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Publicado a: 05/07/2017

Gizzle: “A perspectiva masculina no r&b pode ser vulnerável”

Publicado a: 05/07/2017

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTO] Direitos Reservados

Gizzle ganhou fama no rap norte-americano a escrever para grandes como Kanye West, Snoop Dogg ou Ty Dolla $ign. “Real Friends”, umas das faixas mais transparentes de The Life of Pablo, foi o lugar mais mediático em que o seu nome foi colocado, o reconhecimento de um talento à espera do seu espaço particular.

A divulgar o seu primeiro projecto a solo, 7 Days in Atlanta, a rapper de Los Angeles está a mostrar que não é só uma grande escritora de canções, mas que também condensa em si o skill e o pen game necessário para vingar a solo. Hoje, o concerto na Galeria Zé dos Bois é a oportunidade de comprovar se o feeling em estúdio consegue ser repetido ao vivo.

O Rimas e Batidas esteve à conversa com Gizzle que falou sobre a escrita de canções para outros, a participação no álbum de Yeezy ou o que esperar da estreia em Portugal:

 



Tu escreveste para outras pessoas durante grande parte da tua carreira. Sempre foi esse o teu objectivo ou inicialmente achaste que essa era a porta para uma carreira a solo? 

Não, não exactamente. Na verdade, eu comecei como artista e foi enquanto esperava por fazer os 18 anos e assinar um contrato que a ideia de escrever canções me foi apresentada. É louco porque depois disso a escrita de canções acabou por assumir a liderança, mas estou contente que tenha acontecido dessa forma.

Qual é a principal dificuldade que tens ao escrever para outros? É preciso teres algum tipo de proximidade com o artista? 

O grande obstáculo é tentar escrever algo que irá ressoar com o artista se eles não estiverem na sala. Quando tu tens a oportunidade de entrar numa [sala] com outro artista e vibrar em conjunto, colocar questões e partilhar histórias; tu não tens que ter proximidade pessoal com ele, mas a música vai ser mais real para ambos.

O teu nome aparece nos créditos da “Real Friends” do Kanye West. Como é que acabaste lá? 

Tem piada porque eu tinha trabalhado pessoalmente com o Ye no álbum, mas nenhuma das coisas que fizemos juntos acabou lá. Um dia, o Ty$ convidou-me para a casa dele e nós temos escrito juntos desde há algum tempo, por isso quando estamos juntos nós sabemos que podemos mandar abaixo um monte de coisas. Ele tinha 4-5 canções que queria que trabalhássemos em conjunto. Uma delas era “Real Friends” e nós apenas escrevemos algumas linhas. O Ye já tinha feito a maior parte, por isso foi bastante fácil e divertido.

Olhando para as tuas colaborações, percebemos que grande parte das vezes escreves para homens. Porque é que achas que isso acontece? Sentes-te mais confortável a escrever do ângulo masculino? 

Não foi planeado dessa maneira, mas eu penso que compreendo naturalmente e tenho uma perspectiva mais masculina. Eu gosto de escrever de todos os pontos-de-vista, um dos géneros favoritos para escrever é o r&b. E isso acontece porque a perspectiva masculina no r&b pode ser vulnerável e, de algumas forma, feminina.

 



7 Days in Atlanta, o teu projecto de estreia, foi editado no início de 2017. Como é que foi o processo criativo? Foi tudo feito em 7 dias em Atlanta? 

O processo criativo por detrás de Atlanta foi ir para lá e deixar as minhas experiências dessa semana criarem a música. Por isso sim, foi feito em 7 dias. Eu fiz a mesma coisa em Denver e Filadélfia. 7 Days in Denver vai ser lançado no final deste mês. O Filadélfia sairá no Outono.

Quais são as tuas principais referências? 

O Jay-Z é a minha maior influência. Depois dele e sem ordem particular: Missy [Elliot], Timbaland, Puff Daddy, Teddy Riley, Static Major, Andre 3000 e Lil Wayne.

O que é que podemos esperar da tua actuação? 

Vocês podem esperar muita energia boa e positiva. Em todas as noites que toco, eu só quero dar e estar no meu melhor. Em Portugal, eu vou deixar tudo no palco.

É a tua primeira vez em Portugal, certo? Sabes alguma coisa sobre o país? 

Sim, é a minha primeira vez em Portugal, por isso estou bastante entusiasmada. Honestamente, eu não sei muito, tirando as coisas históricas que li em livros. Os meus amigos que já visitaram o país contaram-me que Lisboa é linda e que as pessoas e a comida ainda são mais incríveis. Por isso, eu estou ansiosa ver isso tudo por mim mesma e criar uma ligação para a vida com Portugal.

 


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