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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 04/01/2021

Na luta pela devida representatividade negra.

Dino D’Santiago, Sara Tavares e Batida reivindicam por uma nova versão portuguesa de Soul

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 04/01/2021

No passado sábado, dia 2 Janeiro, o descontentamento generalizado com o “casting” para a dobragem da versão portuguesa do filme de animação Soul ganhou força com uma petição assinada por nomes como Dino D’Santiago, Mayra Andrade, Nástio Mosquito, Pedro Coquenão (Batida) e Sara Tavares.

“Reclamamos por uma nova versão Portuguesa do filme Soul da Disney e Pixar, respeitando a intenção original e reconhecendo a importância histórica deste momento. Porque este filme não é apenas mais um filme e o que ele representa importa”, começa por dizer a missiva. A longa-metragem foi criada à volta da premissa de que se estaria a dar, pela primeira vez, protagonismo a uma personagem negra mas também à comunidade, algo que foi ignorado pela produção nacional: “Em Portugal a Disney tratou este filme como mais um, não tendo o mesmo critério e ignorando a intenção original na escolha de actores exclusivamente afro-descendentes para dar voz aos personagens. Não está em causa o habitual bom trabalho em dobragens feitas em Portugal ou a qualidade dos actores da versão portuguesa mas há aqui a expectativa de respeito pela intenção original e pelo que este representa historicamente: ser o primeiro filme de animação com um protagonista negro, interpretado por vozes negras. As palavras respeito, representatividade e intenção são chave aqui.”

E ainda se acrescenta: “A nossa história está cheia de factos consumados que não podemos reparar mas podemos aprender com eles, reconhecendo-os para podermos avançar. O que vamos fazer em 2021 está nas nossas mãos e a avaliação sobre a importância deste cuidado ou da falta dele cabe, antes de mais, a quem não se vê aqui representado. A responsabilidade de não aceitar, não relativizar ou não deixar normalizar é de cada um. O que foi um equívoco e descura na tradução para Portugal pode e deve ser reparado. Não deixamos passar mais uma oportunidade de fazer a coisa certa.”

Neste artigo da New York Times, a “jornada” que foi a criação deste projecto está detalhada, reforçando-se a vontade dos seus autores em gerar uma história que fosse verdadeiramente representativa da experiência afro-americana (sintuando-a muito concretamente em Queens, Nova Iorque) sem que se caísse na utilização de velhos estereótipos. O co-realizador Kemp Powers e o director de fotografia Bradford Young foram peças importantes para isso, tal como a utilização de actores e músicos negros como Jamie Foxx, Questlove, Daveed Diggs (dos clipping.), Phylicia Rashad, Donnell Rawlings e Angela Bassett.

A petição, que já conta com quase 13 mil assinaturas, pode ser assinada aqui.


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