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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/12/2022

Sem medo do que vem de fora.

[Estreia] V I D R O sobre “Espelho”: “Quero que fique claro que eu sou o que escrevo e que eu escrevo o que sou”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/12/2022

É provável que não tenham ouvido falar dele antes, mas nunca é tarde para isso. V I D R O tem conta no YouTube desde 2016, mas as músicas que por agora lá moram – já duas mãos-cheias – têm dois anos ou menos. Até hoje, a sua página nessa plataforma “serviu mais como uma cloud” para não perder o que tem feito. Agora lança “Espelho”, tema com instrumental de clxckwrk, e mostra o videoclipe em primeira mão no Rimas e Batidas. 

Falámos com Bruno Camões, que nos contou que rima há cerca de 15 anos, com muitas paragens pelo meio, mas que nunca fez do rap algo mais por não ter criado “uma estrutura que permitisse lançar músicas com regularidade”. Neste momento, um EP “já está mais no horizonte”, conta, acrescentando: “também já estou rodeado das pessoas certas que me têm dado o incentivo que eu precisava para poder pôr em prática, sem pressões, um projecto  com pés e cabeça”. 

E quem sabe se esta não é a música que lhe dá um empurrãozinho. Com videoclipe realizado por Luis Almeida e direcção de fotografia de César Mota (aqui entre nós, o Black Soldier com quem V I D R O começou a rimar e de quem as rimas também não ouvimos vingar), fiquem com “Espelho” e uma curta entrevista. 



Lanças agora “Espelho”, de que já falaremos, mas parece-me que é importante sabermos quem é o V I D R O. No teu canal de YouTube tens vídeos com dois anos, outros de que fizeste upload há seis meses. Nunca fizeste do rap vida? Porquê?

Na verdade a página de YouTube, até agora, serviu mais como uma cloud para guardar músicas. Eu sempre as guardei no maior número de sítios possível porque tenho má experiência com discos rígidos e já perdi muita coisa. Depois também sempre achei que precisava de amadurecer e eu queria que as minhas músicas pudessem reflectir isso. Sendo totalmente sincero, também me preocupava muito com o que os outros pudessem pensar, principalmente os hip hop heads. Por esse motivo acabei por nunca divulgá-las muito. Nunca fiz do rap vida devido à conjugação do que disse antes com o facto de que nunca criei uma estrutura que me permitisse lançar músicas com regularidade. Falta de beats ou sítios para gravar mas acima de tudo faltava o mindset necessário para dar a atenção que o rap merecia. Apesar de haver muitos beats e sítios com preços acessíveis, achei que não fazia muito sentido gastar dinheiro com isso.

Rimas há quanto tempo? Como começaste? 

Já comecei a rimar há muitos anos, aí há uns 15 anos com um amigo, o Black Soldier, mas depois com muitas paragens – e algumas dessas paragens foram até de vários anos. Comecei porque quando comecei a ouvir rap com as mixtapes do Bomberjack e do Cruzfader ou o Entre(tanto) achei que conseguia também fazer umas rimas. Ingenuidade da juventude [risos]. Revelou-se mais difícil do que eu pensava.

Quais/quem são as tuas inspirações?

Ao começar, onde mais me inspirei foi nos habituais Sam The Kid e Valete, mas também no Conjunto Ngonguenha ou Bob da Rage Sense. Actualmente quem me inspira é mais a nível internacional, começando em Joey Bada$$, passando por Navy Blue e Boldy James.

De que fala esta nova música, “Espelho”?

Esta música fala da forma como eu sou, do meu rap, e o meu rap sou eu. Tal como não nos podemos dissociar do nosso reflexo num espelho, também eu não me posso dissociar do que eu escrevo em cada música. Quero que a cada letra eu possa deixar ficar um pedaço de mim e quero também que fique claro que eu sou o que escrevo e que eu escrevo o que sou. Sem grandes alaridos. Quero poder expor coisas mais pessoais e falar de temas que me “afligem” sem medo dos julgamentos.

Como gravas?

Gravo em casa quando dá ou em casa de amigos. Mas até aqui tenho sido maioritariamente eu. Nesta música especialmente foi tudo tratado pelo Ghob.


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