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Publicado a: 18/11/2015

Exclusivo: Fat Cap lança EP de remisturas com selo Rimas e Batidas

Publicado a: 18/11/2015

 

[FOTO] Di Mo PHO [ARTWORK] Fat Cap

 

A cena drum ‘n’ bass em Portugal está carregada de virtudes. Já o defeito encontra-se na pouca visibilidade que persiste em rodear os artistas nacionais embebidos no movimento. Não é por aí, no entanto, que os arquitectos portugueses do género não são reverenciados pelo pares que deambulam por outros territórios estéticos. É o caso de Fat Cap.

Natural de Viana do Castelo, o DJ e produtor nutre um especial respeito pela scene e pelos rostos associados ao drum ‘n’ bass made in Portugal. Isto para além de ser um curioso do género, sendo que Fat Cap é tanto produtor de d’n’b como DJ de hip hop – e até baterista noutros colectivos.

Há sensivelmente um mês, essa apreciação materializou-se numa mixtape que incluía apenas e só nomes nacionais do d’n’b. Foi uma primeiro volume, o que deixa antecipar registos sucessores. A vénia ao género subsiste e é hoje motivo de mais um lançamento exploratório da arte do drum ‘n’ bass.

Bateria e Baixo Remixes é um EP que apresenta quatro faixas de artistas nacionais – MGDRV, Holly (com Tem-P), Macacos do Chinês e Richie Campbell – remisturadas para sonoridades que recolhem genes do d’n’b. Rimas e reggae nacional facelifted para as acelerações pulsantes de drum e de bass.

Um lançamento que tem selo Rimas e Batidas e que tem como anexo uma série de respostas que nos permitem conhecer um pouco melhor o trabalho e motivações do produtor vianense.

 


Quem é o Fat Cap?

O Fat Cap é um projecto dedicado ao drum ’n’ bass, quando numa vertente da produção/DJing a solo, ao hip hop quando em conjunto com o Omega Krew/Colectivo 258. Nasceu há cerca de 10 anos através do gosto que tinha em aprender a misturar e que rapidamente se tornou num vício. Alguns anos depois, estava a experimentar produzir os primeiros beats.

Quando é que surge a vontade de começar a produzir?

Desde cedo que me liguei ao mundo da música, inicialmente na guitarra, depois na bateria e por fim no gira-discos. Foi uma questão de experimentar os sequenciadores e, pouco a pouco, ganhar uma nova paixão. Para ser mais preciso, foi por volta de 2009 que comecei a levar a produção mais a sério. Passados três anos, em 2012, decidi apresentar os primeiros temas originais.

O drum ’n’ bass é a única arquitectura musical com em que te revês enquanto produtor?

Neste momento da minha vida não. Sou metade do projecto electro-acústico Specular Music, que ainda é muito recente e é mais dedicado a outro tipo de musicalidade que ainda não conseguimos bem definir, mas que não é drum ’n’ bass. (Risos…) Já fiz uns beats para os Omega Krew (Colectivo 258), onde sou DJ, e dedicamo-nos a fazer hip hop. Tenho também alguns temas de house e electro que funcionou mais como uma experiência. Como produtor, o que me excita e motiva mais são as particularidades e exigências do drum ’n’ bass. O projecto Specular também é muito importante para mim, é onde consigo testar os meus limites como compositor e produtor. Sou também baterista da banda Sotie Flow.

Neste EP tens três remisturas de músicas hip hop. Gostavas de trabalhar com rappers em originais?

Sim, gostava imenso. Há rappers que admiro há muitos anos a aceitar convites da minha parte, portanto é um bom sinal de que se possa mesmo tornar possível de se concretizar em breve. Estes três temas já me deram a entender que se podem criar coisas interessantes com nomes nacionais e tenho um prazer enorme em trabalhar com artistas que admiro.

O formato de EP/álbum só faz sentido para ti enquanto agrupamento de músicas soltas?

Não. A concepção de um EP/álbum pode ter esse formato ou outros, e um bom exemplo é o Sanctuary EP dos Koan Sound e Asa, que tem uma narrativa ao longo de toda a compilação. Os temas estão perfeitamente interligados e quando ouves o EP sentes evolução em todos os sentidos. Acredito que depende do grau de profundidade a que cada artista se submete durante os processos de concepção.

Ainda há pouco tempo lançaste uma mix 100% portuguesa. Podes apontar alguns nomes do drum ’n’ bass em Portugal que achas que merecem atenção?

Para ser sincero, apontaria para todos os nomes da tracklist dessa mix, porque são basicamente estes os nomes que têm persistido no movimento. Há que destacar também os Bass Brothers, o DJ Oder e o Fragz, que já representam Portugal em grandes editoras e eventos noutros países. O HumaNature está num excelente caminho, a editar muito lá fora, e o Near foi, para mim, a revelação desta mix, pois não conhecia o trabalho dele e deixou-me de boca aberta. Os Hi Fidel Cartel já andam por cá há muito tempo a fazer drum ’n’ bass com muita qualidade e, embora não sejam um nome tão comercial, merecem todo o destaque e respeito.

Tens mais projectos em mente para um futuro próximo?

Sim, tenho muitos. Como produtor, depois de ter editado o meu primeiro EP com quatro temas originais na editora britânica Flex Recordings, o próximo objectivo da lista são pelo menos mais dois EPs de originais até ao fim de 2016. Tenho já algo a ser preparado para ser lançado muito em breve numa editora portuguesa, mas ainda é super secret! (Risos…)

 

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