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Fotografia: Daniel Levenhagem
Publicado a: 14/05/2024

"Música popular da selva de concreto brasileira."

Febre90’s: “Nosso pensamento é fazer clássicos que fiquem para o resto da vida”

Fotografia: Daniel Levenhagem
Publicado a: 14/05/2024

No final de março (de 2024), encontrei com SonoTWS e pumapjl antes de se apresentarem no Baile do Brime, na Audio, em São Paulo. Na mesma noite, a dupla que compõe o Febre90’s dividiu o palco com a DJ Sophia, AJULIACOSTA e o BRIME (formado por Febem, Fleezus e CESRV). Semanas antes, acompanhei um show solo deles em Jundiaí, a 57 km de São Paulo, cidade natal do Sono. Por ser gratuito e ter limite de público, mais de 300 pessoas não conseguiram ver os dois em ação. Ao final, uma enorme fila se formou para que eles assinassem camisetas, cartazes, folhas de papel e tênis.

Essa tem sido a rotina do beatmaker (Sono) e do MC (puma) em todos os lugares que tocam. Com pouco mais de 3 anos na ativa, o Febre faz jus ao nome que tem. Rapidamente conquistou um público fiel pela sua forma única de fazer rap, unindo o boom bap, a especialidade do SonoTWS, que faz suas produções nas máquinas E-mu SP-1200 & Akai S950, e as rimas afiadas do pumapjl. Tanto é que o terceiro single deles, “Sementinha do Mal” de 2022, bateu 20 milhões de plays, e o EP Autodomínio, do puma com produção do Sono, atingiu quase 80 milhões de plays, ambos somente no Spotify.

Todo esse sucesso foi conquistado organicamente sem apoio de gravadora ou selos de grande circulação no Brasil. De fato, o trabalho é feito de forma independente, inclusive na produção de merch, como camisetas e fitas K7, que esgotam em questão de minutos assim que começam a ser vendidos. Desse mesmo jeito, lançaram recentemente o single “Prata”, que chega acompanhado por uma animação do Recsoverto.

Sempre no anonimato, pelo uso de balaclavas para não mostrarem o rosto, Sono e puma raramente falam publicamente, porém, abriram uma exceção ao Rimas e Batidas.



Vocês têm noção da dimensão que o Febre90’s tomou, principalmente com o público adolescente?

[pumapjl] Mano, eu não consigo sentir porque a gente não mostra a cara. Então, não tem aquele bagulho de você sair na rua e ser reconhecido. Lá no Rio até tá rolando, mas é muito raro. Tipo, nesse evento aqui [Baile do Brime] vai dar pra sentir, em Jundiaí [interior de São Paulo] e no Circo Voador [no Rio de Janeiro] deu pra sentir. Quando é uns eventos assim, a gente observa que o bagulho tá doido, tá em outro nível, mas no cotidiano, a gente se assusta quando acontece isso.

[SonoTWS] Em Jundiaí, papo reto, eu vivi a minha vida inteira lá, mas faz anos que não vejo um evento com muita gente ficando para fora. E eu já fui em vários shows de rap lá. Nesse lance dos adolescentes muita gente fala: “Na real é só molecada”. Mas a gente rebate: “Abraçamos todo mundo, porque essa molecada já cresceu na geração do trap e não pegou esse rap nacional [dos anos 1990] que a gente conhece, admira e gosta, tá ligado? E tem uns moleques que chegam e falam: “Me identifiquei com esse tipo de som.” Recebo DM no Instagram de molecotes perguntando: “Que tipo de som que vocês fazem?” É isso, a gente abraça todo mundo. Quer vir, vem, a gente explica. E essa é uma diferença também. Tipo assim, a molecada curte, compartilha, mostra para o amigo na escola… A gente também recebe várias mensagens com graffitis, desenhos e alguns dizendo que tão começando a fazer boom bap. Então, a gente entende que pegamos no coração de uma molecada que às vezes não se via em outros lugares. Também recebemos muitas mensagens dizendo: “Vocês mudaram nossa vida, meu estilo de vida mudou”. Tem muita gente que não dá moral para essa galera, mas eu já tenho uma ideia mais da cultura [hip hop] de passar a visão e mostrar como é o rap.

É uma forma também de introduzir essa molecada no hip hop, por não pegarem aquele período de ouro dos anos 90.

[SonoTWS] Entendeu!?

[pumapjl] Nunca nem viu.

[SonoTWS] Tipo assim, agora eles estão conhecendo o que é break[dance], o que é o graffiti, o que é a cultura do beatmaker, a brisa do DJ, os quatro elementos, e o quinto que é o conhecimento — que passa esses ensinamentos pra frente. Então, se a molecada quer vir com nós, marcha. Quer vir o idoso, vem também. 

