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Publicado a: 26/11/2015

Francisco Rebelo lança mixtape OPA

Publicado a: 26/11/2015

A Oficina Portátil de Artes (OPA) é um projeto virado para os bairros periféricos de Lisboa que visa ajudar os jovens no processo de criação artística, colocando à disposição todos os recursos necessários e preparando-os para o mercado de trabalho. É um projecto com 10 anos de história, apesar de não ter conseguido manter a sua periodicidade anual por falta de financiamento e apoios. Só em 2011 é que Francisco Rebelo, membro do colectivo Orelha Negra, músico de renome no panorama musical português, professor na escola Restart e coordenador do OPA, conseguiu arrancar com uma frequência anual para esta iniciativa, que tem no hip hop e na música de inspiração negra a sua maior incidência.

O convite a Francisco Rebelo surgiu da parte de Carlos Martins, presidente da associação Sons da Lusofonia, responsável pela ideia destas Oficinas. “O projecto está associado ao festival Lisboa Mistura, no qual cheguei a colaborar a nível de programação”, informou Francisco Rebelo em conversa com o Rimas e Batidas. A OPA ganhou o seu próprio espaço dentro do festival, o que permitiu orientar os jovens a nível de performance, tratamento de beats e postura em palco. “São pormenores aos quais eles não estão habituados, pois os sítios onde tocam não têm condições nenhumas – às vezes até o fazem em playback”, esclareceu o artista.

Numa primeira fase do projeto, a Oficina Portátil de Artes foi recrutar talentos às associações em bairros e a alguns departamentos de câmara que estão normalmente ligados à periferia de Lisboa, para tentar perceber onde e em quem apostar. Actualmente já são as próprias pessoas que vão ao encontro da OPA, sendo o gosto pela arte e a vontade de trabalhar o único requisito mínimo para ser aceite. “Tem sido um trabalho feito em muitos bairros”, sublinhou Rebelo, “mas este ano conseguimos centralizar tudo na Restart, o que nos garantiu um auditório com boas condições, bem como levar alguns dos artistas a estúdio para regravar algumas das suas músicas, o que inspira sempre a construção de novos temas”.

A primeira mixtape OPA foi lançada em 2012 e reuniu os projectos que passaram pela Oficina nesse mesmo ano. Por questões orçamentais e de logística, não foi possível dar continuidade desejada. “A minha ideia era lançar uma por ano”, confessa o músico e professor, “mas não deu, pois estas coisas custam dinheiro e, ainda por cima, os discos que gravamos não podem ser vendidos, são de oferta, visto a associação não ter fins lucrativos”. Em 2015, Francisco Rebelo vai voltar a materializar a sua vontade, com a edição de uma nova mixtape que vai reunir todos os trabalhos respeitantes ao ano vigente. “Alguns temas são inéditos, vão sair na mixtape pela primeira vez, outros já estavam gravados e foram cedidos pelos próprios artistas”, acrescentou.

A mixtape será tornada pública hoje no espaço B.Leza, Cais do Sodré, com um espectáculo de apresentação que reunirá em palco boa parte do elenco deste projecto. “Vamos tentar reproduzir a mixtape na íntegra, num total de 17 músicas, só não sei se conseguirei reunir toda a gente. Cada artista vai tocar dois temas. Vai também ser apresentado um documentário que filmámos com o trabalho deste ano, para as pessoas perceberem todo o processo de construção. Vamos ainda ter a presença de amigos meus que têm apoiado o projecto sempre que possível, como Sam the Kid, Valete, Bob da Rage Sense, NBC e Sir Scratch, para que os miúdos sintam por perto os seus ídolos e ganhem alguma inspiração e confiança com eles”.

Os performers da noite serão D’MK, Mynda Guevara, Nessy Pontez, Silver Saga, Guida, Estraca, JDN, Soulja gang, Dallas, Rap Afro Power, Valter Ls, Tristany TimeOld e Monte Real, DJ Kope e DJ Guttz. O espectáculo está marcado para as 22 horas e os bilhetes custam €5.

 

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