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Publicado a: 14/12/2017

[Estreia] Keep Movin é o novo EP de Bison & Squareffekt

Publicado a: 14/12/2017

[FOTO] Direitos Reservados

Keep Movin é o novo EP da dupla Bison & Squareffekt. Disponível em exclusivo no SoundCloud do Rimas e Batidas, o trabalho é um aglutinar de novos “sabores” que têm inspirado estes produtores, como o footwork ou o funaná.

No momento em que estão a alterar a forma como criam as músicas, Bison & Squareffekt esticam os seus próprios limites e, pelo caminho, dão vida a novos hits para a pista de dança lisboeta, cubana, cabo-verdiana e do resto do mundo.

O ReB aproveitou o lançamento do EP e esteve à conversa com Miguel Afonso, o produtor que assina como Squareffekt.

 



Distant Planets a abrir 2017 e Keep Movin a fechar o ano. Para vocês, o que é que separa os dois trabalhos?

Este EP distancia-se um pouco de todos os trabalhos que temos feito até aqui. Experimentámos novas sonoridades que não tínhamos explorado até ao momento, que é o caso de “Funana”, tema no qual misturamos um pouco de footwork com funaná para ver qual seria o resultado e, no nosso entender, pelo menos com esta faixa funcionou. Começou por ser uma brincadeira apenas com o beat e a partir daí fomos adicionando elementos afro e alguns sons típicos do funaná. Embora o EP Distant Planets já seja mais dançável que os EPs anteriores, que tinham sido mais focados no tarraxo, decidimos arriscar e fazer coisas novas. Não queremos que o projecto Bison & Squareffekt seja apenas zouk bass, kizomba ou tarraxo. Temos gostos muito semelhantes, mas ao mesmo tempo também muito dispersos. Basicamente tentámos misturar de tudo um pouco, dentro daquilo que gostamos, e manter a nossa musica actualizada.

“Cuban Flair” e “Funana” são dois temas em que “viajam” até a Cuba e Cabo Verde. Como é que funciona o vosso processo criativo? Apontam para o mapa de olhos fechados e deixam-se levar pelo resultado?

Neste momento estamos a alterar o nosso processo criativo. No tarraxo ou no zouk bass conseguimos encontrar uma forma e uma estrutura em que os temas resultam bastante bem. Agora, como estamos a produzir temas mais dançáveis e com outra estrutura, estamos também numa fase de querer arriscar novas sonoridades, tendo assim que alterar a forma como produzimos, o que é bom porque acaba por trazer novos desafios e podemos evoluir como produtores. Não temos uma formula nem temos as coisas demasiado planeadas. O caso destes 2 temas surgiram um pouco assim: no início eram para ser 2 temas de afro house, mas acabámos por adicionar elementos de música cubana – mesmo aconteceu no caso do tema “Funana”. Acaba por ser um pouco o improviso. Trazer algo diferente e não querendo também soar a tantos outros temas dentro género.

Depois de editarem faixas soltas e EPs, os Bison & Squareffekt já estão a pensar no longa-duração?

Por agora, a nossa ambição é editar EPs, tocarmos mais em 2018, fazer um videoclipe – isso gostaríamos mesmo muito que fosse possível. Também queremos que o nosso trabalho chegue a um maior número de pessoas. Eu, pessoalmente, ainda sou da geração do vinil e de comprar CDs, por isso um longa-duração, para mim, faria todo o sentido. Era um sonho poder ter um trabalho em formato vinil, teria todo o gosto em fazê-lo. Eu e o Bison já falámos sobre isso, mas ainda nos falta alguns recursos para o fazer como ter vozes nos temas, convidar músicos. São coisas que levam bastante tempo a serem estruturadas e organizadas, mas quem sabe se em 2018 consigamos pôr essa ideia em prática.

Chegámos a uma altura bastante movimentada nas publicações nacionais e internacionais: a escolha dos melhores do ano. Quais é que foram os 5 discos lançados em 2017 que rodaram em loop na vossa “estação”?

Chino Amobi – Paradiso
Jlin – Black Origami
Arca – Arca
Bjork – Utopia
DJ Lycox – Sonhos e Pesadelos

O boom da Enchufada e da Príncipe Discos está a começar a criar os primeiros filhos “bastardos”: Scuru Fitchadu e Pedro Mafama são dois bons exemplos disso. É engraçado: a exploração deste tipo já não está tão na moda como esteve nos últimos anos, mas continua a abrir portas para novos artistas, todos com ideias novas e inovadoras. Sendo parte do “movimento”, como é que olham para tudo isto?

O papel da Enchufada e da Príncipe tem sido fundamental para dar a conhecer imensos projectos nacionais e ajudarem-nos a atingir tanto o panorama nacional como o internacional. O caso do Scúru Fitchádu é interessante e bastante singular, dado que não existe mais ninguém a fazer algo do género – cruzar o punk com o funaná. O caso do Pedro Mafama desconhecia, mas entretanto fui pesquisar e é outro projecto bastante original. Sem dúvida que a música portuguesa, seja na electrónica, seja noutro estilo qualquer, está a dar frutos. Há um enorme interesse em relação a tudo o que é feito em Portugal. Temos orgulho no que é nacional e não apenas na musica, mas também em diversas áreas. Portugal esta na moda, os media internacionais nunca tiveram tão focados na música nacional como agora. No nosso caso, nunca nos passou pela cabeça que os nossos temas fossem tocados em rádios como a Antena 3, a Oxigénio ou até a britânica BBC Radio One, ou que encontrasse vídeos de pessoal a dançar tarraxo na Russia ou no meio da Amazónia. Portanto é muito bom e vejo com grande optimismo o facto de existirem pessoas noutra parte do planeta com interesse naquilo que fazemos.

 


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