Pensando também que esse público é bem fiel, acompanham, vão nos shows, compartilham os sons e estão fomentando o trabalho de vocês.

[pumapjl] Eu acho que a fidelidade vem, porque hoje em dia é difícil você ver um trabalho que é concreto, que o mano vai curtir sem medo… Só de olhar e ouvir ele vai saber que é concreto, não tem medo de falar: “Eu ouço o bagulho, não tem uma falha.” A molecada sabe que pode abraçar sem medo. Dá pra sentir essa brisa…

[SonoTWS] … e comparado com os OG’s, a rapaziada mais velha, os moleques vem junto. Os OG’s ficam mais na deles curtindo ali de boa, mas essa molecada tá tocando o terror, jogando pra cima, cantando, compartilhando… Então, tem isso também, muitos dos OG’s, às vezes, curtem o nosso som mas não compartilham. A gente tá sabendo agora que vários caras do rap estão escutando o som do Febre, mas os caras nem dá um salve. Tem essa diferença de geração, tá ligado? É louco porque a gente consegue pegar todo mundo, por isso temos que ter essa mentalidade: tem adolescente, tem OG, tem pixador, tem graffiteiro, tem os manos do break…

Vocês abraçam todo mundo… E assim, você, Sono, tem um estilo de beatmaking que é diferente do estilo do puma rimar, mas juntos vocês conseguem fazer um trabalho que é único, que consegue agregar tanto a galera que curte trap quanto a que curte boom bap. No final das contas, vocês fazem um tipo de rap que foge totalmente do convencional. Não dá para colocar numa caixinha.

[SonoTWS] Exato! Por isso que eu falo que a gente achou o nosso canto e o nosso espaço ali, e aquilo é o Febre. Não existe nada que conflita com a gente, mas acho que vem muito da experiência que eu tenho e da juventude do Puma de chegar na originalidade das letras. Acho que essa fusão é um bagulho muito doido, porque querendo ou não, são duas gerações. Assim, ele me traz um frescor e eu trago um pouco da minha experiência para desenvolver as ideias. Hoje mesmo a gente estava trocando ideia sobre a nossa próxima música, “Prata”, e é muito doido. O bagulho vai acontecendo e fudeu: vocês estão dando asa à cobra. A gente vai chegar sempre pesado, porque essa diferença traz um bagulho que é fresh. Aí, a rapaziada fala que tudo isso está relacionado ao boom bap, mas o que acontece com o Febre não é porque a gente faz boom bap, porque tem muita gente fazendo boom bap aí, mas por que a gente tenta botar a originalidade do puma, a minha originalidade, e esse bagulho faz virar o que é o Febre. Não é por que é um gênero, o lance é essa fusão.

O puma também traz um diferencial na linguagem, que muitas vezes geral tenta decifrar. De que forma surgem essas ideias?

[pumapjl] Tipo assim, quando eu vou fazer um som, raramente você vai ver eu botando uma questão… você tem que fechar o som, maturar aquela parada e entender. Tudo que eu vou falar, você vai entender claramente. Eu tenho essa brisa de falar reto e claro para uma criança entender, um senhor de idade entender, o mano da boca [que vende drogas], que é analfabeto, entender… todo mundo conseguir decifrar tudo que estou falando, todos os papos. Eu consigo ir direto ao ponto sem criar muita metáfora ou complicar o assunto. Acho que isso também torna as coisas mais fáceis. Tipo, eu consigo balançar os caras da velha guarda com duas palavras, tá ligado? Também consigo chegar na molecada com duas bobeirinhas, tudo na mesma música. Várias coisas que consigo fazer sem pensar, mas pensando em fazer uma parada nítida, independentemente da ideia que eu esteja passando. Estava até falando com o Sono que penso muito em criar ambientes e cenários. Tudo que eu vou escrever é tentando fazer você imaginar aquele quarto, aquela sala, entrar naquele lugar mesmo, igual quando você lê um livro e consegue materializar a parada mentalmente.

E como é a conexão do instrumental e das letras? Um faz primeiro e o outro vem com a letra ou vice-versa?

[pumapjl] Não tem um padrão não, viu? Tipo assim, “Prata” tá num beat do Sono que saiu faz tempo, fala aí…

[SonoTWS] O beat é de 2017… ele estava ouvindo e depois já canetou.

[pumapjl] Mandei pra ele e fechámos de primeira.

