[TEXTO] Rui Miguel Abreu [FOTO] Direitos Reservados
As editoras britânicas de Library Music KPM e Bruton são o assunto principal de um novo livro lançado pela Dutton Vocalion: The Mood Modern.
Com prefácio de Keith Mansfield, um dos mais criativos e activos músicos nesse circuito entre finais dos anos 60 e meados dos anos 80, o livro conta quase 500 páginas e inclui entrevistas com ou perfis de importantes protagonistas da cena como o já citado Keith Mansfield ou ainda Johnny Pearson, Syd Dale, Alan Hawkshaw, James Clarke, David Lindup e Brian Bennett, entre muitos outros.
O livro, fruto da investigação apurada de Oliver Lomax, faz um retrato da cena da Library Music, importante, embora algo secreta parte da indústria musical dedicada a criar conteúdos para o que eram, nas décadas de 50 ou 60, novas e importantes indústrias como a televisão, a rádio, o cinema e a publicidade. Os discos, nunca disponíveis comercialmente e fornecidos em regimes de assinatura a produtoras, estações de rádio ou de TV, tornaram-se compreensível objectivo de fascínio e cobiça por parte de produtores e coleccionadores e acabaram por ser homenageados em incontáveis discos de hip hop e não só através do sampling.
Cinco dos mais importantes compositores e agitadores deste universo – Syd Dale, Johnny Pearson, Keith Mansfield, James Clarke and David Lindup -, todos com responsabilidades na mítica série 1000 da KPM que aliás inspira o artwork deste livro, merecem capítulos dedicados, com importantes revelações biográficas.
Outros nomes importantes que se encontram bem representados nos catálogos da Bruton e da KPM, como Laurie Johnson, Neil Richardson, Steve Gray, Dave Gold, Francis Monkman, Brian Bennett, Alan Hawkshaw, John Dankworth, John Scott, Duncan Lamont, John Fiddy e John Cameron e ainda as bandas residentes da série 1000 da KPM, os WASP e os SHARKS, merecem igualmente aprofundada atenção.
A cena da Library Music tem andado particularmente agitada nos últimos tempos, inspirando novos lançamentos, inúmeras reedições, misturas de DJs, outros livros e até um novo documentário, factos a que o Rimas e Batidas tem dado plena atenção.