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Publicado a: 28/07/2017

Festival Iminente: Quanto é que vale a ida a Londres para um artista português?

Publicado a: 28/07/2017

[TEXTO] Alexandre Ribeiro [FOTO] Direitos Reservados

“Uma carreira lá fora” é uma frase recorrente para aqueles que olham para Portugal e detectam as suas evidentes limitações geográficas e barreiras linguísticas. Olhando para o panorama musical português, tiramos algumas conclusões: a música que resulta lá fora é aquela que leva o cunho de autenticidade, de cantores de fado como Amália ou Mariza até aos desafiantes Ermo e passando por casos singulares como Buraka Som Sistema ou Batida; alguns – casos raros – conseguem levar o seu “inglês” para fora, caso de Legendary Tigerman, por exemplo; para fechar, a globalização e a democratização da Internet também permitem que produtores como Holly façam tours na China ou no Estados Unidos da América.

Não existe fórmula e é realmente complexo começar uma carreira internacional a partir deste “jardim à beira-mar plantado”. O Rimas e Batidas conversou com sete protagonistas portugueses do Festival Iminente e deu-lhes a oportunidade de explicarem o significado desta ida a Londres:

 


[DJ Big]

“Para mim é de máxima importância. Para um artista como eu, tocar lá fora ou ser visto lá fora, só indo a campeonatos ou lançando um single que seja ouvido mundialmente. Este tipo de iniciativa vai me fazer ir e a mais artistas portugueses a Londres para mostrar dias e noites de ensaio sem fim. Também temos muitos portugueses em Londres que não estão a conseguir vir aos festivais de Verão cá e vão ter oportunidade de ver alguns dos artistas do seu país. Por isso, aposto que vai ser de máxima importância.”

 


[Batida]

“Este encontro é importante por si só, seja onde for. Passa por estéticas, culturas e e geografias que me são muito caras. Tem aspectos que o tornam único: o critério, o real encontro de artes, o lado subversivo assumido ou o focar de tópicos como a mobilidade e a distância que se extrema entre mundos. Sinto que estou no sítio certo, seja em Londres ou seja em Oeiras, debaixo da ponte. E apresentar este evento numa cidade onde estas artes são vividas de forma tão próxima e apaixonada, terá certamente reflexos para todos; para nós, os convidados, para os londrinos que são dos melhores públicos que podes ter, sempre ávidos de novidades e que aqui vão descobrir uma grande parte dos preciosos nomes no cartaz, e para o Vhils que, para além de estar a partilhar connosco este momento, pode dar um contexto rico ao bonito trajecto que tem feito fora do país. Essa ideia de partilhas e ganhos comuns, é importante ser afirmada a esta altura, em Londres e em Oeiras. Faz tudo mais sentido assim.”

 


[DJ Glue]

“Penso que Londres anda a dormir e é preciso serem os tugas a agitar a cidade. Londres, que está sempre um passo à frente na música, nunca viu acontecer um festival onde a arte e música se unem. Os tugas que estão no cartaz são os mesmos que estão a agitar por todo o mundo, tanto na street art como na música.”

 


[Scúru Fitchádu]

“Portugal afirma mais uma vez que está na ponta da música pelo mundo. Lisboa cada vez mais revela ser um núcleo que é sinónimo de novas linguagens artísticas e criativas, levando as mesmas a outro grande centro criativo como Londres. (Só resta Portugal valorizar mais o que tem, ao invés de abrir espaço somente pelo reconhecimento internacional…. )”

 


[DJ Ride]

“Nós temos alguns dos melhores DJs/ beatmakers/ produtores do mundo a assinar nas melhores labels, muitas vezes falta é mais visibilidade e uma estrutura que consiga suportar e produzir um evento com tantos nomes reunidos. Acho que foi algo natural, depois do sucesso do Iminente por aqui, exportar esse conceito com a ajuda da visibilidade internacional que o Vhils e a sua equipa têm. Espero que hajam mais ‘Iminentes’ a acontecer no futuro!”

 


[Francis Dale] 

“Em 2017, faz 10 anos que me mudei para Inglaterra. Vivi cerca de dois anos em Londres e depois Liverpool, tendo conhecido uma sociedade inclusiva e um povo bastante acolhedor. No contexto actual em que se reforçam fronteiras e erguem barreiras é cada vez mais necessário estas demonstrações de pluralidade. Mais do que uma ode à Diáspora artística Portuguesa, este festival faz-nos desafiar e questionar os dogmas do nosso tempo. Para mim, a verdadeira importância de iniciativas como esta é assegurar que a diferença possa continuar a ser valorizada.”

 


https://www.youtube.com/watch?v=r-wdGyr5J3o

[Allen Halloween] 

“Os londrinos vão levar jarda! Eu fico muito contente e confiante quando olho para este cartaz. Eu julgo que estamos a falar dum cartaz que representa, sobretudo, o multi-culturalismo de Portugal ou seja, o verdadeiro Portugal. Acho que os londrinos vão ficar com uma ideia bastante realista da música que se faz por aqui.”

 


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