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Ilustração: Direitos Reservados
Publicado a: 03/09/2024

Começa amanhã em Coimbra o primeiro encontro de jornalismo cultural.

Cu.Co. abre as asas para voar: encontremo-nos!

Ilustração: Direitos Reservados
Publicado a: 03/09/2024

Numa organização da Câmara Municipal de Coimbra promovida pela RMA Produções Musicais, está aí a primeira edição do Cu.Co.: Encontro de Jornalismo Cultural de Coimbra, uma iniciativa para marcar de quarta-feira a domingo (4 a 8 de Setembro), nos diferentes espaços geradores de cultura desta cidade, o debate, a reflexão e o mais que pertinente conhecimento do tempo e modo de fazer acontecer a arte nas suas mais diversas expressões. Para esse efeito estão envolvidos como parceiros fundamentais na programação as entidades que fazem ao longo do ano a cultura acontecer: A Escola da Noite – Grupo de Teatro de Coimbra; Blue House; CAPC (Círculo de Artes Plásticas de Coimbra); CAV (Centro de Artes Visuais de Coimbra); JACC (Jazz ao Centro Clube); Marionet Associação Cultural; O Teatrão; RUC (Rádio Universidade de Coimbra); TAGV (Teatro Académico de Gil Vicente).

Em conversa de apresentação no Convento de S. Francisco, entre Ana Cortez Vaz, como vereadora da Cultura, Rui Miguel Abreu, como jornalista musical e produtor da iniciativa, e Rafael Nascimento, do Departamento de Cultura do Município de Coimbra, foram contados os propósitos e as expectativas do encontro, que se desenha como um acto de “lançar uma semente ao solo” em território fértil. Pretende-se estreitar a relação entre os agentes culturais, entre parceiros dos que fazem e os que promovem e divulgam a cultura. O objectivo é claro e ousado: tornar este encontro num marco anual no panorama do jornalismo, que está mudado, que enfrenta desafios que convidam a uma reinvenção sem que haja perda alguma da função primordial do dar a conhecer.

“Este será o primeiro de muitos encontros”, como se referiu Cortez Vaz ao Cu.Co. “A relação entre os media e a cultura é um dos pilares da democracia”, conforme notou Rui Miguel Abreu relativamente à importância dessa relação na sociedade contemporânea. Cu.Co. tem as letras da Cultura e de Coimbra, e “nasce dessa ideia de se transformar num laboratório para se pensar no jornalismo que se faz com a cultura”, como mais adiante apresentou a iniciativa. Sobre o aumento da dinâmica cultural da cidade, Rafael Nascimento registou ainda a necessidade sentida pelo município “de desenvolver algum trabalho para que os agentes, os artistas e as estruturas de programação locais pudessem ter ampliada a sua acção no jornalismo cultural nacional”.

A ideia surgiu de um encontro aquando da exposição de fotografia de Victor Torpedo “Now Here, Nowhere” no CAV, no ano de 2023 em Coimbra. Nessa ocasião deu-se a pedra de toque, a conversa tida e confessa entre Rui Miguel Abreu e Rafael Nascimento acerca da problemática do futuro do jornalismo cultural. Gizou-se então em traços rápidos, mas urgentes, como seria importante essa iniciativa, pioneira entre nós, de um encontro acerca do jornalismo cultural. “Fez todo sentido, para nós, que esse epicentro pudesse ser em Coimbra” relembrou Nascimento. E desde início a programação foi sendo desenhada envolvendo as estruturas profissionais da cultura da cidade de Coimbra. “Um programa que se faz muito nas entrelinhas do mesmo, que se faz do conhecimento do trabalho que cada um faz neste campo”, relembra Nascimento, e aponta mesmo que este “é o momento exacto de pensarmos, de reflectirmos, e de onde se espera que saia conhecimento para memória futura”.

Dos cinco dias de programa estão potenciadas uma série de conversas — mesas redondas, palestras e encontros contando com jornalistas nacionais e estrangeiros, e os agentes culturais locais. No primeiro dia, 4 de Setembro, está agendada uma visita ao CAV pelas 15h30, seguida de conversa sob o tema “Novos desafios do jornalismo cultural”, às 16h30, contando com a presença de Adailton Moura (Rapresentando), Débora Cruz (Gerador), Pedro Dias de Almeida (Visão), Carlos Antunes (Centro Artes Plásticas Coimbra), Miguel von Hafe Pérez (CAV), Vítor Torpedo e Ana Rita Rodrigues (RUC), estando designados para moderar a sessão Rui Miguel Abreu (Expresso, Antena 3) e Daniel Belo (Antena 3). Depois as palavras estendem-se à música através de showcases: às 17h30 com Sérgio Costa + José Anjos e às 21h30 — numa antecipação do Festival LunaFest — com Pedro Chau. 

