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“There Were Bells” é o primeiro avanço de FOREVERANDEVERNOMORE, mais uma entrada para o longo catálogo (mais de duas dezenas e meia) de álbuns a solo de Brian Eno — este novo trabalho sairá no dia 14 de Outubro.
A emergência climática é o mote para o sucessor de Reflection (2017), que foi gravado e produzido no oeste de Londres pelo próprio músico, compositor e produtor britânico, um projecto em que vamos poder ouvi-lo a cantar em grande parte das faixas, algo que já não sucedia há muito tempo. Em declarações espalhadas por diferentes publicações na sua página oficial de Instagram, Eno falou sobre este seu próximo disco:
“Como toda a gente – excepto, aparentemente, a grande parte dos governos do mundo –, eu tenho pensado no nosso futuro precário, e esta música surgiu desses pensamentos. Talvez seja mais correcto dizer que me tenho sentido sobre isso… e a música cresceu a partir desses mesmos sentimentos. Aqueles de nós que partilham esses sentimentos estão cientes de que o mundo está a mudar num ritmo super rápido, e que grande parte dele está a desaparecer para sempre… daí o título do álbum.
Estou cada vez mais convencido de que a nossa única esperança de salvar o nosso planeta é se começarmos a ter sentimentos diferentes sobre ele: talvez se nos re-encantarmos pela incrível improbabilidade da vida; talvez se sentíssemos arrependimento e até vergonha pelo que já perdemos; talvez se nos sentíssemos entusiasmados com os desafios que enfrentamos e o que ainda se pode tornar possível. Resumidamente, precisamos de nos apaixonar novamente, mas desta vez pela Natureza, pela Civilização e pelas nossas esperanças para o futuro.
Eu acho que colocar um humano na foto faz com que seja um tipo bem diferente de foto. Eu próprio já vi isso, se olhares para uma pintura de uma paisagem e não há ninguém nela, tu olhas para ela de uma certa maneira. Se colocares a mais pequena das figuras humanas, mesmo que seja no canto, os teus olhos movem-se de uma maneira totalmente diferente, tu continuas a voltar a essa figura porque o que tu está a ver é um humano a relacionar-se com o mundo que tu criaste. Eu gosto de criar mundos, é o que eu faço como artista, acho, crio mundos sonoros, mas agora, depois de uma longa ausência de humanos nesses mundos, decidi tentar colocar um e ver como o humano se sente neste mundo que eu fiz.”
No videoclipe, publicado no final do mês passado, a temática faz-se sentir através das imagens captadas num concerto dos irmãos Eno, Brian e Roger, na Acrópole de Atenas, em Agosto de 2021.
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