pub

Publicado a: 02/06/2017

A fiel representação do Sul de Londres no Lux Frágil

Publicado a: 02/06/2017

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTOS] Sara Coelho

Quem é cliente habitual nas noites C.R.E.A.M já sabe o que esperar quando chega ao Lux Frágil: DJ Glue nos pratos a fazer o aquecimento para o main event. Duas da manhã, pista preenchida quanto baste, mas, à primeira vista, mais turistas que procuraram “the hottest club in town” e menos fãs de Novelist, o príncipe do grime que veio directamente do Reino Unido para provar o seu valor a convite do DJ e produtor e português.

 


2


Com o DJ nas costas, o MC do Sul de Londres assumiu sozinho o palco durante cerca de uma hora, o tempo suficiente para demonstrar que o seu conceito de actuação é pura e simplesmente cuspir barras em catadupa com paragens curtas em que puxava pelo público – que foi sempre reagindo de forma bastante positiva, principalmente as 10 ou 15 pessoas que povoavam a linha da frente. Se os versos são entregues de forma dura e com um sotaque carregado, o sorriso largo de Novelist é o contraste para a sua música.

Um dos convidados de Konnichiwa, álbum importantíssimo para o panorama grime mais recente, o artista ainda é um “miúdo” nestas andanças. Sem um longa-duração para apresentar, os singles-bomba foram as peças fundamentais para o desenrolar da narrativa da madrugada: “Endz” e “1 Sec”, dois dos temas mais conhecidos da sua discografia, ou faixas com os beats mais esquizóides em que dubstep, electrónica disfuncional e grime se juntam para criar um autêntico alienígena.

 


4


Keep it real“, atirou a certa altura Novelist. E foi aí que começou um freestyle desenfreado. DJ a colocar um, dois, três, quatro beats de seguida enquanto o MC moldava o seu flow em tempo real. Se a actuação foi um comboio desenfreado com curtíssimas pausas para descanso, Novelist foi o maquinista louco a conduzir-nos com, digamos, mão pesada. O sistema de som do espaço lisboeta poderia confirmá-lo, se falasse…

Se Skepta ou Stormzy estão a criar e a moldar a ideia que o mundo tem do grime através de abordagens mais clássicas do género – no caso do primeiro – ou mais pop – se pensarmos no segundo – , Novelist ainda é um diamante em bruto que produz e rima como poucos. Só o tempo dirá se o potencial que facilmente lhe reconhecemos terá consequências reais e sérias.

Depois das rajadas, a intensidade foi arrumada na mala e só restou uma despedida calorosa por parte do MC britânico. Posto isto, DJ Glue voltou a tomar conta dos pratos e, numa sequência imparável, passou “DNA.”, “I Got The Keys”, “Moves” e “HUMBLE.”. Para alguns isto ainda era o começo da noite, mas, para nós, estava na hora de pôr um ponto final e rumar a casa. Próxima paragem? Skepta no Parque da Cidade. Do Porto, claro…

 


5

6

3

pub

Últimos da categoria: Reportagem

RBTV

Últimos artigos