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Fotografia: Nuno Sampaio
Publicado a: 07/09/2025

Música para os nossos ouvidos.

Cu.Co.’25 — dia 4: ancorados no som

Fotografia: Nuno Sampaio
Publicado a: 07/09/2025

À medida que os dias avançam, a música vai assumindo um papel cada vez mais principal por entre a vasta programação do Cu.Co.: Encontro de Jornalismo Cultural de Coimbra. O dia de ontem, 6 de Setembro, foi um dos mais animados por isso mesmo, com a nossa agenda a cruzar-se por várias vezes com a do Verão a 2 Tempos, uma iniciativa que traz muitos concertos de entrada gratuita até diferentes pontos da “Cidade dos Estudantes” durante toda a época estival. Mas a música aqui não se manifesta apenas através de ondas sonoras e a primeira sessão de debates teve mesmo como tema “A divulgação musical na idade do streaming”, que contou com a moderação de Ricardo Farinha, do Rimas e Batidas, e a participação de representantes de entidades como o Jazz ao Centro Clube, a Blue House, a Lux Records e a Rádio Universidade de Coimbra. A conversa foi antecedida por uma visita às instalações do Convento São Francisco, cuja cafetaria serviu de palco para esta troca de ideias que abordou os prós e os contras da distribuição discográfica no cada vez mais injusto e saturado mercado digital.

A paragem seguinte foi o Peixe do Mercado, onde tivemos a oportunidade de provar diferentes tipos de iguarias durante uma pausa para almoço que intervalou a nossa missão pelo Convento São Francisco, já que lá haveríamos de regressar para a segunda e última mesa redonda do dia, que estava marcada para as 15h30. “A comunicação da arte contemporânea nos media: práticas e estratégias” foi o ponto de partida para um debate que, tal como muitos dos anteriores, acabaria por seguir o rumo da reflexão sobre o actual estado do jornalismo em Portugal, que é precário e, por isso, raramente tem condições para dar um grande acompanhamento aos eventos culturais que se desdobram à margem das principais cidades do país. A combinar com esse clima necrobiótico que vivem os media nacionais estavam os poemas entoados por Adolfo Luxúria Canibal, cuja voz serviu de chamamento para que todos os presentes se dirigissem ao pátio do Convento, onde o carismático vocalista dos Mão Morta se fazia acompanhar pela electrónica atmosférica de Marta Abreu.

A música não se ficou por ali e acompanhou-nos mesmo até praticamente à hora de ir deitar. Ao todo, foram mais três os concertos a que assistimos: a surpreendente cantautora madeirense de indietronica Mariana Camacho, os veteranos do pop-rock mais inventivo You Can’t Win, Charlie Brown e ainda o portuense André Julio Turquesa, que nos elevou o espírito com a sua idílica combinação de guitarra clássica com voz. Entre palcos, ainda demos um pulo ao Salão Brazil para jantar um sempre confortante bacalhau com natas. Já após o final das actuações do ciclo Verão a 2 Tempos, a romaria seguiu até ao interior do Pinga Amor, onde Kaló, um dos músicos da histórica banda conimbricense Tédio Boys, estava a distribuir uma refinada selecção de rock psicadélico a partir dos decks do bar.


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