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Publicado a: 17/05/2017

DRAIVE nas palavras dos MGDRV

Publicado a: 17/05/2017

[FOTO] Direitos Reservados

Os MGDRV lançaram o primeiro longa-duração na passada segunda-feira. As rimas ácidas e os flows diversificados de Pité (que abandonou o nome artístico Skillaz) e Yo Cliché são sustentadas pelas produções superlativas de Apache no sucessor do EP homónimo, o trabalho que inaugurou a discografia do grupo em 2014.

DRAIVE é uma viagem alternativa pelos caminhos do hip hop nacional, um universo diferente de tudo o que conhecem por cá. Para acompanharem a audição das 13 faixas, convidámos o trio para explicarem tudo num novo faixa-a-faixa no Rimas e Batidas.

 


[“FAZER UM HIT”]

Como tema de abertura para este DRAIVE, temos um tema que é próprio para uma house party. Além do ambiente de festa, sempre sentimos que o carácter directo e simplório do refrão alberga uma sátira ao facto de hoje, no nosso dia-a-dia, sermos forçados a procurar e a encarar o dinheiro como um oásis.

 


[“ABANA A CABEÇA”]

A música é muitas vezes degustada e composta por reacções. Ao ouvirmos o beat do Apache, começámos os três a abanar a cabeça. Foi um tema que fizemos num ambiente descontraído e divertido, e a cena é que essa vibe sente-se no resultado final.

 


[“NOITE E DIA”]

Fizemos este tema como parte de um desafio para o programa de música lírica Super Diva, da RTP2. O objectivo era criar um tema com o nosso DNA, mas inspirado nas “Bodas de Fígaro”, de Mozart. Foi uma questão de transportar esta história de amor, sexo, mentiras e romance para um cenário mais contemporâneo. Fizemos um vídeo para o programa que chegou a passar. Embora não tenhamos planos concretos, é provável que partilhemos o vídeo um dia destes.

 


[“ANÉIS DE SATURNO”]

O som mais misterioso do álbum, com um beat “supa-dupa-fresh” do nosso boy Apache aka pineal genial. Fizemos este tema num retiro em Colares, Sintra, à noite, com a escuridão ao redor e medronho no copo.

 


[“PEOPLE À RASCA”]

Depois do “Salta Só”, ficámos sempre com vontade de fazer outro banger. Quando ouvimos este instrumental, soubemos imediatamente que este era um candidato perfeito. “O people está à rasca neste building” é uma expressão que surge da cara que o people faz quando está num club e o som é pesado. Aquela cara de estar à rasca com o bass.

 


[“CANTO XI”]

A nossa ode às ondas marinhas de Portugal e o canto final que faltava a esta épica obra lusitana. Ou então, a ironia aplicada ao facto de não conseguirmos igualar nas nossas cabeças a grandeza que a nossa nação em tempos teve.

 


[“TU NÃO TENS”] 

Outro tema resultante de um desafio. A rádio Mega Hits fez a proposta: fazer um tema inspirado em outro, de preferência algo inesperado. Ainda tivemos para fazer um tema do Pedro Abrunhosa, mas acabámos por pegar no “Taras e Manias” que é interpretado em português pelo Marco Paulo. Ficámos bué contentes com o resultado e pelo facto de, sem ser uma cover, o original ser a base da nossa criação.

 


[“TENDA VIP”]

“A vida não é uma tenda VIP” é uma expressão que um amigo nosso, o Zé Maria, que também participa no álbum, costuma dizer, normalmente em situações em que se encontram dificuldades durante algo que pensávamos ser fácil. Ao fazer o som, sentimos que o refrão tinha uma vibe meio grunge, na forma como o cantámos. Isso foi algo que sentimos bué porque todos temos o nosso background de rock e as suas variantes.

 


[“BAILE”]

Toda a gente conhece a expressão “dar baile”. Para além do sample, que já nos leva um pouco para o mundo do bailarico, o baile aqui é outro. Falamos de representantes e intervenientes que todos os dias colocam entraves aos sonhos dos jovens. Um sistema educacional que necessita de evolução e adaptação como qualquer outra coisa e uma sociedade que apesar dos avanços ainda olha de lado para certas escolhas de vida. É, em último caso, um tema sobre estar ciente, esperançoso e sempre em busca dos sonhos.

 


[“TUDO BEM”]

Esta faixa teve várias encarnações. Gostávamos da vibe do tema, mas decidimos convidar pessoas fora do projecto para darem o seu input. Uma dessas pessoas foi o Enoque, que emprestou a sua voz e a sua alma para cantar o refrão. Esta canção teve também arranjos adicionais feitos pelo Agir. “Tá tudo bem” quando estás a fluir e a família e amigos são aquela âncora que te ajudam a relembrar que está mesmo tudo bem.

 


[“MODO AVIÃO”]

Estamos em 2017 e nunca antes na nossa história conhecida estivemos tão inundados em informação. Este banger é dedicado àquele momento tão importante, que é, de vez em quando, desligar do mundo. A toda a hora recebemos chamadas, notificações, alertas e lembretes que nos distraem da nossa condição humana. Esperamos que esse bass vos ponha bem presentes no momento. Para ouvir bem alto!

 


[“JURO QUE NÃO”]

Confiança e relações, temas que podem tanto ser maravilhosos, como um pesadelo. Quem já teve de se explicar a alguém que desconfia ou tem ciúmes? Assim como “Anéis de Saturno”, esta música nasceu num retiro em Colares onde a maioria da letra e refrão é tudo freestyle. Sentir o beat depois de uns mergulhos no medronho e de uns beijos na sativa. Ficas com os feelings todos à flor da pele, se alguém sentir arrepios a ouvir este som não é por acaso.

 


[“SALTA SÓ”]

O banger original. Um som já com provas feitas do seu poder ao vivo, uma chamada de atenção às pessoas que adormecem no conformismo e no hábito. Um grito de guerra de quem quer ver todos a saltar e a manifestarem-se com autenticidade. É preciso agitar as águas! E não há nada como saltar para o fazer.

 


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