Depois das primeiras edições terem ocorrido no Centro Cultural da Malaposta em Odivelas, é a vez do Teatro Municipal da Lousã ser palco para as propostas de nova edição do Festival Theia. Entre os dias 26 e 28 de Setembro, afirma-se o espaço criativo feminino no campo do jazz contemporâneo e da música exploratória.
Retoma o nome de titã da cultura mitológica grega, referente ao poder da visão e como fonte de luz. Tal como quando se apresentou no panorama cultural, o certame mantém-se focado no papel da mulher na música. “Todas as líderes participantes deste festival se distinguem, não só como instrumentistas e intérpretes, mas também como compositoras, agentes criadoras, que activamente moldam a realidade artística e cultural dos tempos presentes”, tal como concebeu Rita Maria como curadora da programação do evento, que é um projecto da associação cultural Ainda Não Tem Nome.
A abrir a programação na sexta-feira, dia 26 às 21h30, o quinteto da trompetista e compositora Maria Fonseca, incorporando José Mestre no clarinete e clarinete baixo, Bruno Ponte na guitarra eléctrica, Zé Pedro Jorge no contrabaixo e Maria Carvalho na bateria. No sábado há dose reforçada: às 19h com Rita Caravaca Trio, com a pianista e compositora a apresentar-se com Francisco Coelho na bateria e com a participação especial do contrabaixista Francisco Brito; depois, às 21h30, sobe ao palco uma dupla decana do jazz inventivo em português a liderar um quarteto, com Maria João e Carlos Bica a apresentarem-se juntamente com João Farinha no piano e teclados, e Gonçalo Neto na guitarra eléctrica. Domingo, dia 28, estará em destaque a encomenda feita à compositora Nazaré da Silva, que consiste em nova música para um trio de guitarra portuguesa, violoncelo e flauta transversal para as instrumentistas Mafalda Lemos, Margarida Vieira e Teresa Costa — o espectáculo desta versão do Ensemble Theia vai ter apresentação às 16h30. As noites de sexta e sábado prosseguem ainda com jam sessions no Bar A Mina, a partir das 23h, contando com Lucas Santos Quarteto na abertura da sessão — Francisca Gonzalez no piano, Juliana Mendonça no contrabaixo e Íris Valente na bateria completam a formação.
O programa desta edição é composto, além dos concertos, por distintas iniciativas tais como um estágio (com direito a apresentação final), uma residência de criação, uma oficina e uma mesa redonda. Na semana de 22 a 27 tem lugar o Estágio Theia, dirigido a alunos dos conservatórios de música da Jobra de Coimbra e Lisboa — são seis dias de aprendizagem e partilha que culminarão com um concerto de apresentação dia 28, às 11h, no Teatro Municipal. Na cafeteria do teatro, sábado pelas 11h, ocorrerá a oficina Theia de Sons, com a compositora e investigadora Beatriz Nunes a convidar crianças e famílias à exploração do jazz e da música contemporânea. No domingo ás 15h tem lugar a mesa redonda “Cantando a Resistência: As Mulheres na Música de Intervenção em Portugal”, reunindo Mynda Guevara, Paula Oliveira e Hélder Bruno, com a moderação de Beatriz Nunes. A entrada é livre em ambas as iniciativas mas com inscrição prévia.