, em 2015, seguiu-se Floss, também em formato mixtape, até que o EP Drive It Like It’s Stolen, de 2017, veio encerrar a série de experiências pré-disco a sério. E este é mesmo a sério: ambicioso na medida certa, o novo LP da turma não é perfeito e não acertou em tudo à primeira, mas tem a dose certa daquele descaramento que molda os grandes.



O álbum abre com “Koruna & Lime”, que surpreende e entusiasma, e segue com “Jawbreaker”, que não desilude mas acalma os ânimos — com a moral levantada é que estes rapazes estão bem. “Jailbreak the Tesla” ou “Gravy n’ Biscuits”, “Rap Song Tutorial” ou “Best Spot in the House”; assim é que se anda nisto e não há nada tão saboroso como ver alguém trazer a energia dos melhores, sem no entanto soar exactamente como algum deles.
As influências estão cá.

Há entregas dignas de um jovem Busta Rhymes, flows e dicas sobre “faggots” (vindas do colaborador Cakes da Killa) que fariam corar o Eminem de Slim Shady ou Marshall Mathers LP, interlúdios que remetem para um Tyler, The Creator em dias de bucolismo ou berros a fazer lembrar Fred Durst. Como em tantos casos, a mistura dos ingredientes mais tradicionais deu vida a uma iguaria especial e sem antecedentes. Tal como os nomes que fizeram história uns anos antes, também os Injury Reserve se preparam para causar estragos no mainstream onde já quase se inserem, embora não lá encaixem exactamente.

O conceito é vencedor, no vídeo de apresentação do projecto ou no próprio alinhamento, mas nem sempre se emparelha de forma tão perfeita com o lado técnico da arte, como acontece nosingle que os trouxe às bocas do mundo. Ainda assim, é suficiente, mais do que suficiente, para que um dia destes se elevem a certezas absolutas.


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