Depois de “HOLLYWOOD”, onde colaborou com Herlander e Odete, Extrazen continua a antecipar o segundo EP do seu percurso com mais um single. “STUNT” é um tema inteiramente produzido por si, intenso e acelerado, com videoclipe dirigido por João Morgado.
Com uma letra que descreve como “totalmente frontal e honesta”, Extrazen mostra-se determinado a trilhar o seu caminho na jornada deste segundo trabalho. O Rimas e Batidas aproveitou para colocar algumas questões ao músico de 25 anos sobre o seu novo single.
Começaste a antecipar um novo EP com “HOLLYWOOD” em Julho. Três meses depois, voltas à promoção desse disco com “STUNT”. Em que fase se encontra a sua concepção?
O disco está neste momento na reta final de mistura e masterização. Só falta mesmo fechar as mixes a 100% e de resto está totalmente fechado.
Já escolheste um título para lhe dar e que possas revelar? Há algum conceito intrínseco à totalidade dos temas que irás apresentar?
Já sim, mas não posso nem quero revelar para já. Irei contar tudo mais para a frente, quero envolver as pessoas lentamente neste mundo. E sim, há um conceito à volta do mesmo e tudo o que está a ser criado parte dessa mesma ideia.
Tanto no “HOLLYWOOD” como no “STUNT”, sentimos uma pujança diferente nas sonoridades que escolheste. Os temas estão polidos tal e qual o que já nos tinhas mostrado em I THINK I THINK TOO MUCH, mas nota-se aqui uma certa “sujidade” no som, mais glitchy. O que te levou a esta mudança estética?
Acho que foi algo natural para mim, para ser sincero. Desde a pandemia que ando a aprimorar as minhas capacidades de produção para ser capaz de conseguir criar sozinho e fazer as músicas que oiço na minha cabeça. Sempre fui muito fã desta estética e sonoridades mais “sujas” e experimentais, tento ouvir de tudo e retirar inspiração de vários sítios. Não sinto que foi algo que mentalizei que queria fazer, mas mais uma maturação dos meus gostos e do processo de ouvir algo e saber o que gosto e imagino para colocar ali.
Face ao resto do EP, a sua sonoridade seguirá esta mesma linha a nível de produção?
Diria que sim, apesar de surgirem em vertentes e estilos de som distintos. Mas diria que o projecto soa coeso por esse mesmo motivo. Inconscientemente dei por mim a perceber os sons de que gosto e onde quero aplicá-los e isso meio que funcionou como uma “cola” para as músicas. Por mais diferentes que sejam entre si, tens sempre pontos de contacto que, na minha opinião, são um reflexo vincado de uma exploração da minha identidade artística e de, depois de criar imensas ideias, perceber a que é que queria que as músicas soassem. Entre a “STUNT” e a “HOLLYWOOD” também é possível sentir isso, apesar de serem músicas completamente diferentes.
Neste “Stunt” parece que estás a mandar certas coisas para trás das costas de modo a seguir em frente com redobrada confiança no futuro. Como é que chegaste a esta letra e a esta batida? O que te motivou a adotar este statement numa canção?
Devo ter feito este beat algures no início do ano passado e ficou perdido até ao final do ano quando peguei nele para escrever. Já tinha algumas ideias de voz, inclusive a parte do refrão, mas foi só aí que completei os versos e consegui fechar a música. Diria que é um statement pelo qual tento viver a minha vida e tudo o que faço, para ser sincero. Tenho imensa confiança em mim próprio, no meu trabalho e no meu processo geral e sei que tudo o que estiver fora do meu controlo não interessa. Tento ignorar e resolver à minha maneira, como conseguir, acreditando sempre em mim e nas minhas capacidades. Claro que às vezes é complicado e há certas partes da letra que espelham algumas das dificuldades que tive neste processo, mas é assim que acho que deve ser o approach geral. A música é totalmente frontal e honesta e vem de um lugar muito real.