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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/08/2019

O produtor vai levar o seu mais recente álbum pela Discrepant para o palco do Les Siestes Électroniques.

Gonzo sobre Ruído(s): “É como uma escultura em câmara lenta”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 16/08/2019

A história de Gonzo começa em 2013 com o álbum Dies Irae. Seis anos depois, o produtor Gonçalo F. Cardoso encerra o capítulo deste seu alter-ego com Ruído(s), ficando a personagem Gonzo a actuar apenas enquanto DJ. “Quaisquer outros trabalhos de composição serão editados sob outros nomes criados para esse efeito,” admite ao Rimas e Batidas.

Esta não é a primeira vez que o artesão sónico cria narrativas musicais sob outros pseudónimos, tendo já editado por diversas vezes material enquanto Papillon ou Visions Congo, bem como até em nome próprio. Gonçalo integra ainda a dupla Hair & Tresure e é o fundador da Discrepant, selo que tem acolhido a grande maioria das suas obras, além de gerir também todas as suas sub-labels, como a Sucata Tapes, Farsa Discos ou Souk Records.

Fábio Nóbrega, responsável pela comunicação da Casa das Artes Bissaya Barreto, fez a ponte entre o Rimas e Batidas e o produtor, que abordou o processo de criação deste Ruído(s) e antecipou ainda a sua passagem pelo Les Siestes Électroniques, agendada para o dia 31 de Agosto.



Existem trechos sonoros que utilizas para a construção da tua obra que representam práticas muito específicas, como é que te aproximas e captas as particularidades destes ecossistemas diferentes?

O meu trabalho de composição acaba por ser uma mistura entre o aleatório e a pós-produção. Aproximo-me de um álbum novo sempre com um conceito em mente, neste caso sonoridades portuguesas. A partir desse conceito seleciono uma série de gravações de campo ou samples como ponto de partida para começar a gravar. A partir daí gravo, gravo e gravo até achar que tenha material suficiente para um disco. Passa à fase de seleção, que pode durar anos. Ouvir, montar, apagar, colar, voltar a ouvir até que sinta que começo a chegar a algo que faça sentido. Como uma escultura em câmara lenta.

Que Portugal é este, que homenageias mas que não existe, descrito no teu último álbum?

Um portugal imaginário mas com bases muito fortes nas minhas memórias de infância. Não existe porque foi recriado, aleatoriamente, no meu trabalho. E também conscientemente deformado, corrompendo ideias pré-concebidas ou preconceitos sobre o país com outros conceitos musicais que não têm nada a ver, como a exótica ou new age por exemplo.

O percurso de Gonzo inicia e termina com o título Ruído(s). Estará Gonzo a fechar algum ciclo? O que será de Gonzo a seguir à apresentação deste disco?

O primeiro disco de gonzo foi há 6 anos, Dies Irae. Uma cassete depois re-editada em vinil. Nasceu da necessidade de lançar material que compunha mas que não se encaixava nos meus outros projectos/pseudónimos. Com este disco encerra-se o ciclo. Gonzo passa a ser DJ e quaisquer outros trabalhos de composição serão editados sob outros nomes criados para esse efeito.

Escolhes o Les Siestes Électroniques para apresentação do disco. Que experiência podemos esperar para o dia 31 Agosto?

Tenciono apresentar o disco quase na sua íntegra, acrescentando temas e retirando outros. Também farei pequenas improvisações e adicionarei texturas que completem o live/dj set para uma apresentação única.


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