A sensibilidade feminina é a bússola da agenda da Câmara Municipal de Évora para 2019. A última prova disso é o Artística Festival, que se realiza no Teatro Garcia de Resende, a 8, 9 e 10 de Março, em torno da discussão cultural e produção criativa por mulheres.
Na sua estreia, em modo de teste para uma edição de 2020 mais “rica e alargada”, o evento procura “praticar o livre acesso à cultura” construída no feminino: ao longo dos três dias, há música, instalações artísticas e exibições de filmes. O evento, “um primeiro encontro de formas de arte com olhar e voz femininos”, é enquadrado por problemáticas ligadas à mulher, articuladas em conversas e na mostra de trabalhos, desde os direitos e conquistas à desigualdade e discriminação.
As honras de encerramento de cada dia ficam para os concertos. O nome de destaque surge hoje, pelas 23h30: a rapper Mynda Guevara, natural da Cova da Moura, que se encontra a alinhavar o seu aguardado EP Mudjer na Rap. Há um ano, Guevara dizia ao Rimas e Batidas: “Nós (mulheres) sempre estivemos em minoria no movimento hip hop, portanto sempre que uma mulher se chega à frente de forma determinada e com atitude tem sempre respect.”
Neste dia, em que se inaugura a exposição plástica 9 Artísticas, estará no Artístico a realizadora Valérie Mitteaux para o visionamento e discussão do filme 8, Avenue Lénine (no Auditório Soror Mariana). Pelas 21h30, a enérgica Mercedes Peón traz da Galiza o folk tradicional que se tem dedicado a preservar e a fundir com novos sons.
A 9 de Março, esse horário fica por conta da transmontana Emmy Curl, seguindo-lhe DJ Lonely Low Rosa; ao longo do dia, há uma conferência sobre “Refugiados, arte e cultura”. No último dia, às 17h30, o palco do Teatro Garcia de Resende recebe o grupo feminino Segue-me à capela, depois de uma conversa sobre a construção de um festival. Além do exemplo, o Artística deixa também a semente.