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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 06/11/2020

Há um sampler Roland SP-404A à espera para o vencedor.

Está aí o concurso que quer meter os jovens a explorar música e programação

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 06/11/2020

O Laboratório de Experimentação Musical (L.E.M) foi o palco de desenvolvimento do novo projecto do Programa Educativo da Orquestra Jazz de Matosinhos, no qual a matemática e a programação se juntam para criar música. Introdução à Linguagem Python com Música nasceu da vontade de transmitir os conceitos básicos de programação em Python no EarSketch, um ambiente de programação online para fazer música.

Em quatro episódios, o MC e produtor Minus & Mr. Dolly juntou-se à equipa da L.E.M, composta por Pedro Sarmento e Tiago Ledo, para introduzir a interface do EarSketch e utilização de samples de áudio, dando igualmente a conhecer os tipos de dados e funcionamento de variáveis, assim como adicionar efeitos transformadores e como se exporta a música e o código. Pensámos em quais seriam as ferramentas e o código essenciais para fazer música acontecer. Imaginando que esse momento, em que a música finalmente nasce, pode cativar o nosso público e suscitar aquela curiosidade boa que nos leva a explorar mais e mais formas de contornar os problemas para aperfeiçoar a música que estamos a criar”, explicou Tiago Ledo ao Rimas e Batidas.

No seguimento de cativar o público, sobretudo os mais jovens, a O.J.M. decidiu igualmente desafiar aqueles que têm entre 12 e 20 anos para participar no concurso do L.E.M.: os participantes deverão compor uma música a partir de Jazz In The Space Age, de George Russell, utilizando o software com os samples fornecidos e aplicando as noções básicas de Python abordadas nos vídeos. O concurso decorre até dia 30 de Novembro e a prémio é um sampler Roland SP-404A.

Pedro Sarmento, formador do L.E.M., afirmou que “existem várias aplicações que misturam a programação com a música, e este relacionamento já data dos anos 50, pelo menos, com trabalhos como a Illiac Suite, nos Estados Unidos. O software EarSketch é um projecto da Georgia Tech e o objectivo passa por tentar ensinar programação através de conceitos musicais. Com este modo de explanar os conceitos das ciências da computação podemos averiguar até que ponto é que a música auxilia no ensino da programação, e vice-versa.”



Minus & Mr. Dolly, um dos pseudónimos de Hugo Oliveira, sublinhou o presente papel da matemática na música, acrescentando ainda: “Eu gosto de saber e tenho consciência da presença dela no que faço, seja nos intervalos musicais ou no cálculo do reverb de uma sala, por exemplo. No entanto, gosto de a descobrir por acaso e não a usar como princípio para criar.”

Por sua vez, Pedro Sarmento realçou uma constante nas três vertentes: “todas têm regras, leis e procedimentos muito específicos e característicos. Uma formalidade intrínseca. No entanto, a música destaca-se da programação e da matemática porque, apesar de poder ser parte desse universo do formal e do determinístico, também vive perfeitamente fora dele, na indeterminação, no improviso e na exploração, muitas vezes até com mais sucesso.”

Para além do desafio de repensar Jazz In The Space Age com recurso do sampling, a obra de George Russel foi sobretudo escolhida pela sua “sonoridade espacial” e pela sua relevância para a O.J.M..

Na opinião de Tiago Ledo, o maior desafio neste concurso será: “pôr o código a fazer exatamente o que temos em mente, mas tenho esperança que seja dar a música por terminada!”. O formador do L.E.M, esclarece que o critério de escolha do vencedor “terá uma componente mais estética, em que se dará ênfase à composição musical, e outra mais técnica, olhando para o código. Aqui procuraremos averiguar se o participante é capaz de utilizar as funções descritas nas lições, utiliza comentários, e é capaz de produzir um script com boa apresentação”. 

O concurso realiza-se de 2 a 30 de Novembro e o regulamento pode ser consultado no site da OJM.


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