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Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 17/04/2025

O rapper está de volta aos lançamentos e aponta a um novo disco para este ano.

Dengaz: “Sinto que houve uma evolução tanto no resultado final da minha arte como na forma como a crio”

Texto: ReB Team
Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 17/04/2025

Dengaz regressou em força e nos últimos meses lançou um par de singles, “Remy” e “Longe”, que servem para antecipar o seu próximo disco, O Que Não Se Vê É Eterno.

Depois de Para Sempre (2015) e a sua respectiva versão unplugged (2016), o rapper de Cascais imergiu nas sombras e apenas foi acenando a espaços ao seu público através da mostra de pontuais faixas avulso, como “Ninguém Vê Nada”, “Só Uma Vibe” (com Carla Prata) ou “Não Tá Fácil” (com Murta). À medida que cada track foi surgindo, notava-se uma evolução na linha estética seguida por Dengaz, que apesar de mais afastado das luzes da ribalta, não deixou de se aplicar na elevação do seu “jogo” enquanto deambulava pelos bastidores.

É de cara totalmente lavada que o artista nascido Luís Mendes surge este ano com as primeiras duas amostras de um novo álbum, que segundo revela ao Rimas e Batidas tem uma edição planeada mais para o final de 2025, 10 anos após o seu último registo de originais. Da escolha das batidas à forma como entrega os seus versos ao microfone, Dengaz mostra que, apesar da sua já longa jornada no hip hop, há sempre espaço para renovar e modernizar o seu som, algo que é fruto da sua própria força de vontade mas também das parcerias que vai estabelecendo pelo caminho. Em “Remy” tem um instrumental de Agir como pano de fundo, enquanto que “Longe” é alicerçada sobre um beat esculpido por Twins e Xicão.

Numa breve troca de impressões com a nossa redacção, Dengaz fala do período que o levou a abrandar e a pavimentar o trilho para este comeback em grande.



O teu último trabalho de originais, Para Sempre, já remonta a 2015. Desde então, foste surgindo a espaços com alguns temas avulso. O que te levou a abrandar durante este período?

Acho que foi uma mistura de circunstâncias. Depois do crescimento todo da minha música desde que a comecei a fazer, da exposição e de alguns anos seguidos a fazer estrada comecei a sentir necessidade de fazer música nova, experimentar, arriscar outras sonoridades e outras formas de fazer música que sempre quis experimentar. Estava com vontade de ouvir música nova minha, e numa altura em que já tinha dois dos meus três filhos era mais difícil tirar esse tempo para trabalhar nessa procura e conciliá-la com concertos e família. Isso e outras circunstâncias da minha vida pessoal foram-me levando a esse “abrandar”, que na verdade foi um abrandar mais para o público do que para mim. Durante este período, e antes até de surgir a pandemia eu já tinha um álbum praticamente feito que decidi, mais tarde, não lançar porque achei que estava muito “triste” e “denso” demais, e eu já não me estava a sentir assim na altura de o lançar. Mas um dia ainda vou mostrar essas músicas (talvez num formato diferente, com banda, por exemplo) porque sinto que elas podem fazer muito sentido e até ajudar de alguma forma alguém que as ouça. 

Em 2025 já contabilizas dois singles, nos quais se nota uma evolução tanto ao nível da estética como da tua própria entrega dos versos. Apesar de teres estado menos activo nos lançamentos, sentes que evoluíste na forma como fazes a tua arte? O que mudou?

Sim, sinto que houve uma evolução tanto no resultado final da minha arte como na forma como a crio. Agora, mais que sempre, tento ser o mais livre possível quando faço música, tento ir 100% pelo instinto. Este tempo em que tive “só” a criar também me deu a possibilidade de experimentar outras estéticas que me inspiram (algumas que sempre me inspiraram), outras formas de me expressar, que passam pela entrega, até na forma como escrevo, e por abordar as músicas de uma forma diferente (hoje em dia estou, por exemplo, a cantar coisas de uma forma que há uns anos achava que “não era pra mim”). Outra coisa que ajudou muito a este processo foi, para além dos produtores com quem já trabalhava, ter começado a trabalhar com artistas e produtores novos, com visões diferentes, que me estão a ajudar a chegar onde quero.

O amor volta a ser a tónica em “Remy” e “Longe”. Continua a ser aquilo que mais te motiva a pegar na caneta para escrever?

Eu diria que sim, mas não só. Tem muito a ver também com a minha vida agora e nestes últimos anos. Eu sempre escrevi sobre outras coisas, mas a verdade é que a maioria das minhas músicas que se tornaram mais conhecidas falam sobre amor. Uma delas, o “Dizer Que Não”, por exemplo, não foi escrita a pensar em relações entre pessoas e toda a gente na altura pensou que sim. Como disse antes, tentei sempre ir pelo instinto e o amor sem dúvida levou-me para muitas músicas neste álbum (no meio de outras que falam de incertezas, inseguranças, crenças, celebrações, motivações, etc.). E, na verdade, penso que até a forma como abordei essa tónica (amor) nesta nova fase está um pouco diferente. Em algumas músicas, que supostamente são sobre amor, acabei por abordar outros temas diferentes dentro desse tema maior. A música “Remy”, por exemplo, surgiu porque queria falar de um assunto que é muito mais pesado e foi parar a uma música sobre uma relação amorosa, talvez até como uma forma de tornar o assunto mais leve para mim.

Estas duas faixas antecipam aquele que será o teu regresso aos discos. Já tens um título ou uma data de edição definida para o próximo álbum? O que nos podes adiantar sobre o projecto?

O álbum vai-se chamar O Que Não Se Vê É Eterno e sairá mais para o final do ano. Ainda não tem data definida, mas o que posso avançar é que até lá vai haver muita música nova.


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