[SonoTWS] Já a próxima, que vem depois dessa, foi eu fazendo beat e falei pra ele: “Pensei nisso aqui quando estava criando.” Às vezes vem umas ideias e passo um pouco do que eu sinto, tipo: “Imaginei um mano roubando o seu caderno de rimas… Eu imaginei gente falando de beck [maconha]…” Tipo, a “Sementinha do Mal” foi nessa pegada. Eu tenho claramente uma visão do que é o beat do Febre, tá ligado? E aí, falei: “Nós vamos fazer esse, samplear a bateria do mesmo som que o Racionais MC’s sampleou [em “Capítulo 4, Versículo 3″]… quem pegar essa visão vai sacar.” No final da música, eu vou jogar o “Aleluia” para carimbar e mostrar aonde eu quis chegar com o bagulho, e é aqui que eu vou arrepiar os manos. A gente sempre pensa em ter um gancho para que a pessoa chegue naquele ponto e fique arrepiada. É aquela ideia: “Aqui eu vou arrepiar o OG e ali eu vou pegar a molecada.” Então, às vezes tem um tema, outras vezes eu mando beat e ele chega. Ou ele está canetando ali…

[pumapjl] Muita das vezes, o bichão já vem com a receita pronta, tipo assim: “Tive a ideia, tema…”

Te entrega só para você chegar e fazer.

[pumapjl] Tipo isso. Ele fala: “Mano, essa daqui é sobre tal coisa.” Aí, eu só vou e organizo as palavras.

[SonoTWS] Isso é uma parada muito doida. Ele fala: “Mano, o bagulho já tá pronto.” Mas conversando, de repente forma uma coisa muito maior. Tem ideia, tem referência, tem visão.

[pumapjl] Não é vazio. Nada é vazio.

[SonoTWS] Tudo é muito bem pensado. Por isso a rapaziada fica perguntando quando vai sair o álbum do Febre. Mano, pra eu estar feliz com um beat, eu faço vários pra chegar em um e falar: “Esse aqui é do Febre.” Mas ele tem que concordar. Não é fácil, é um bagulho que é muito bem pensado, no conceito, na arte. É um processo. Não é nada jogado…



Existe também uma crença de algumas pessoas de que tem o SonoTWS, o pumapjl e o Febre90s, e ficam numa pira de quem é o Febre. Até uns amigos me perguntaram quem era o Febre. Creio também que é por causa de vocês terem uma identidade que se junta na persona do Febre90s, só que nem todo mundo tá ligado que são vocês dois.

[SonoTWS] Tem uma rapaziada que acha que tem uma terceira pessoa, tá ligado?

[pumapjl] Hoje em dia até diminuiu, mas antes era foda.

[SonoTWS] Hoje em dia se alguém falar “eu amo vocês, Puma, Sono e Febre”, as pessoas já vêm zoando nos comentários. Creio também que pelo fato da gente ser mais recluso, não mostrar a cara… Às vezes, rolava de acharem que era o puma, mas era eu. Bagunçava tudo.

[pumapjl] Já chegaram no Sono e falaram: “E aí, Febre” [risadas].

Isso acontece também porque vocês colocam mais evidência na arte que vocês fazem. Na maioria das vezes, as pessoas colocam muito o artista (que é importante e essencial) e deixam a arte de lado.

[SonoTWS] Por um lado é isso aí, uma forma de dizer para prestarem atenção na nossa arte. Eu sou eu. Ele é ele. Não vai e não é para interferir em nada. Por um outro lado, a gente ser assim mais escondido também cria um contraponto de falarem: “Essa é a identidade dos caras”. Então não tem como escapar, porque a rapaziada olha para o que o artista veste, o que ele faz, como ele se porta. Dos dois lados… nós escondidos gera uma curiosidade, e se a gente mostrasse a cara geraria outras questões. 

A estética também é importante, e a balaclava que vocês usam virou uma grande referência.  

[SonoTWS] Tanto que as nossas ilustrações, nossas capas têm a estética que a gente vive.

[pumapjl] 80% das vezes que eu fui reconhecido foi por causa da roupa, por causa da blusa, por causa do tênis.

[SonoTWS] Por causa do óculos, da tattoo, relógio… Então, as pessoas não vêem a cara, mas prestam atenção em outras coisinhas pra tentar decifrar.

Vi também que está tendo uma certa devoção. Tem gente que leva até os tênis para serem assinados por vocês. Vi uns Air Jordan. 

[pumapjl] Tem coisa que até eu fico meio pá [indeciso] de assinar.

[SonoTWS] Quando chegam com tênis, eu pergunto: “Você tem certeza que quer que eu assine?” A resposta é sempre positiva. Mas eu vejo que é muito da nossa cultura, de valorizar o graffiti, de levar esse lado da rua, da estética das roupas… a molecada se enxerga nessa parada. O puma é do xarpi, eu sou do pixo, tá ligado? Eu aprendi desde sempre que não se nega uma folhinha, não se nega uma assinatura pra ninguém. A rapaziada já avisa que vai levar o caderno pra gente assinar. Isso é do Febre mesmo.

E vocês atendem todo mundo?

