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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 06/10/2020

Com o selo da Antena 3.

Fela Pod: “que encanto é este do afrobeat?”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 06/10/2020

Nunca é demais celebrar a obra e o legado de Fela Kuti. O radialista Luís Oliveira parece concordar em absoluto com esta ideia, e decidiu dedicar-lhe um podcast dividido em cinco episódios, que já está disponível na íntegra no RTP Play.

A lenda nigeriana, que é, também, um pioneiro do afrobeat, é homenageada através das contribuições de músicos como Milton Gulli e Ivo Costa ou da jornalista espanhola Sagrario Luna.

Fomos falar com o autor deste “filho da pandemia” e tentar perceber as motivações para a criação desta série que mergulha na carreira de Fela em pouco mais de uma hora.


Fela Pod

Em cinco episódios, Luís Oliveira propõe-se contar a história de um dos mais influentes músicos africanos do século XX. Da educação colonial à invenção do Afrobeat, da postura heroica de contestação ao legado do músico nigeriano, Fela Pod conta com entrevistas a Rui Miguel Abreu (Antena 3, Rimas e Batidas, Blitz), a Milton Gulli (Cacique 97), a Maurício Fleury (Bixiga 70) e à jornalista espanhola Sagrário Luna (autora do livro “Fela Kuti: Espíritu Indómito”).


Como surgiu a ideia para este podcast e quais foram as tuas referências ou inspirações?

Este podcast é um filho da pandemia. Neste período estive em teletrabalho e equipado em casa para fazer rádio. Com a morte do Tony Allen acabei a reler, rever e ouvir novamente muitas coisas do Fela Kuti e decidi ocupar o meu tempo. Como inspiração tive o Stay Free: The Story of The Clash feito pelo Spotify. Não tenho lata de dizer que foi uma referência porque um é uma mega produção e este tem uma vasta equipa composta por mim… e pelo Gualter Santos que assegurou a sonoplastia.

O Fela Kuti é apenas o primeiro ou pretendes ficar-te por aqui?

Gostava de fazer uma série, de facto. Sempre com músicos que tenha como relevantes e com vidas ricas. Não estou muito interessado na história típica do tipo desconhecido que grava um disco, conquista fama e dinheiro, compra muitos carros, ganha mais dinheiro, enche arenas, compra várias mansões, ganha ainda mais dinheiro. Fim da história. Talvez o próximo seja o Tim Maia.

O que é que este formato permite que outras formas de comunicação radiofónica não admitem?

Olho para o Fela Pod como um conteúdo áudio. Depois interessa-me menos como é distribuído. Curiosamente, a rádio sempre teve aquela ideia de ser um meio muito íntimo quer na escuta quer na partilha. Acho que os podcasts ainda acentuam mais essa característica.

Sobre este podcast em concreto: quem está envolvido e o que podemos descobrir aqui se mergulharmos nas cinco partes?

A produção, guião, entrevistas e locução são minhas e a sonoplastia do Gualter Santos. A imagem ficou a cargo da Ana Malheiro. Entrevistei o Maurício Fleury dos Bixiga 70, o Milton Gulli dos Cacique 97, o Rui Miguel Abreu e a Sagrário Luna, jornalista espanhola que escreveu Fela Kuti: Espíritu indómito. Tenho ainda declarações do Ivo Costa dos Bateu Matou e baterista da Sara Tavares ou Batida e do Quim Albergaria dos Paus e Bateu Matou. Fiz ainda alguma arqueologia YouTubica e não só, com entrevistas ao Fela Kuti e outros sons de contexto histórico. É uma viagem cronológica que tenta não só mostrar o músico e pioneiro do afrobeat como também o herói resistente. Havia duas perguntas que me interessava responder: que encanto é este do afrobeat? E o que leva uma estrela local mas também continental e global a assumir uma série de riscos, inclusivamente físicos, na defesa daquilo em que acredita? Não há respostas definitivas, obviamente. Mas há pistas.


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