Em exclusivo ao Rimas e Batidas, Trista revela hoje a capa daquele que será o seu segundo disco, Cuarto Minguante, que chega às plataformas digitais daqui a exactamente uma semana — 30 de Maio. O artwork que retrata um barco no mar e faz alusão à lua é da autoria de Nuno Trigueiros (também conhecido por Onun Trigueiros) e é inspirado num postal antigo, segundo revelou o rapper em declarações à nossa publicação.
Já não é propriamente um novato nestas andanças, mas parece tratar esta sua próxima obra com especial cuidado, como se de um primeiro filho se tratasse. Trista está habituado às altas rotações da indústria discográfica pelas experiências que vive em Instinto 26, grupo de Mem Martins do qual Julinho KSD também faz parte, e por isso já teve a oportunidade de pisar inúmeros palcos de Norte a Sul e de coabitar em estúdios com vários talentos que compõem o tecido musical nacional. A toda essa experiência colectiva soma-se ainda Tristianismo, o álbum com que se apresentou em nome próprio em 2021, onde moram alguns singles que o ajudaram a estabelecer-se enquanto artista a solo — como “Neblina”, “Lost”, “Ghost” ou “Tou Bem Low”.
No seu próximo Cuarto Minguante, mostra uma nova e mais fiel versão de si mesmo, em que o rap continua a ser a base que dá vida às suas canções, mas o quadro geral exibe muitas outras cores, fruto de todas as influências que lhe orbitam o sistema criativo — inspirado pelas suas próprias descobertas no vasto mundo da música, mas também através das partilha que obtém das convivências com amigos, colaboradores e família. Mais solto, arrisca-se mais a estender os limites da sua voz, a abordar temas de ordem pessoal e a gingar ao som de diferentes balanços — dos afrobeats e do R&B à kizomba ou à balada. E a uma semana de nos mostrar a bigger picture, há cinco pinceladas sonoras que já podem ser escutadas através dos singles “Champagne” (com Harley KSD), “Possibilidade” (com EMMVR), “100 Por Dentro”, “Só Resta Lembrar” e “Chove, dá flor” (com Tristany Mundu).
Em contagem decrescente para o lançamento, Trista trocou algumas impressões com a nossa redacção e partilhou a peça gráfica que irá servir de rosto para este seu novo conjunto de temas.
Explica-nos o título que escolheste para o teu segundo disco: porquê Cuarto Minguante?
Dei o nome de Cuarto Minguante: Cuarto porque foi no meu “cuarto” que comecei a fazer as minhas primeiras produções e onde comecei todo o conceito e a estudar a sonoridade do álbum; Minguante por ser a última fase da lua antes de um novo começo, e é nesse sentido que levo o álbum, um acreditar no que aí vem, que vai ser bom.
Depois de vários singles, a estreia a solo com Tristianismo em 2021 e um álbum com Instinto 26 no ano passado, que Trista é este que se apresenta no segundo projecto em nome próprio? De que forma é que este novo disco se destaque de tudo o que já tinhas feito até então?
É um Trista renovado, com uma nova bateria e com nova abordagem, é um novo ciclo mas com o mesmo vício. Quando gostamos do que fazemos, a única hipótese é reinventarmo-nos e abraçarmos novas ideias, novas sonoridades e novos desafios — este projeto fala sobre isto. Também se destaca por toda a envolvência e momentos de partilha que houve para que tudo saísse de um jeito bonito e com sentido. Trabalho coletivo é o segredo. Ponho todo o destaque deste álbum nisto.
Já nos brindaste com vários avanços, nos quais pudemos escutar também alguns dos parceiros — artistas e produtores — que te acompanham nesta nova aventura. Dos restantes temas que compõem Cuarto Minguante, que outros nomes nomes podes desde já antecipar como tendo feito parte do processo?
Por enquanto prefiro não revelar as surpresas, mas ainda são umas quantas parcerias. Neste momento prefiro reforçar as pessoas que colaboraram comigo e que posso dizer que estabeleci uma ligação para além da música, tanto como feat tanto como produção.
Revelas aqui a capa em primeira mão aos leitores do Rimas e Batidas. Dada a tua sensibilidade também para as artes visuais — e ainda no teu mais recente videoclipe apareceste a pintar um quadro ao lado do teu irmão —, que cuidados tiveste ao escolher o lado visual que cobre o disco? E que significado tem esta imagem para ti?
É engraçado que nunca fui muito ligado às artes plásticas como a minha família, é um lado que por enquanto está apagado, mas com toda a certeza e naturalidade irá acontecer de uma forma mais abstrata. Mas nesse vídeo foi uma boa experiência partilhar um quadro com o meu irmão, com uma grande importância e significado para o meu álbum Cuarto Minguante. O cuidado que tive foi mais virado para o que o álbum reflete, que no fundo é o que eu sou, o estilo mais reservado e com simplicidade, mas ainda assim com muita arte — foi aí que eu e a minha equipa nos baseamos. Hoje em dia é muito importante a imagem, mas mais importante é conjugar essa imagem com o que somos e esse trabalho foi bem executado neste projeto. Em relação a capa do álbum que revelamos com antecedência para a Rimas e Batidas, foi um trabalho muito bem executado pelo Nuno Trigueiros, que já o tinha feito a capa do meu primeiro álbum e em quem confio muito e admiro. É uma capa nostálgica e reflete-se no sentimento que o álbum traz. Revejo o projeto nesta capa. Sei também que era um postal dos anos 70 que o Nuno Trigueiros tinha em casa e assim que o vi fez todo o sentido.