pub

Fotografia: Filipe Meunier
Publicado a: 30/11/2020

Com novo longa-duração no horizonte.

Gileno Santana: “Consegui no ‘Be Yourself’ encontrar uma forma única de expressar-me musicalmente”

Fotografia: Filipe Meunier
Publicado a: 30/11/2020

No final de Outubro, o trompetista Gileno Santana mostrou “Be Yourself”, single que antecipa o seu próximo álbum, previsto para sair em Março de 2021 pela Ubuntu Music.

Para além de instrumentista, Santana também é um arranjador, professor e compositor que divide o seu tempo entre Londres e Porto. Chegou a Portugal com 17 anos, tendo estudado no Hot Clube, e em 2010 inaugurou a sua discografia a solo com Início, disco em que conta com a participação do lendário Hermeto Pascoal.

Com esta nova música executada em parceria com Harry Morrison e Patrick Danao, Gileno explica o que nos oferece: “uma sonoridade bastante original, fruto de uma introspecção inspirada em todas as minhas influências”.



Apresenta-nos, antes de mais nada, os músicos que te acompanham em “Be Yourself”.

Sim, claro, no contrabaixo é Harry Morrison, filho do multi-instrumentista australiano James Morrison, e na bateria é Patrick Danao; conheci-os na Austrália, quando estive a dar aulas na Universidade James Morrison Academy, em 2018.

Este primeiro single antecipa um projecto de maior fôlego? Podes levantar o véu, por favor?

Antecipa o álbum que chega em Março, o single é só uma pequena amostra do tipo de sonoridade que vão encontrar, uma sonoridade bastante original, fruto de uma introspecção inspirada em todas as minhas influências. Consegui no “Be Yourself” encontrar uma forma única de expressar-me musicalmente.

Estás baseado em Londres, certo? O que te levou até essa cidade?

Neste momento estou entre Londres e Porto, cidades únicas que eu amo. Neste momento estou no Porto a dar aulas no Conservatório de Música do Porto, mas assim que acabar o ano lectivo volto para Londres.

Eu penso o seguinte, se estás em Nova Iorque, Londres, Berlim ou em Paris, estás no mundo… Mesmo com o mundo globalizado em que vivemos, estar nestes lugares é muito importante; hoje, com a pandemia e o mundo em stand-by, decidi voltar para Portugal, pois é aqui que tenho a minha família.

Podes falar-nos em traços gerais do teu percurso no jazz até 2020? Quais dirias que são os principais marcos no teu caminho?

Assim de cor, posso dizer que cheguei em Portugal com 17 anos, estudei com o João Moreira, tendo aulas no Hot Clube, depois fui para a ESMAE em 2008, no mesmo ano fui convidado para fazer parte da Orquestra Jazz de Matosinhos, onde tenho trabalhado com músicos do panorama mundial, como Lee Kontiz, Maria Schneider, Kurt Rosenwinkel, Carla Bley, entre outros.

Em 2010, editei o meu primeiro álbum Início com participação do Hamilton de Holanda e Hermeto Pascoal; em 2014, editei, através da editora italiana Caligola Records, o álbum Metamorphosis, que foi considerado um dos álbuns do ano pela Jazz.pt.

Em 2015, editei o álbum Inevitàvel em que alcancei uma grande popularidade com uma composição original minha chamada “Malaco“, e durante esse período fui gravando EP com Ciranda, um projecto de música tradicional portuguesa, até chegar em 2018 e criar o meu projecto em trio, atingindo o seu ponto máximo ao encerrar o Festival of New Trumpet Music em Nova Iorque, o maior festival do trompete moderno no mundo, cujo director artístico é o Dave Douglas. Com o trio, fiz uma mini tour em Londres, passando pelo Ronnie Scott’s, Pizza Express, Vortex Jazz Club, Kansas Smitty’s; também com esse projecto, estive ultimamente na Dinamarca, Áustria, Bélgica, Polónia e Espanha.

Tens observado a cena jazz nacional? Que pensas do estado presente da cena?

Acho que nunca se viveram tempos tão prósperos; hoje, Portugal é uma realidade no cenário musical, não só no jazz e suas vertentes. Estou muito feliz por acompanhar de perto esta transformação.

Este teu single sai numa editora inglesa e neste momento o jazz britânico está sob os atentos olhares do mundo. Porque achas que isso acontece?

Se olharmos para a indústria, os EUA e Inglaterra sempre estiveram na linha da frente, o mais difícil é conseguir entrar nesse circuito, pois o mercado é muito agressivo. Há muita gente com muita qualidade, fico orgulhoso por uma editora inglesa ter aceitado trabalhar comigo. A Ubuntu, juntamente com o Martin Hummel, são referências do jazz britânico, tendo editado álbuns de nomes como Chet Baker, David Binney, Seamus Blake, entre outros…

Quais vão ser os próximos passos agora que “Be Yourself” acaba de ser lançado?

O próximo passo é viver… dar continuidade a toda esta história, com um
coração humilde e cheio de esperança e vontade para continuar a esta
caminhada, que é bastante longa.


pub

Últimos da categoria: Entrevistas

RBTV

Últimos artigos