O Alkantara Festival está de volta a Lisboa já nos próximos dias, entre 14 e 23 de Novembro, com uma programação que ocupa vários palcos da cidade — da Culturgest às Carpintarias de São Lázaro, do Teatro do Bairro Alto ao Centro Cultural de Belém, entre outros — reunindo artistas de diferentes geografias e linguagens em torno da dança, da performance e da escuta colectiva. “Repetir, lembrar, imaginar e resistir” são as palavras de ordem para a edição deste ano.
A abertura acontece na Culturgest, com a estreia nacional do espectáculo umuko, de Dorothée Munyaneza, artista ruandesa vencedora do Salavisa European Dance Award 2023. A peça, que celebra 28 anos desde que Munyaneza deixou o Ruanda, junta cinco jovens artistas nascidos após o genocídio tutsi, num encontro entre gerações e memórias. O espectáculo é novamente apresentado a 15 de Novembro e segue depois para o Teatro Municipal do Porto.
Nas Carpintarias de São Lázaro — o novo Ponto de Encontro oficial do festival — a noite de abertura inclui a Roda de Sample & Colectivo Gira, cruzando samba, samples e dança como práticas de resistência e celebração. No mesmo espaço, estreia-se blackmilk, de Tiran Willemse (15 e 16 de Novembro), que explora identidade e a “melancolia masculina negra”, como se pode ler no comunicado enviado à redacção do Rimas e Batidas.
No Teatro do Bairro Alto, Noha Ramadan apresenta em estreia absoluta PósMito (e cintilámos ao atravessar de uma realidade para outra…) (também nos dias 15 e 16), uma peça inspirada na mitologia egípcia e no terror pop. Já na Galeria Quadrum, o programa Nosso Wayuri, com curadoria da plataforma Terra Batida, junta artistas indígenas do Brasil e celebra a arte indígena contemporânea a partir da exposição Contra-feitiço, de Denilson Baniwa.
Outros destaques incluem FLESH CAN’T CAN’T NOT’T ‘TIS FLESH H… de Mario Barrantes Espinoza (na Sala Estúdio Valentim de Barros/Jardins do Bombarda); o que se abre em nós, de Sofia Dias & Vítor Roriz (ZDB 8 Marvila); e Michel – Os animais que eu sou, de Chiara Bersani (CCB), que reúne intérpretes com corpos não normativos. Também no CCB, Luísa Saraiva apresenta Bocarra, um espectáculo inspirado no canto polifónico feminino do Norte de Portugal e da Galiza.
Haverá ainda hipótese de assistir aos trabalhos de Vânia Doutel Vaz (violetas, no TBA), La Chachi (Os intransponíveis Alpes, à procura do Currito, no CCB), Francisco Thiago Cavalcanti & um cavalo disse mamã (CANTAR, na Culturgest), Dori Nigro (Serei/Afrodiaspórica, nas Carpintarias de São Lázaro) e Stephanie Kayal & Abed Kobeissy (Galactic Crush 2: Into the Cold, na Sala Estúdio Valentim de Barros).
Além das performances, o festival inclui workshops, conversas pós-espectáculo, o programa profissional Bridges, e duas sessões de escuta colectiva organizadas pelo projecto de jornalismo Fumaça, com episódios sobre a Palestina e a saúde mental na indústria cultural. A programação completa e todas as informações úteis podem ser consultadas no site oficial do Alkantara Festival, onde também é possível comprar os bilhetes para cada performance.