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Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 05/09/2025

Tensão sobre o nylon (e também sobre a memória).

Cu.Co.’25 — dia 2: teoria das cordas

Fotografia: Direitos Reservados
Publicado a: 05/09/2025

O segundo dia do Cu.Co.: Encontro de Jornalismo Cultural de Coimbra permitiu-nos mergulhar profundamente na nossa própria história. Ontem, 4 de Setembro, a programação levou-nos até ao MUS.MUS.CBR – Associação Cultural Museu da Música de Coimbra, um local mágico e de visita obrigatória para todos aqueles que se interessam por música portuguesa. É por lá que se encontra um generoso arquivo dos muitos cordofones criados no nosso país ao longo dos anos e também uma oficina-escola que se dedica à conservação e restauro desses instrumentos de cordas. Entre as paredes da galeria que acolhe a exposição e as bancadas de trabalho dos diferentes luthiers de serviço vimos desde os mais familiares cavaquinhos ou guitarras clássicas e portuguesas aos mais raros bandolins, violas braguesas, bandolão ou rabecão.

Foram às dezenas os cordofones que nos passaram pelos olhos — uns mais comuns, outros mais exóticos; uns que ainda escutamos com regularidade nos palcos e nos discos, outros que se encontram mesmo em vias de extinção. A seguir ao almoço, foi pela via auditiva que testemunhámos a sua existência: primeiro num debate, em se abordou precisamente a importância de conservar estes instrumentos no presente, com Eduardo Loio, José Rebola, Jael Palhas, Felipe Barão e Germana do Vale; depois num showcase, onde músicos como José Rebola, Ricardo Grácio ou Miguel Calhaz apresentaram três projectos musicais distintos que integram vários dos cordofones que vimos em exposição, trazendo ao público um reportório composto tanto por covers como por originais.

Mais tarde, no Largo do Poço pelas 19 horas, a guitarra portuguesa foi uma das protagonistas na actuação de Helena Sarmento em torno do seu projecto “Tanto Mar”, uma ode à lusofonia que atravessa o Atlântico e cruza o fado português com a bossa nova do Brasil. No pós-jantar, a peregrinação levou-nos até à Casa do Cinema de Coimbra para assistir à exibição do documentário Por ti, Portugal, eu Juro!, um importante conjunto de entrevistas a ex-combatentes dos Comandos Africanos, que serviram Portugal na guerra da Guiné e foram esquecidos pelo estado português após a independência daquele país africano. No final, a jornalista e realizadora Sofia da Palma Rodrigues esteve à conversa com Rui Miguel Abreu e respondeu a algumas perguntas lançadas pelo público acerca da feitura deste documento visual, que partiu de uma grande reportagem publicada no Divergente.


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