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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 12/03/2019

Este sábado, o membro da Rotten \ Fresh apresenta-se ao vivo na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa.

DEEPFAKE CIUDAD: trash CAN explora o espaço a partir da cidade

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 12/03/2019

A editora portuguesa Rotten \ Fresh editou o segundo EP de trash CAN no dia 20 de Fevereiro. O produtor nascido no Brasil concebeu DEEPFAKE CIUDAD, projecto que contém uma proposta electrónica abrangente e ecléctica com sampling e sintetizadores à mistura.

Com a exploração do espaço e a a música como uma experiência física e temporal na sua “agenda”, o produtor criou um imaginário sónico em que se sente em cada milissegundo a ficção científica que o influenciou. O eterno jogo entre o timbre e a harmonia ajudou a potenciar o espírito exploratório de um artista que ainda pretende encontrar muitas mais maneiras de se expressar, sem fórmulas ou caixas a condicioná-lo.

À conversa com o Rimas e Batidas, trash CAN — que actua este sábado, dia 16 de Março, na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa — falou sobre o seu último EP, a relação com a Rotten \ Fresh e outros projectos em que tem trabalhado.



Antes de irmos ao EP, fala-nos um pouco de como se deu a fundação da Rotten \ Fresh.

A fundação da Rotten \ Fresh… Não sei, foi muito orgânico. A nossa ligação rapidamente se traduziu em projectos musicais porque vínhamos todos deste tipo de contexto. O Diogo materializou este ponto em comum numa editora. Não sei dizer em que momento deixa de ser uma ideia de música para ganhar os contornos concretos da Rotten \ Fresh.

Usas muitos samples de voz, seja para efeitos melódicos com alterações de pitch ou para citações que dão atenção para um lado mais conceptual do EP. Há alguma temática em DEEPFAKE CIUDAD?

Para mim, o principal tema é o espaço, fazer com que a música se faça sentir como uma experiência física e temporal. Neste EP, as referências vêm muito da ficção científica, que funciona como pano de fundo.

Neste EP conseguimos sentir uma sonoridade mais electrónica que no teu NOVA VISTA. Houve alguma coisa que alteraste no teu processo composicional ou de produção para o DEEPFAKE CIUDAD?

Talvez o tema ajude a recorrer mais a esta sonoridade. Todos os projectos que desenvolvo acabam sempre por ter uma abordagem muito diferente por ter objectivos distintos. Isso faz com que cada lançamento tenha uma sonoridade específica.

Tens uma variedade tímbrica interessante na tua música, com diferentes sintetizadores a juntarem-se a batidas que apontam tanto para diferentes estilos de electrónica e de ambient, como para diferentes andamentos. É uma preocupação manter a coesão estilística ou ainda queres explorar muita coisa?

Ambos! Há sempre espaço para explorar mais, e essa é uma vantagem de fazer este tipo de música: dificilmente se fica preso a algum tipo de fórmula ou rotina. A coesão talvez venha mais da expressividade da faixa ou da perspectiva de quem está a ouvir o disco.

Quais são as tuas maiores influências?

Negativland e a sua filosofia são uma grande fonte de inspiração para mim. Também há muitos artistas, tal como Dean Blunt, Burial, FlyLo ou clássicos como Radiohead ou os músicos da Elephant 6, que já me acompanham há anos e sempre deixaram a sua marca, mesmo que em alguns casos seja mais óbvia que em outros. Esteticamente com o sampling é difícil dar referências concretas. O cinema também contribui muito para a música que faço, pois a comunicação emocional nestes dois meios (a música e o cinema) realmente transcende a necessidade narrativa estruturada ou material que encontramos noutras artes. Um bom exemplo disso (e uma grande influência para mim actualmente) é o Stalker.

Mesmo estando num colectivo com bons produtores, tu trabalhaste sozinho nos teus dois lançamentos. És muito individualista na tua produção ou já tens colaborações em vista?

Neste momento trabalho em conjunto com o Pedro Tavares (funcionário) em Império Pacífico. Para além disso tocamos por vezes ao vivo também com o Benjamim (Buhnunn) como CANary buh. trash CAN enquanto projecto é maioritariamente trabalho autónomo, mas há sempre algum contributo por parte do pessoal, nem que seja uma ideia ou um conceito. No NOVA VISTA há uma faixa com vocais predominantes do Pedro Calvo, que foi quem desenhou o logótipo da editora, por exemplo.

Ainda pensas apresentar este EP nalgum outro formato? Físico, ao vivo ou mesmo em vídeo?

Haverá lançamento em CD pela Rotten \ Fresh nos próximos dias! Esperem vê-los no dia 16 de Março na ZDB e nos futuros concertos que aí virão. Novidades em breve!


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