Já está marcado o primeiro concerto em nome próprio de Each1 em Lisboa. A estreia acontece no Tokyo, no Cais do Sodré, a 25 de Maio e os bilhetes estão à venda por 10 euros através deste link de reservas — no dia do evento, as entradas custam 12 euros à porta.
A data é mais do que merecida para o rapper portuense. Há mais de duas décadas que Rui Peres tem vindo a vincar o seu alter-ego Each1 enquanto um dos mais importantes pilares do hip hop underground da Invicta, muito graças ao trabalho que desempenhou ao lado de Chek nos infames Enigmacru. Mas desde Emperfeito Equilíbrio (2017) tem vindo a galgar boas porções de terreno a solo: carimbou vários singles, colaborou com gente como Tácio ou Beiro, embarcou n’As Aventuras do Lino (2020) e mostrou quais os seus Limites num álbum de apresentação em 2021.
Foi precisamente devido ao lançamento dessa primeira grande obra a título individual que o nome de Each1 voltou a ganhar destaque por entre as páginas do Rimas e Batidas — primeiro através de uma entrevista conduzida por Gonçalo Tavares, depois numa crítica assinada por Paulo Pena, onde era notado o seguinte:
“Numa altura em que imperam as representações, as interpretações, as sensações, as vibes, quer por artistas mais abstracionistas, que se abstêm de transmitir ideias à letra, quer por letristas de maior engenho, que tendencialmente se refugiam em alter-egos (como aconteceu com Lino e as suas aventuras) ou se revelam com filtragem prévia, a diferença que Each traz em Limites, face a todos os casos visados nessa dualidade maioritária de abordagens, vem precisamente pela ausência de filtros, o não privilegiar a harmonia estética em detrimento da franqueza humana na expressão de sentimentos em forma de música. Mais, a urgência e respectiva prioridade de tudo aquilo que tinha para dizer, ao fim de tantos anos, foi o que prevaleceu como razão de ser deste disco. Limites não foi feito porque faltava esse longa-duração a Each1; veio a ser construído nos últimos cinco anos e só viu a luz do dia – ainda que na escura Invicta – porque não poderia continuar mais tempo reprimido na escuridão.”