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Texto: ReB Team
Fotografia: tomicornio
Publicado a: 06/10/2022

De volta ao clube para soprar as velas.

Dois dias seguidos de festa para celebrar o primeiro aniversário da Dengo Club

Texto: ReB Team
Fotografia: tomicornio
Publicado a: 06/10/2022

Este mês, a Dengo Club celebra o o seu primeiro ano de vida com duas datas em Lisboa. Nos dias 21 e 22 de Outubro, num local ainda por revelar, o evento BACK2THECLUB vai juntar artistas como SOLUNA, SleepyThePrince, Saint Caboclo, ZenGxrl ou Shaka Lion num alinhamento de luxo.

Revolucionaram as noites lisboetas com espaços seguros para as comunidades negras queer, sempre de braços abertos para receber gentes de outras tribos e misturá-las em noites regadas de sensualidade e boa disposição. Não demoraram até chegar ao Porto, mais concretamente ao Maus Hábitos e ao Passos Manuel, tendo dando um pulo à capital pelo meio para se fazer escutar na edição deste ano do Iminente.

Desbundas ao som do funk BR, electrónica de tonalidades afro, trap de autor e r&b de latitudes menos óbvias são ingredientes-chave para a próxima festa, cujo cartaz contempla ainda os nomes de Fvbricia, DJ Stá, Banu, Naguiyami, DJ Décio, Mílian Dolla e LAZY FLOW — e com a promessa de que mais se juntarão em breve.

Em Agosto, a propósito de uma Dengo Club que teve Titica como headliner no Lisboa ao Vivo, Luísa Cativo aproveitou para entrevistar a cara principal deste colectivo que se inspirou em fenómenos como os da Batekoo (Brasil), Papi Juice (EUA) ou Pxssy Palace (Inglaterra). Ao Rimas e Batidas, Saint Caboclo falava de como as suas festas procuram sempre ser o mais inclusivas possível:

“A Dengo tem coisas bem específicas que são indispensáveis. Tem sempre que haver mulheres no line–up, tem que haver sempre um tema para a festa também. Tem que ter a lista trans – porque muitas vezes têm dificuldade em arranjar trabalho e ter dinheiro para sair –, tem uma lista com código de desconto para pessoas racializadas com baixos rendimentos e não só – para pessoas queer ou racializadas também; para artistas porque sabemos que quem trabalha em campos criativos e artísticos muitas vezes passa muitas dificuldades aqui em Portugal – mas são tudo pessoas muito importantes que fazem parte da minha comunidade. Assim, as pessoas que quiserem podem entrar em contacto connosco se estiverem com dificuldades e ainda assim queiram apoiar o nosso projecto. Também já estive nesse lugar em que queria apoiar todos os meus amigos e os seus eventos, mas é impossível ter dinheiro para tudo.

Como tentamos comunicar ao nosso público: a Dengo trabalha na base da equidade, isso é algo muito importante para nós. Existe toda uma forma de organizar isso: a lista trans por exemplo; tem x nomes ali, você assim sabe que a festa vai acontecer, pode enviar mensagem para nós e fica a fazer parte dessa lista. Pode acontecer que a lista já esteja cheia, o que ainda não aconteceu porque também o pessoal trans nem sempre sai muito à noite – quero fazer com que saiam mais pelo menos na Dengo, queremos que ocupem aquele espaço em segurança. Se eu chegar num espaço e disser que preciso de 20 bilhetes grátis para pessoas trans, não vão entender. Há ainda muita falta de sensibilidade para esses assuntos cá em Portugal, não há essa consciência social e histórica. No Brasil não há uma festa assim que não tenha lista trans, é muito importante haver esse tipo de inclusão nos espaços nocturnos.”


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