[SonoTWS] Quando dá, a gente faz questão. Tem lugar que não tem espaço. No Nordeste, a gente tirou foto com geral em todos os rolês. É cansativo? É. A gente sai com a energia sugada, tanto que a rapaziada sempre pergunta: “Vocês vão fazer o quê, vão pro after?” O after sempre é casa, cama e todo mundo feliz. É um bagulho que demanda energia, mas é importante mostrar que a gente é de carne e osso também.

Voltando a falar sobre o disco do Febre90s, existe a possibilidade que saia num futuro próximo?

[SonoTWS] A gente tem muitas ideias pra colocar no papel, mas ao mesmo tempo nós não temos pressa. Se for pra soltar um bagulho meia boca [ruim] nem rola. Estamos falando de clássico, tá ligado? Que nem o EP Naturalidade, do Puma, as músicas lá batem 2 milhões de plays por mês. Então, a gente não pensa em fazer um bagulho que seja momentâneo. Não queremos fazer um álbum que depois de 3 meses a galera pare de ouvir. Autodomínio vai bater [bateu] quase 70 milhões só no Spotify e nem tem um ano ainda. Nosso pensamento é fazer clássicos que fiquem para o resto da vida. Mas digo clássico como os rap das antigas, como os rap dos anos 90 que eu gosto de ouvir até hoje. 

Daqui a 10-20 anos, os prováveis filhos dessa molecada atual estarão ouvindo…

[SonoTWS] Porque hoje é muito mais rápido, né? A gente solta uma música ontem e amanhã já vai ter gente pedindo a nova… Também temos que ensinar a rapaziada como a gente trampa, como a gente faz, o carinho que a gente tem. Um tempo atrás, a gente soltou uma frase do nada, que até a molecada ficou meio assim, porque falámos: “A gente não faz miojo, fazemos arte.” E todo mundo pegou a visão. Tem toda uma preocupação… Não é um bagulho: “Vou soltar e foda-se.” Nós não temos gravadora, somos nós por nós. Então acreditamos em nós mesmos. A gente faz nossa curadoria. Fazemos o que achamos que é bom, e por enquanto tá dando certo.

Quando chega na pista estoura, todo mundo curte…

[SonoTWS] É sinal que a gente tem alguma coisa ali que atrai que está dando bom.

Apesar de estarem em alta no digital, vocês também valorizam o físico, principalmente com as fitas, que logo esgotam assim que as vendas são liberadas, apesar de poucas pessoas terem um toca-fitas. Fora do Brasil ainda tem uma cultura. Qual o segredo para manter essa cultura viva?

[SonoTWS] Tem muita gente que compra a fita, mas não tem nem onde ouvir, leva como souvenir. Dentro da fita tem o código pra pessoa baixar as músicas em alta. É igual CD, mano. Tem gente que coleciona e não tem onde ouvir. É importante ter a parada física, porque se um dia não existir mais Spotify vai ter nossas músicas aí. Fazer fita também é um pouco mais barata que o vinil… Mas na cultura beatmaker, a fita K7 é o que é. Antigamente os caras chegavam com uma fita e pedia pra gente ouvir a beat-tape dele. Então, tem essa cultura. Mas a gente quer fazer vinil também, tipo… tem um mano da gringa querendo soltar o vinil do Autodomínio. Tem interesse, mas o processo é lento. Pra soltar um vinil aqui no Brasil é um ano.

Acompanham os ouvintes de fora do Brasil?

[SonoTWS] Tem bastante gente de Portugal, por causa da língua também…

[pumapjl] Chile…

[SonoTWS] Pela cultura do graffiti, a gente também atrai muitos grupos de fora. Tipo, a gente está fazendo isso aqui no Brasil, aí tem uma rapaziada que está fazendo alguma coisa parecida lá na Suécia… Então, a gente acaba entrando num circuito que às vezes não sabem o que a gente está querendo dizer, mas pela vibe acaba trazendo essa parada também. Tem uns que falam: “Vocês têm que traduzir as letras.” Na “Você Está Com Febre?” a gente colocou lá a legenda em espanhol, francês e inglês. 

Dá muito trabalho fazer isso…

[SonoTWS] Muito, ainda mais por causa das gírias… Tipo: “Papagaio de bandido posa dentro do copão”. Como se explica isso em francês ou inglês? [Risadas] É difícil, mas é o bagulho da energia.

É aquela velha história da música conectar as pessoas…

[SonoTWS] … exato! Quando a gente começou a gostar de rap gringo, eu não sabia o que os caras falavam, mas sabia que eles estavam quebrando tudo. Você consegue sentir pela energia. Eu não sabia o que o cara estava dizendo, mas a batida chamava minha atenção. A gente tá doido pra ir pra Portugal. Os parceiros nossos [do graffiti] Skola estavam morando lá e quando saiam com a camiseta do Febre, os manos paravam eles e falavam que curtiam a gente. É questão de tempo pra gente ir pra lá.


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