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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/03/2023

Depressa e bem, afinal há quem.

DJ Ride sobre BEAT DIARIES: “Quis perceber como as deadlines apertadas acabam por influenciar o processo criativo”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 02/03/2023

2023 começou em grande estilo para DJ Ride através de BEAT DIARIES, uma série de lançamentos da qual surgiu ontem o terceiro (e último, para já) capítulo.

Para este projecto, o DJ e produtor que é metade dos Beatbombers abraçou uma rotina criativa que lhe valeu uma nova batida (ou mais) por dia. A jogar em contra-relógio, Tomás Oliveira foi fazendo um ponto da situação ao início de cada mês, compilando as melhores criações provenientes deste exercício numa tríade de beat tapes — há, no total, 55 instrumentais a residir sob o tecto das BEAT DIARIES, desde tracks mais corpulentas, bem ao estilo do seu autor, a outras mais texturais, exploratórias e despidas de bombos e tarolas.

Ao Rimas e Batidas, DJ Ride abordou a feitura destas três exigentes compilações e antecipou alguns daqueles que serão os seus próximos passos a nível editorial.



Qual foi o impulso para uma aventura destas? Já não estamos em confinamento…

O conceito principal das BEAT DIARIES é simples, tentar fazer um beat (ou mais) por dia e lançar uma beat tape por mês com o resultado, nos três primeiros meses de 2023. Algumas das músicas acabei por compor, misturar/masterizar e, poucos dias depois, acabavam por estar online. Foi uma boa experiência. Quis também que fosse um desafio à minha criatividade, perceber como é que ter estas deadlines apertadas acabam por influenciar o processo criativo. Uma das coisas que também acabei por explorar foi fazer um behind the scenes, documentar parte do processo em vídeo, onde mostro o que uso na produção, quais as ferramentas do meu estúdio. Por exemplo, no primeiro volume, filmámos o Stereossauro a tocar guitarra e teclas para alguns dos temas, e é raro mostrar isso.

Achas que este imediatismo – um beat a cada dia – te permite explorar coisas, ideias, práticas a que normalmente não recorres?

Eu gosto de fazer beat tapes, e já tinha algumas ideias na cabeça. Acabo também por ir acumulando centenas de beats que muitas das vezes tenho pena de não os partilhar. Uma beat tape é também uma forma de ir reciclando ideias e sons que têm potencial. Tive o apoio do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores que foi super importante para poder investir na parte do vídeo, que foi feita pelo YoCliché, artworks e todas as despesas relacionadas com um projecto destes.

Surpreendeste-te com os resultados? Deste por ti a ouvir algum beat e a pensar “de onde saiu isto?”

Sim, senti em muitas das vezes que ia por caminhos diferentes do habitual. Houve até temas que nem sequer pus drums porque não senti essa necessidade. Alguns beats, como foram feitos e editados tão rapidamente, quando os ouço acabo por descobrir layers que já nao me lembrava .

Em termos técnicos, quais as principais ferramentas usadas? Alguma delas nova?

O principal foi mesmo o Ableton Live, MPC em algumas músicas, Moog Voyager, muitos samples e a ajuda do Stereossauro e Subp Yao em collabs.

Recentemente participaste na Crack Kids numa espécie de loja pop up de vinil juntamente com outros DJs. Vender discos para poder comprar mais discos? Foi essa a ideia?

Foi a primeira vez que fiz algo do género. Foi um convite/desafio do Glue e acabei por me divertir bastante. É para repetir, sem dúvida. A ideia foi partilhar algumas pérolas que já nao preciso ou que tinha mais do que uma cópia em casa, e deu para fazer algumas trocas também.

Deste por finalizado este projecto. Que se segue?

Estou a acabar novos temas. Eu e o Stereossauro produzimos o último single do Carlão com o Tatanka e estamos a acabar mais sons. Tenho também um remix a sair numa edição da Alpha Pup e um tema, daqui a uns dias, com o produtor russo Corvad, entre outras coisas!


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