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RuiMiguelAbreu

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O nosso futuro começou há um ano: das rimas e das batidas

Foi há um ano que foi para o ar o contador que dava conta da aproximação da data de estreia online do Rimas e Batidas, que aconteceria a 20 de Abril. Foi o compromisso final, o “agora não há volta a dar” que terminou com todas as incertezas e dúvidas.

A minha vida online teve, por assim dizer, três andamentos antes do aparecimento do ReB: o Hit da Breakz, logo à cabeça – um blog que imaginei sozinho, mas que realizei com a ajuda do José Belo, primeiro, e do Marko Roca, depois, e onde se falava de discos, de funk, de breaks, de hip hop; mais tarde veio o 2 4 the Bass, basicamente uma tentativa de fazer renascer o Hit da Breakz, mas em modo solo; e, finalmente, o 33-45, onde já ensaiei uma escrita mais funda, com críticas e artigos maiores, e que também foi mantido em modo solitário. Breaks, baixos, vinil: se não estão a ver o padrão, então é porque são cegos.

A escrita é de facto o meu primeiro, mas não único amor. E todos os meses é algo que faço com todo o empenho na Blitz, o grande orgulho da minha carreira, devo dizer. Mas nas páginas da Blitz não cabe todo o universo musical que gosto de explorar. Por outro lado, no meu espaço na Antena 3, o programa Rimas e Batidas, não cabem todas estas palavras que esta música me inspira a escrever nem sequer todas as diferentes nuances que a electrónica tem oferecido à música desde sempre. Nasceu, por isso mesmo, a ideia de uma revista digital que pudesse ir mais longe.

Antes de mais sabia que não a podia nem queria fazer sozinho: o Ricardo Miguel Vieira e o Bruno Martins foram os primeiros aliados na aventura. O Bruno recrutou depois o cérebro César Furtado que com a sua Dialogue tem sido a espinha dorsal técnica de todo este projecto. E as ideias dele não páram, pelo que haverá novidades em breve!

Depois, à nossa volta, construiu-se a equipa que se nomeia aqui. São todos parte importante de um projecto que pretendemos ser o mais sério e profissional possível. Neste ano houve ainda outras pessoas que contribuiram pontualmente e que também ajudaram a que chegássemos aqui. Elas sabem quem são e merecem igualmente um agradecimento especial.

A ideia foi sempre ser diferente do papel. Textos, sim, como ponto de partida, mas também imagens, vídeo, som. Acreditamos que é o que faz sentido no domínio digital. E também algo que tenha reflexos fora dos browsers: festas, festivais, eventos, acções no mundo real. Temos feito isso tudo. Temos ideias e planos para fazer muito mais. Temos a certeza que muito disto vai dar luta. Temos também a certeza que de outra maneira não teria graça.

O Rimas e Batidas não surgiu por oposição a nada, mas acontece todos os dias a favor de muita coisa: de música que nos apaixona, sobretudo. Feita dentro e fora de portas. Feita com microfones e samplers e caixas de ritmos e computadores e sintetizadores. E com as mãos, os pés e as cabeças. E até com os corações. É essa que queremos ouvir e dançar e sobre a qual nos apetece escrever, fazer vídeos, desenhar ilustrações.

Há um ano sonhávamos com tudo isto. Um ano depois, olhamos para trás e vemos que já tanto aconteceu. Mas sobretudo olhamos em frente e projectamos o que ainda queremos que aconteça. Vem aí a segunda edição do Festival Rimas e Batidas. Ter alguém da dimensão de Vhils associado a esta iniciativa enche-nos de orgulho, claro. Fazer uma vénia ao enorme J Dilla enche-nos de responsabilidade. Poder levar para palco tantos artistas em que acreditamos enche-nos da sensação de dever cumprido. Sentimo-nos preenchidos, verdade. Mas também sedentos de muito mais.

No dia 21 de Abril o nosso futuro prossegue. Há muito mais que temos na cabeça. E apenas uma certeza: isto só faz sentido com todos vocês desse lado. E deste, se o desejarem.

Em baixo, uma manifestação de um futuro imaginado há muito tempo, num local mágico chamado Detroit. E logo depois outra manifestação de futuro noutro local mágico chamado Lisboa. Está tudo ligado. Até já.


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