pub

Texto: ReB Team
Fotografia: Angela Bismarck
Publicado a: 23/05/2023

A fazer justiça ao nome.

[Estreia] SFISTIKATED ligam o modo grime em “Energy”

Texto: ReB Team
Fotografia: Angela Bismarck
Publicado a: 23/05/2023

Os SFISTIKATED estreiam hoje um novo tema pelo Rimas e Batidas. “Energy” é editado oficialmente amanhã e conta com as participações de Teddy Trillion e Muco.

Têm os seus nomes cravados em vários discos que sairam com a chancela da Omnichord Records, mas juntam-se em SFISTIKATED com o intuito de explorar novos terrenos sónicos. João Marques (de First Breath After Coma) e Roberto Oliveira (de Whales) são de Leiria e aplicam agora os seus backgrounds de post-rock e electro-pop num formato inédito que vai também beber a muitas outras fontes.

Estrearam-se como dupla no ano passado com “CHRYSALIS” e, pouco depois, voltaram a mostrar-se em “Ordinary Space“. Este ano voltaram à carga através de “In The Middle” e têm agora este “Energy” como mais recente capítulo numa história que se desenrola a quatro mãos. Em SFISTIKATED, o par parte à conquista de territórios puramente electrónicos, evocando elementos do hip hop, da bass music e do glitch nas suas criações assentes em batidas.

Num trajecto em que o desenvolvimento artístico anda de braço dado com a progressão de carreira, João Marques e Roberto Oliveira recorrem à persistência e ao perfeccionismo para fazer com que as suas primeiras malhas soem o mais sofisticadas possível, como se este fosse um projecto já com vários anos de actividade. Estão, por isso, no ponto certo para abordar a concepção de um disco, mas o que mais querem por agora é provocar-nos espasmos na zona do pescoço à boleia deste seu novo “Energy”, tema para o qual recrutaram um praticamente desconhecido — mas ultra-competente — MC inglês, Teddy Trillion, e ainda o cantor Muco, com quem já haviam colaborado no seu segundo single.

Além da estreia de mais uma entrada no seu repertório, os SFISTIKATED trocaram ainda algumas impressões com a nossa publicação, através de uma breve conversa que podem ler de seguida.



Antes de mais, como é que surgiu a ideia para darem vida a este projecto? E lembram-se da primeira vez em que se sentaram os dois a esculpir algo em nome de SFISTIKATED?

SFISTIKATED nasce de uma vontade mútua em abrir as nossas cabeças a novas sonoridades e a todo um mundo hip hop, pop, breakbeat, future bass (and on and on) que andávamos a ouvir, mas que nunca tínhamos explorado criativamente. Claro [que nos lembramos], ainda temos uma porrada de maquetes péssimas desse início de SFIS (que colocámos numa gaveta, trancámos e engolimos as chaves ahahahah). Arranjar o nome foi rápido, pelo menos mais rápido do que fechar a primeira música que nos satisfizesse por completo aos dois.

Vêm ambos de uma cultura de bandas e agora abraçam um projecto que assenta em moldes bastante diferentes. Quais foram os maiores desafios com que se depararam a fazer música neste formato e, em contrapartida, que vantagens encontram em trabalhar neste novo registo a quatro mãos?

Provavelmente o maior desafio foi mesmo o início, porque já havia uma pequena ideia do que queríamos mas ainda não era muito palpável. No entanto, quando descobrimos o registo que marca SFISTIKATED, tornou-se tudo muito mais simples. Mesmo sendo os dois um bocado fritos/control freaks com tudo o que toca ao nosso projecto ahah. Anyway, tem sido um gosto fazer isto acontecer e estar em constante exploração de terreno. Ainda para mais temos colaborado com pessoal incrível e que nos dá um boost gigante para continuar a trabalhar e a lançar tracks.

Outra grande diferença entre SFISTIKATED e os projectos em que se envolveram anteriormente é a sua sonoridade, capaz de ir do hip hop e do grime até à pop, sempre à boleia de electrónica mais cerebral. Que referências têm destas escolas? E é algo que já exploravam individualmente e que agora desagua nesta dupla, ou estão, de certo modo, a aprender e experimentar à medida trabalham em novo material para SFISTIKATED?

Essas referências andam ali entre Koreless, Mura Masa, Flume, JPEGMAFIA, Danny Brown, Pusha T, Injury Reverse, ZHU, Lolo Zouai (aquelas listas infinitas…). Não explorávamos com a mesma intenção, mas lá embarcámos, aprendemos e experimentámos, e continuamos nessa luta. Claro que é mais fácil quando te descobres a ti e ao teu registo, mas no fundo é como tudo na vida, uma constante aprendizagem e melhoria da tua pessoa.

No vosso novo “Energy” destacam-se quer a produção disruptiva, quer a sagacidade na entrega e nos versos do Teddy Trillion, um interessante MC inglês que passámos a conhecer através de vocês. Como é que chegaram a este resultado ao nível da produção e como é que o Teddy Trillion entra na equação? Já acompanhavam o trabalho dele?

Foi muito na base da exploração constante que falámos anteriormente e bastante persistência, dias a fio trancados no estúdio até chegarmos ao formato que nos fez super felizes. Tínhamos em mente fazer uma malha de hip hop, mas com a nossa esquizofrenia e electrónica por ali a estilhaçar e a gritar. Quando desenvolvemos a primeiro demo, começámos a descortinar todas as plataformas streaming até que chegarmos ao Teddy pelo SoundCloud. Logo super in, sem nos conhecer, na altura nem havia página de SFISTIKATED, éramos nós a falar com o pessoal pelos nossos perfis. Ele alinhou e passado dois ou três dias enviou um dos versos da faixa. Tem sido incrível ter o Teddy ao nosso lado, até já partilhámos palco duas vezes e estamos bem gratos por ter a energia contagiante dele nos nossos trabalhos. Aproveitem também para explorar o trabalho dele, que é incrível.

Percebemos também que já se encontram a trabalhar no álbum de estreia de SFISTIKATED, que está a ser feito com a ajuda de vários convidados internacionais. O que é que nos podem, para já, revelar desse disco?

É um álbum com bastante dedicação, muito amor e com muita gente incrível a trabalhar connosco. Estamos mais do que ansiosos para trazer o disco a este mundo e para que toda a gente oiça o que andámos a fazer nestes últimos tempos. Anyway, para já achamos que o melhor é mesmo ficarem com a “Energy” e absorverem bem a música. É possivelmente das nossas faixas preferidas, sem querer entrar em filhes preferidos ahahah, mas muito pelo que conseguimos criar e toda a aura que existe nela :)

Em termos das apresentações em palco, este projecto manifesta-se ao vivo apenas com vocês os dois ou existe um formato de banda a pensar nessas ocasiões? Em que moldes é que a coisa funciona?

O nosso formato live é essencialmente com dois a tocar e a manipular teclados/máquinas e beats. Estamos a trabalhar e a definir melhor como será daqui adiante o light design e projeção/set up desse mesmo que estamos a desenvolver, mas estamos sempre abertos, até como já fizemos acontecer, em ter as vozes das colaborações em palco connosco. Em todo o caso e em qualquer formato podemos só garantir boa energia e vemos isto a acontecer em quase qualquer local — vá, se calhar num formato teatro/sentado kind of gig não é a mesma coisa que num clube, onde te podes soltar mais a ver o show :)


pub

Últimos da categoria: Avanços

RBTV

Últimos artigos