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Fotografia: Nuno Sampaio
Publicado a: 06/09/2025

Apuram-se os sentidos.

Cu.Co.’25 — dia 3: tragam mais pão

Fotografia: Nuno Sampaio
Publicado a: 06/09/2025

Há sabores que deviam ser ilegais. Depois do dia de ontem, 5 de Setembro, certamente que não haverá ninguém da comitiva que participou no Cu.Co.: Encontro de Jornalismo Cultural de Coimbra que consiga voltar a comer pão da mesma maneira. No espaço do atelier Semente Atelier, Patrícia Miguel Dias, da Padaria Brutalista, deu a conhecer os vários tipos de pão que fabrica com recurso a massa mãe, uma daquelas iguarias que vão deixar muitas saudades na hora de nos sentarmos à mesa para as próximas refeições. Após a prova, a artesã da panificação deu aos presentes uma aula sobre a história do pão, do nascimento da sua marca e do processo que usa para o fabrico dos seus produtos, que mete muita criatividade à mistura na hora de escolher a combinação dos sabores. O resto da manhã foi dedicado à única roda de conversa do dia, onde Filipa Queiroz (jornalista), Jorge Cabrera (arte, educação e mediação) e Rafael Nascimento (Chefe da Divisão de Cultura CM Coimbra) falaram de Coimbra como “Lugar que escuta, cidade que germina”, e também a um DJ set de Rui Miguel Abreu, em que se percorreram vários clássicos da música portuguesa e brasileira.

Ao almoço, mais surpresas gastronómicas. No Seminário Maior, os participantes do Cu.Co. encontraram um menu conceptual inspirado em Póvoa dos Reis, um cónego que, naquele mesmo local, foi professor de ciências. Após uma breve apresentação da história desta mítica personagem do Seminário, os presentes foram prendados com uma refeição pensada em torno das algas de água doce e que contemplou diversos pratos — desde uma sopa de abóbora com pó de algas ao gelado que misturou o doce da nata com o salgado dessas plantas marinhas. No final, com mais gente a juntar-se ao grupo, regressámos à Semente para testemunhar a arte criativa que por lá passa na sua ousada programação cultural através da performance “A Matéria do Gesto”, que teve Bernardo Nascimento, Gonçalo Parreirão e Inês Moura como interpretes.

O final da tarde permitiu-nos deambular por um par de horas pela alta de Coimbra, local recheado de residências estudantis e de poemas pintados ao longo das paredes que delimitam as ruas. Por lá encontrava-se também o Bar Futuro, um espaço pequeno que é grande na sua inventiva abordagem aos cocktails e à programação musical. Sentados ao fundo da sala esperavam-nos Paul Oak e Pedro Renato com um par de guitarras para apresentar os temas criados (ou arranjados) pelo primeiro. As faixas de Out Of His Head, o EP que Oak editou pela Lux Records em 2023, estiveram em destaque na banda sonora que trouxe mais uma noite a Coimbra, bem como mais uns quantos covers, dos The Kinks ou the Chuck Berry, demonstrando a veia rockabilly que reside dentro do seu cantautorismo indie. Dos sons inspirados na América passámos aos sabores vindos de Itália num jantar feito de pizzas e pastas para todos os gostos e que permitiu continuar a fortalecer laços graças ao networking que o Cu.Co. tão bem proporciona e incentiva entre os agentes culturais locais e os jornalistas que se dirigiram a Coimbra para este evento.


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