Dia 5, o segundo do Cu.Co., o programa começa às 11h00 no Parque Municipal de Skate para a palestra “O hip hop e a construção de comunidades” proferida por Ricardo Farinha, que versará esta crescente comunidade cultural em torno da iniciativa e plataforma Roda o Centro. Farinha que irá moderar a conversa consequente e que conta com os participantes Adailton Moura, Daniel Belo, um representante do Roda o Centro, Isabel Craveiro (O Teatrão) e Carlos Braz (RUC). À tarde, retoma às 15h30 o programa com a visita à Blue House — casa de criação de música em Coimbra e que é estúdio de gravação áudio, agência de booking e uma produtora cultural. Às 16h30, no mesmo local tem lugar outra pertinente mesa redonda, sob o tema “Residências artísticas e a criação no território”, conta com participação de Ricardo Farinha, Daniel Dias (Público), João Silva e Ricardo Jerónimo (Blue House), Rui Ferreira (Lux Records), José Miguel (JACC), Pedro Dias de Almeida (Visão), Isabel Simões (RUC) e com a moderação de Rui Miguel Abreu. A música serve-se depois com os Duques do Precariado às 18h, e às 21h30, de volta ao pátio do CAV, haverá um cine-concerto com João Mortágua, Luís Pedro Madeira, Gonçalo Parreirão e Ismael Silva.

Depois dos primeiros dias mais virados à música, será tempo de abordar o teatro como outra das artes de palco no dia 6, o terceiro do Cu.Co.. Na Blue House, às 11h, será o encontro com as companhias locais — O Teatrão, A Escola da Noite e Marionet — com jornalistas convidados e media locais. Em torno da temática “Uma cidade de muitos palcos – Teatro em Coimbra”, segue-se o debate sobre programação e comunicação com Daniel Belo, Pedro Dias de Almeida, Daniel Dias (Público), Margarida Sousa (O Teatrão) e representantes de A Escola da Noite, Marionet e Diário de Coimbra, com a moderação de Filipa Teixeira (Observador, Sábado). Da parte da tarde o programa prossegue para os domínios do jornalismo radiofónico com a visita, às 15h30, à RUC e ao TAGV, para depois, às 16h30 no Café do TAGV, ter lugar a conversa “Os desafios da rádio na era digital” com a participação de Luís Oliveira (Antena 3), Daniel Belo, José Martinho e Lexi Narovatkin (RUC), Rui Ferreira e Sílvio Santos (TAGV), ficando Rui Miguel Abreu a cargo da moderação. Às 18h haverá um encontro com a banda seminal de muita da música que haveria de marcar Coimbra desde os anos 90 com É M’as Foice.

Já no fim-de-semana, o Cu.Co. faz do dia 7, sábado, o Salão Brazil o seu poiso. Às 11h terá lugar a sexta conversa programada “A cobertura de festivais: práticas e estratégias” e conta para o efeito com a participação de Pedro Dias de Almeida, Ricardo Farinha, Bega Villalobos (In&Out Jazz), Adailton Moura, Filipa Teixeira, Diogo Barbosa (RUC) e um representante do Diário de Coimbra, estando escalado Daniel Belo para a moderação. No turno da tarde, às 15h30 será tempo de conhecer melhor a equipa do JACC, entre artistas e jornalistas, para outra das conversas que importam ter com “O jazz no centro”, estando prevista a participação de Sofia Rajado (jazz.pt), José Miguel (JACC), João Mortágua, Bega Villalobos e Filipa Teixeira, voltando a moderar Rui Miguel Abreu a gestão do tempo e das palavras em torno das notas azuis, pois claro. Jazz que se fará ouvir em palco através de um projecto nativo da cidade, às 18h, com a formação que junta o saxofonista João Mortágua ao baterista Diogo Alexandre — STAU.   

O encerramento do Cu.Co. será no domingo, dia 8, e o espaço designado para essa jornada final é o multicultural Convento São Francisco, num momento de encontro desde as 11h, desenhado como espaço aberto e livre para cruzar os jornalistas convidados, a comunidade media local, os agentes das diferentes plataformas da cidade, bem como artistas e agenciadores culturais. Depois, das 13h até às 19h, tem lugar o convívio final com almoço e sessão de escuta musical às mãos de Pedro Dias de Almeida (DJ set) e um showcase de encerramento a cargo da dupla formada por de Stereossauro, em MPC, e Ricardo Gordo, em guitarra portuguesa.

Será, portanto, o momento de fazer do Cu.Co. a celebração e o encontro da cultura em Coimbra na envolvente do jornalismo que a faz voar mais e mais além, como deve acontecer. Que assim o seja!


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