[TEXTO] Amorim Abiassi Ferreira [FOTO] Direitos Reservados
Aproxima-se a velocidade galopante mais uma edição do Vodafone Mexefest. O festival que decorre na Avenida de Liberdade, em Lisboa, tomou a palavra como prioridade nesta edição e amealhou no seu cartaz artistas lendários como Talib Kweli e Digable Planets ou alguns heróis da cena rap nacional como Fuse, Nerve, Mike El Nite, Landim ou Keso. Pela sua variedade de salas e a distância entre estas, o Mexefest é um evento em que recomendamos planeamento prévio para evitar perder aqueles concertos realmente cruciais.
O Rimas e Batidas vai então ajudar-vos com um guia para facilitar o vosso delineamento estratégico de modo a aproveitarem este festival ao máximo, caso precisem de ajuda a desempatar concertos sobrepostos podem sempre confiar nos vossos ouvidos e recorrer à playlist oficial.
[25 DE NOVEMBRO]
No dia 25, inaugura-se o festival em modo de baile com as sonoridades africanas de Celeste/Mariposa, o projecto que reúne património musical da cultura dos PALOP. O novo single de Valas, “As Coisas”, tem sido incontornável desde o seu lançamento e o rapper de Évora, agora ligado à Universal, também está no Mexefest para provar-se em palco.
O que acontece quando O Justiceiro (Mike El Nite) se junta ao Sacana Nervoso (Nerve)? O resultado é imprevisível, mas a alta concentração de sarcasmo é garantida. Eles dão o primeiro concerto do Cine-Teatro Capitólio, sendo seguido por não mais nem menos do que a lenda de Brooklyn, Talib Kweli. O rapper americano traz todo um brilho da era dourada do hip hop e o último álbum editado, produzido por 9th Wonder, Indie 500. Com a deixa da golden era estreiam-se logo a seguir Diamond D & Large Professor. Dois produtores veteranos, que também são MCs, responsáveis por produções para A Tribe Called Quest, Busta Rhymes, The Pharcyde, entre outros.
Como nenhum cartaz apetecível está isento de nos fazer tomar decisões difíceis, Nao toca no Coliseu dos Recreios com alguma sobreposição a Talib Kweli. A cantora britânica tem escalado o mundo do R&B com garra e um talento inegável. Se quiserem ver alguém que daqui a uns anos pode estar a piscar palcos principais dos grandes festivais de verão, esta é a vossa oportunidade. Para fechar o dia, Pedro Coquenão (Batida) alia-se a Spoek Mathambo e tocam música afro-electrónica numa actuação complementada visualmente pela exibição de dois filmes.
Horários:
18h00 | Capitólio Terraço
Celeste/Mariposa
19h30 | Capitólio Bastidores
Valas
20h25 | Cine-Teatro Capitólio
Mike El Nite + Nerve
21h45 | Cine-Teatro Capitólio
Talib Kweli
22h20 | Coliseu dos Recreios
Nao
22h50 | Cine-Teatro Capitólio
Diamond D & Large Professor
00H00 | Sótão do Teatro Tivoli BBVA
Pedro (Itch)Coquenão Apresenta:
“Os Projecionistas”
[26 DE NOVEMBRO]
O dia 26 é aquele que vai cansar qualquer par de pernas. E provocar algumas dores de cabeça com as suas sobreposições. O arranque é dado em força pela grande promessa do R&B, Gallant. Um nome que apareceu aos olhos do mundo com o single“Weight In Gold” vem mostrar-nos que tem bem mais em carteira para nos conquistar. Temos também a curadoria da casa: Ciência Rítmica Avançada. Este ano, Rui Miguel Abreu chamou Landim, Beware Jack + Blasph, Keso + Oliveira Trio, e Fuse: Landim vem dar a cara pelo movimento de rap crioulo que tem crescido cada vez mais em Portugal; Beware Jack e Blasph têm uma arma poderosa com autoria da dupla: OPROCESSO, um disco que justifica plenamente ir assistir a eles ao vivo e, quem sabe, ter uma preview do que pode ser a sequela; Keso lançou um manifesto sonante e que foi sentido pela comunidade do hip hop com KSX2016 e este concerto conta com a participação do Oliveira Trio para dar uma instrumentação diferente às músicas do artista; Fuse é o último nome e traz com ele uma pré-apresentação de Caixa de Pandora, um daqueles álbuns pelo qual toda gente está à espera.
Noutra sala, La Dame Blanche promete uma fusão de hip hop, cumbia e dancehall com um toque cubano. Do Porto, desce também PZ, o artista da Meifumado Fonogramas, com o seu estilo inconfundivelmente relaxado e dedo para refrões que ficam no ouvido. Os Octa Push lançaram o álbum Língua este ano e com ele somaram à discografia um trabalho fortíssimo que é um tributo à língua portuguesa e que que merece ser ouvido ao vivo. Os Digable Planets pertencem à história do hip hop e, embora o grupo não tenha tido muita longevidade, reuniram-se para uma digressão onde a nossa capital é um dos pontos de passagem obrigatória.
Para aqueles que precisam de descarregar a adrenalina depois de tanto corropio, podem ver os Irmãos Makossa, verdadeiros exploradores da música dos anos 70 africana, que prometem uma viagem à história da cultura do continente através da dança. Para continuar a viagem pelo mundo, Branko apresenta-se em formato live depois de ter editado Atlas Expanded, uma reedição do álbum lançado no ano passado. O produtor traz com ele uma verdadeira carta de influências sejam vindas do Brasil, África do Sul ou dos Estados Unidos. O resultado final será sempre o mesmo: extremamente dançável.
Horários:
20h20 Coliseu dos Recreios
Gallant
20h30 Garagem Super Bock / EPAL
Ciência Rítmica Avançada: Landim
21h15 Cine-Teatro Capitólio
La Dame Blanche
21h25 Garagem Super Bock / EPAL
Ciência Rítmica Avançada: Beware Jack & Blasph
22h15 Cinema São Jorge (Sala Montepio)
PZ
22H20 Garagem Super Bock / EPAL
Ciência Rítmica Avançada: Keso & Oliveira Trio
23H10 Garagem Super Bock / EPAL
Ciência Rítmica Avançada: Fuse
23H30 Cinema São Jorge (Sala Manoel de Oliveira)
Digable Planets
23H30 Estação Vodafone.FM / Estação Ferroviária do Rossio
Octa Push
00H00 Sótão do Teatro Tivoli BBVA
Irmãos Makossa
00H30 Coliseu dos Recreios
Branko