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Publicado a: 09/12/2017

Hellas Mixtape: um incentivo à mudança

Publicado a: 09/12/2017

[FOTO] Direitos Reservados

“Queremos mostrar que somos capazes, unidas e igualmente importantes para esta cultura que nos está no sangue”. A frase pertence a Denise Sabença, a mentora e participante de Hellas Mixtape, o projecto, lançado ontem, que promove a união de 9 artistas portuguesas que carregam as bandeiras rap, r&b ou soul.

Spitz, Chininha, Lady N, Chikita, Landisch, Kika G, Miss2Shae e Shiva juntaram-se a Denise para criarem uma “chamada de atenção” para o talento feminino. E não estão sozinhas: Capicua, um dos grandes nomes do hip hop nacional, já deu o seu “contributo” para a causa.

O Rimas e Batidas esteve à conversa com a autora de “Força em Mim” e falou sobre a génese do projecto, a selecção das artistas para a mixtape ou a importância de dar voz às mulheres da cultura:

 



[A génese do projecto]

“Esta ideia surgiu como um clique ou um flash. Lembro-me de estar parada no trânsito a pensar na nossa cultura e, automaticamente, lembrei-me de juntar mulheres numa mixtape (achei o formato mixtape mais prático e, talvez, mais rápido). Não houve um porquê específico: apenas achei que já era altura das vozes femininas do panorama nacional se juntarem. Uma ode ou homenagem a todas as que cá estão (artistas e público) e fazem algo pela evolução da cultura.”

[A escolha das artistas para a mixtape]

“Não houve selecção. Nunca foi esse o propósito. A ideia foi exposta a uma panóplia grande de artistas femininas, vozes do rap, r&b e soul. As pessoas que quiseram participar no projecto tiveram a porta completamente aberta. Não houve escolha ou selecção. Foram todas acolhidas da mesma forma e com o incentivo à liberdade de expressão. O único limite imposto foi a duração da faixa.”

[Dar voz às mulheres da cultura]

“A mixtape surgiu com a ideia de nos darem ouvidos e atenção. Foi como uma prova real que estamos cá e também temos algo a dizer, sem querer entrar em conflito com o género masculino, obviamente. Acreditamos que há espaço para todos no panorama nacional. Queremos mostrar o que conseguimos fazer juntas! No meu caso pessoal, nunca senti discriminação de género nesta cultura onde eu me incluo, e ainda bem. Contudo, a criação da mixtape girou à volta de algumas frases como ‘nós conseguimos’, ‘somos fortes’, ‘também merecemos que nos ouçam’ ou ‘acreditamos que as nossas palavras também serão importantes’, e, nesse sentido, fomos avançando sem nenhum termo de comparação com o género masculino, mas com garra feminina assumida. Os temas acabaram por ir de encontro a termos como ‘nós’, ‘mulheres’ ou ‘estamos aqui para ser ouvidas’.

Olhando para o panorama nacional, vemos que a presença feminina (rappers, DJs, writers, b-girls) está em défice, mas somos muito mais que há 10 anos, e ainda bem. A Hellas Mixtape nasceu naturalmente. É óbvio que seria maravilhoso que fosse um incentivo à mudança. Existem mulheres muito talentosas em Portugal!

Acima de tudo, nós esperamos que esta mixtape seja uma motivação para quem está na luta, às mulheres que, por alguma razão, ainda não tiveram coragem de mostrar o seu talento! Não viemos com intuito de guerrilha ou medir forças, que fique bem explícito. Queremos mostrar que somos capazes, unidas e igualmente importantes para esta cultura que nos está no sangue.

Para concluir, afirmo que a vontade é unânime e voltaremos com mais um volume, desta vez com mais nomes na tracklist. Acreditamos nisso!”

 


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