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Publicado a: 15/03/2017

Holly: “Ainda há muita coisa que quero fazer antes de lançar um álbum”

Publicado a: 15/03/2017

[ENTREVISTA] Ricardo Farinha [FOTO] Direitos Reservados

Holly, 22 anos, está prestes a partir em digressão rumo à África do Sul, país que fica no único continente onde ainda não actuou — se contarmos as Américas como um só e não pensarmos no eventual circuito de DJ sets feito pelos pinguins da Antárctida. Além disso, o produtor português anunciou esta semana que vai lançar um novo EP pela Buygore, Yakamoz, que vai sair em Abril. Foi o pretexto certo para uma conversa com o Rimas e Batidas sobre os próximos passos deste (sempre) irrequieto jovem músico das Caldas da Rainha.

 



Como surgiu a oportunidade de fazeres esta tour pela África do Sul?

Há umas semanas estava a pensar em sítios onde ainda não tinha levado a minha música. Sendo África o único continente a que me faltava ir tocar, comecei a contactar algum pessoal de lá que tinha conhecido pela Internet para saber se conheciam promotores que estivessem interessados em ter-me lá. A partir daí juntei várias datas e juntei também o Chee para me acompanhar na tour, sendo que ele é de Pretoria [na África do Sul]. Editámos os nossos últimos EPs na Saturate Records e temos duas faixas dos dois por sair, por isso fez todo o sentido em tê-lo a fazer parte.

Achas que a experiência vai ser diferente por estares em tour com outro artista? 

Ainda não pensei muito nisso, mas acho que vai ser uma experiência curiosa. Até agora sempre que fiz estes gigs lá fora fui sozinho, o que é brutal, porque vais na tua, ninguém te chateia, vais sempre a observar e absorver tudo com mais atenção e fazes o que te apetece sem estar a depender da vontade ou vibe de alguém. Contudo, acho que vai ser fixe ter alguém comigo — ainda por cima local — para estar sempre a avacalhar. Falamos quase todas as semanas na net e já fizemos algumas faixas juntos, por isso até nos entendemos bem. Pelo menos de forma artística, vamos ver na vida real.

Estás mais curioso por visitar África por alguma razão específica?

Sinceramente, não sei mesmo o que esperar do sítio para onde vou e acho que isso é a ideia que mais me excita nesta viagem.

 


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Em relação ao EP, existe algum conceito ou sonoridade específica?

Este EP chama-se Yakamoz — palavra de origem turca que representa a imagem do reflexo do luar no mar. Conheci a palavra há umas semanas e achei que servia como uma boa metáfora para me exprimir quanto àquilo que sinto face à minha vida actualmente. Não tenho nenhum conceito ou sonoridade específica para este EP, nunca o precisei para lançar e fazer a minha música. Simplesmente são faixas que decidi juntar e compilar num novo projecto para a Buygore.

Aos 22 anos, estás prestes a actuar num dos últimos continentes que faltavam, estás sempre a lançar EPs e música nova com imensas colaborações com outros artistas. Basicamente, estás a viver a fazer música. Como é que te sentes em relação à tua vida actualmente, como referiste, e qual a ligação com esse conceito metafórico de Yakamoz?

Sinto que é uma bênção. Sem querer ser muito emotivo, sinto-me mesmo grato por poder acordar todos os dias e saber que posso fazer aquilo de que gosto, que tenho a minha família e amigos comigo, que há saúde e há trabalho por fazer… Se calhar é bom karma, se calhar fiz boas coisas na minha vida passada, you never know. Mas sei que há sempre frutos do que semeias. Contudo, ainda não fiz nada do que ambiciono, sendo que isto tudo se acaba por se relacionar com esta metáfora da bela imagem de um luar no mar aka Yakamoz. Isto é: nunca tomar nada por garantido porque não sabes se todos os dias há luar; quando há, sente-te grato porque podes ter essa experiência mas ambiciona sempre por uma utopia superior em tudo o que faças. Ambiciona por um luar com estrelas, por exemplo [risos].

Tens colaborações neste trabalho?

Tenho seis colaborações com pessoal de vários cantos do mundo — alguns sons no EP foram feitos em conjunto com YDG, Atik, Blaqout, TWERL, Ecraze e Duskus.

Depois de tantas beat tapes e EPs, podemos esperar um álbum para breve?

[risos] Não sei, acho que isso de fazer álbuns tem muito a ver com a fase na vida em que te encontras. Quando comecei a produzir tinha a ideia de fazer um álbum por esta altura da minha vida, mas agora sinto que ainda há muita coisa que quero fazer e lançar primeiro antes de me focar num projecto mais severo, assim como ainda gostava de conhecer o pessoal certo para me rodear e criar um. Eu também vivo muito a minha música como um dia de cada vez. Às vezes acordo e penso em fazer trance e há outros dias em que quero é estar a fazer beats ambientais ou música clássica. Por isso talvez um dia destes acorde e queira fazer um álbum, vamos ver.

Sabemos que também tens várias faixas a caminho, o que é que podemos esperar? Mais trabalho conjunto com produtores estrangeiros?

Tenho algumas colaborações com pessoal de fora, sim. Algumas vão sair brevemente em editoras como a Monstercat, Twonk, Moving Castle, Ones To Watch, Fools Gold e Saturate Records. Também tenho feito coisas com rappers de cá: Kappa Jotta, GROGNation, L-Ali, Landim, Kroniko & Mike El Nite, Nerve, Plutónio, Beware Jack, João Tamura, e fiz uma faixa com o Maze para o álbum de Beatbombers, entre outros. Também tenho algumas coisas com rappers de fora para sair, como um EP com o Prince Harvey, produções para o Bloody Jay, Lord Pusswhip, Birnir, etc… E o pessoal que queira beats venha falar comigo!

 


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