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Nos últimos meses, Estraca assumiu-se como uma voz singular no hip hop português, utilizando a sua plataforma para veicular um discurso interventivo que escasseia na nova geração. “Suicídio Político”, o novo single, é mais um exemplo dessa vontade de colocar as cartas na mesa.
Desta vez, o jovem rapper atira-se a alguns dos políticos nacionais numa produção de Charlie Beats. Quando questionado sobre as motivações que o levaram a escrever “Suicídio Político”, Carlos Guedes foi peremptório na resposta: “Dois dos grandes princípios da minha música são ‘informar’ e, de certa forma, ‘educar’. Sinto que nós, MCs, cada vez mais temos essa responsabilidade. Hoje somos ouvidos mais que nunca, temos o poder da palavra mais que nunca, temos hip hop em todo o lado, desde os maiores festivais, TVs, rádios em horário nobre, então é tirar o máximo proveito deste grande momento que o hip hop está a passar para levar algo de útil às outras pessoas.”
Prestes a editar um novo trabalho, o MC ressalvou, em conversa com o Rimas e Batidas, a importância do que aí vem: “É um disco com bastante significado para mim, pois vai ser o meu primeiro disco de originais e porque senti a necessidade de marcar este momento de ‘viragem’ e de tamanha importância na minha vida. É um disco para ficar e para ser recordado mais tarde. Estará disponível até ao final de Março em versão física e nas plataformas digitais. Tem produções do Charlie Beats, RetroBeatz e Madkutz”. E acrescentou: “Existe sempre a preocupação de passar uma mensagem, de querer dar algo ao mundo através da minha arte. Não precisa de ser um conceito fixo, desde que passe uma mensagem na qual acredito.”
Estraca actua amanhã no Hard Club, Porto, e sábado no Musicbox, Lisboa. Mas não vai sozinho: DJ Maskarilha — que será responsável pelo warm-up–, Hipno D (“pela admiração que tenho enquanto artista e pessoa”) e Bónus (“é uma das minhas grandes referências) acompanham-no nas duas datas.
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