O saxofonista e compositor português Fábio de Almeida, sediado em Tilburg, nos Países Baixos, antecipa o seu aguardado álbum de estreia, Requiem for a Dragon, com o single “Kitsune Pulse”.
O tema funciona como o primeiro sopro de um universo sonoro complexo que o músico descreve não como um funeral, mas como um ritual de renovação. O “dragão” da narrativa não é uma criatura a ser derrotada, mas sim o próprio medo personificado — da página em branco, da solidão da migração pós-pandemia e do acto de existir — que Almeida se propõe a transformar através da música, num rasgo de coragem e emancipação.
Musicalmente, “Kitsune Pulse” é um exercício de fusão ambicioso. Por um lado, há uma busca pela beleza espiritual e pelas cores harmónicas do compositor clássico Olivier Messiaen; por outro, uma pátina de películas de ficção científica, moldada por texturas de sintetizador que evocam Vangelis e pelo optimismo inquietante de Logan’s Run. O resultado, segundo o músico, é uma paisagem sonora deliberadamente ambígua, onde “delays que soam como reverbs, e reverbs que marcam o tempo como delays” criam uma sensação orgânica e viva, filtrada por uma contemplativa lente jazzística e urbana.
Gravado com o seu quarteto no estúdio Fattoria Musica, na Alemanha, o tema captura a essência da proposta daquele que será o seu álbum de apresentação: um colectivo que se move como uma única criatura. Requiem for a Dragon promete ser uma viagem por um jazz lírico e cinematográfico, onde o saxofone tenor sussurrante de Almeida se funde com sintetizadores de tons barrocos e uma electrónica etérea. É no dia 13 de Fevereiro de 2026 que o LP chega às lojas através da neerlandesa Dox Records.