pub

Publicado a: 05/03/2018

DJ Kamala sobre a curadoria no Rock in Rio: “Espero que o público valorize o que é nosso”

Publicado a: 05/03/2018

[FOTO] Direitos Reservados

O palco Music Valley do Rock in Rio Lisboa é um dos destaques da programação deste ano. DJ Kamala assina a curadoria que se vai traduzir em actuações de Bispo, DillazMishlawi e Supa Squad, no segundo dia do festival.

Está cada vez mais composto o cartaz da edição lisboeta do Rock in Rio, em especial para o dia 24 de Junho, que viu uma nova fornada de artistas a ingressar num dos seus palcos secundários. DJ Kamala é o responsável pela curadoria do Music Valley, o espaço que vem substituir a tenda electrónica das edições anteriores. O objectivo é claro – uma aposta forte na música de contornos urbanos e em bom português, por parte do impulsionador das noites Sweet, em Lisboa.

Com a junção de dois palcos num só recinto, o Music Valley divide-se nos regimes de sunset e electrónica. De um lado alinham os HMB e o supergrupo Língua Franca — Valete, Capicua, Rael e Emicida vão estar acompanhados por Sara Tavares — e, nas pool parties, DJ Kamala monta o Sweet Playground com a ajuda de Bispo, Dillaz, Mishlawi e dos Supa Squad. No dia 24 de Junho, Bruno Mars, Demi Lovato, Anitta e Agir são protagonistas no palco principal.

 



Porquê estes convidados?

Por gosto. Porque continuo a acreditar no que se faz em Portugal. E porque continuo a ser confesso admirador desta vaga de talentos emergentes da música urbana nacional.

Qual foi o critério nesta escolha?

Faziam parte de um leque de artistas com quem já trabalhei e que sei que funcionariam bem com o resto da programação do festival, neste dia. Tal como quem vai ver o Bruno Mars terá gosto em ver os HMB, também quem vai ver o Agir, terá provável interesse em ver o Bispo, Dillaz e o Mishlawi. Quem vai ver a Anitta, provavelmente também gostará da estética musical dos Supa Squad — por exemplo. Houve outros nomes apalavrados mas, infelizmente, não foi possível arranjar espaço/tempo para toda a gente que eu gostaria de trazer a este palco.

O que acreditas que cada um deles trará ao Rock in Rio nesse dia?

Acredito que cada um deles irá preparar shows únicos. Não é todos os dias que temos a possibilidade de subir a um palco desta dimensão, num dos festivais mais conhecidos do mundo. E quando a oportunidade se une ao talento só podem acontecer coisas verdadeiramente especiais.

O que esperas a nível de receptividade do público?

Honestamente? Espero que o público valorize o que é nosso. Os nomes são fortes o suficiente para movimentar pessoas e vender bilhetes por si só. Mesmo tratando-se de um palco secundário. Aliás, depois de termos anunciado nas redes sociais, foram várias as pessoas que tiveram uma reacção do tipo “agora já não tenho dúvidas. É este o dia do RiR que quero ir”. Percebendo que nenhum de nós tem a expressão de um cabeça de cartaz como o Bruno Mars, não deixamos de ter argumentos que ajudam de sobremaneira ao sucesso deste dia.

A aposta no hip hop é notória. Como olhas para o panorama da cultura hip hop em Portugal neste momento?

Continuo com a ideia de que a aposta no hip hop não é inocente. Não é algo que deixe antever um gosto especial por esta cultura ou espectro musical. Acho que o mercado teve que se render às evidências. O hip hop vende. O hip hop tem artistas que movimentam massas. Esses artistas têm músicas que se tornaram transversais. Também não é mentira que muito do hip hop se tornou mais pop. Houve uma adaptação do mercado ao estilo e do estilo ao mercado. E hoje, negar a força deste movimento e estilo musical, é negar o óbvio. Em Portugal acabamos por ser o espelho disso. Durante muitos anos tivemos artistas como o Sam The Kid, Regula, Valete… Que andaram fora do radar do público generalista. Não se ouvia um único tema de hip hop tuga nas pistas de dança. E não foi assim há tantos anos. Em 2009 quando comecei com as festas Sweet — eventos com especial foco na música e na cultura urbana, que vieram a dar aso a esta curadoria no RiR com um Sweet Playground — tocar hip hop e derivados em horário nobre na pista principal de um dos clubes mais conceituados de Lisboa era utópico. Hoje em dia tudo é diferente! O mercado foi forçado a aceitar o óbvio. Não só o hip hop tem talento, tem interesse, tem cultura, tem “sumo”, como também tem cada vez mais público afecto.

 


pub

Últimos da categoria: Curtas

RBTV

Últimos artigos