A creche d’A Voz do Operário saiu à rua. A poucos minutos do meio-dia, crianças calcorreiam a praça do CCB; são conduzidas pelas educadoras até à sombra, para as furtar à candeia do sol. Imperturbáveis, de mãos dadas e bibes turquesas, são poucas as que sequer pestanejam ao mirar perto, numa cadeira, um homem sentado com máscara respiratória, fato-de-macaco azul-cobalto e fanny pack monocromática. Após um fascínio de milissegundos, continuam a sua vida — comportamento que muitos graúdos, ao terem a mesma visão, não adoptaram.
À boleia de “Telemóveis”, canção que representou Portugal no Festival Eurovisão da Canção, Conan Osiris tornou-se parte do discurso do povo: de comendas a insultos, ou comparações a António Variações — ícone que chegou a homenagear num espectáculo orquestral, ao lado de Selma Uamusse ou Lena d’Água. A conclusão é uniforme: a sua figura, escalonada à realidade portuguesa, mas também ao globo mais amplo (pelo qual andou em digressão), é um temporal de energia queer e som deliciosamente alarve.
Na vida real, sem produção eurovisiva, Conan Osiris continua perfeitamente Conan Osiris. O homem estatuesco e o miúdo do Cacém; o rapaz do futuro e o paladino que se bate pelo Duo São Lindas. Em conversa amena, é fácil esquecer 2019 — ano em que Adoro Bolos, o seu mais recente álbum a solo, extravasou irreversivelmente para a consciência pública — e o quão diferente teria sido sem o músico.
Depois de concertos pelo mundo, na China e em Macau, o artista toma de assalto o Coliseu dos Recreios nesta quinta-feira (ocasião em que disponibilizará para venda uma caixa que reúne em CD a sua discografia). A 27 de Dezembro, repete a dose no Theatro Circo, em Braga. O Rimas e Batidas foi até Belém para dialogar com o cantor e produtor, que nos prometeu um espectáculo renovado e música nova para Janeiro.
Ainda não podes suspirar de alívio, mas já podes inventariar a roda-viva que foi o teu 2019. Foram mais dias a sentires-te “merda mal cagada com tintura de iodo, ranho e unhas” ou mais aqueles foi “fruto e semente da vida numa só lua”?
[risos] Ya, a segunda opção. Acho que sim. Em Novembro, bati uma beca mal, mas de resto foi tudo bué fixe.
Presumo que muito disso tenha tido a ver com a música.
Sim, claro que sim, e o byproduct disso tudo também, obviamente: os sítios a que eu fui, as pessoas que eu conheci, claro que sim. E agora, a ida à China curou-me bué, deu um efeito curativo. Antes disso, não ‘tive muito fixe, também porque já estávamos nos preparativos do Coliseu e, no início, custa sempre muito mais a arrancar, mas depois fui à China e ‘tá tudo bem.
Podemos já começar por aí: esses concertos foram falados com alguma ardência em Portugal.
Foi bué fixe, na realidade, sabes que isto estava envolto originalmente numa tour um bocadinho mais extensa. Acabámos por perder algumas datas por razões díspares: perdemos a de Hong Kong por causa dos confrontos que ‘tão lá agora, perdemos a do Japão eu acho que foi por causa do tufão também na altura, porque era logo no início do mês. E embora eu tenha ficado um bocado triste por não ter conseguido fazer a tour toda, só à China continental e a Macau, já foi “whoa, wow, okay”, fez-me sentir “ya, não ‘you assim tão maluco’”. ‘Tás a ver, “I was right“. Há uma maneira de ser que não tem que passar por seres uma velha que ‘tá assim de braços cruzados a olhar para o pessoal mais novo e a ser hater.
As audiências já eram sensíveis à tua música? Que energia sentiste?
A energia dos concertos foi bué boa: de Zhuhai, não estavam quase ocidentais nenhuns, ‘tavam mesmo só chineses. Por não termos o factor língua, acabou por ser um acontecimento só mesmo baseado na música em si, o que foi… Imagina, validou-me bué a nível musical, eu pensei whoa, as pessoas podem efectivamente estar concentradas e a curtir um show meu e numa vibe bué boa, sem sequer saberem o que é que é kizomba, sem sequer saberem o que é que é alguma palavra daquelas que eu estou dizer. Isso encheu-me bué. E depois em Macau, foi mais portugueses também, uma mistura boa, e pessoal de Hong Kong, que deu uma demographics fixe, fiquei, “whoa”, parecia um show na ZDB ou na Musicbox.
E não gastaste nenhuma fortuna em memorabília de Doraemon?
Não, felizmente, porque também não havia assim muitas coisas. Felizmente para mim, senão tinha largado lá uma ganda nota. [uma turma de crianças do pré-escolar, com batas e de mãos dadas em pares] Oh, meu Deus! Lindíssimos.
Vieram-nos abençoar. Não pensas que estes putos provavelmente já não vão receber a magia do Doraemon?
Eles vão receber, eu acho. Com sorte, eles vão estar inseridos numa post-culture, onde tu já não cedes a tanto ruído, e já sentes que podes realmente conhecer tudo o que tu quiseres, sem ter que ir para a opção mais imediata, sem ter toda a gente que gostar da mesma coisa — at least I hope.
Sim, mas talvez já não consigam a dobragem em espanhol, o que é desolador.
Isso sim, sim, sim, isso sim — a “desbootlegização” das coisas é muito triste.
Por falar nisso, quando anunciaste o bundle das edições físicas [dos teus primeiros três discos], eu li aquilo com um punhado de desconfiança. O mesmo Conan que respondeu a um fã que queria oferecer o Adoro Bolos ao namorado, sugerindo-lhe que gravasse um CD-R e desenhasse nele uma foca bebé.
Fui e eu continuo a ser, though, porque imagine: aquele bundle ‘tá so disponível no Coliseu; fora disso, é um bocado difícil encontrares — ou, pelo menos, por enquanto — e, well, you can always do that na mesma. I stand by that ainda. Eu acho que isso do CD da foca vai sempre ser um dos marcos da minha vida, porque, geralmente, eu dou essas sugestões ao pessoal, mas o pessoal nunca faz, e esse bacano fez mesmo isso e eu fiquei, “okay, tá tudo”.
Um momento icónico. Vamos recuar àquilo que te aconteceu este ano — e nem é preciso ir além-fronteiras para perceber o manancial de coisas que fizeram o teu 2019. Não só a ver com o debate da tua música, que continuou — o ano passado tiveste o Rui Miguel Abreu a fazer isso, este ano o Vítor Rua a dissecar cada nervo das composições. A tua obra chegou a outro palco, o da Festival da Canção, e a imprensa nacional deve ter gasto mais tinta contigo do que com a guerra do Sudão. Muito disso foi muito ódio…Thank you!
Muita bílis sem razão de ser.
Mas imagina: se eu for um tipo para as pessoas deitarem para fora e se essa bílis não cair em cima de outras pessoas mais inocentes, eu tenho costas para essa bílis toda, e depois vou tomar banho e fica tudo fixe. Portanto, se mandaram bílis fora, fixe para as outras pessoas que não apanharam com ela, sabes?
Mas uma coisa que eu discutia muito quando recebíamos essa reacção em tempo real, porque és um senhor do underground que explode de repente — é aí que Portugal acede ao raro artista, principalmente em homens, que assumem uma energia queer e que vêm para ali com tudo. Na verdade, pensei que isto não dizia muito sobre o Conan, mas da tacanhice das pessoas.
Eu sinto [isso] efectivamente em todas as facções; todas as categorias que possas encaixar-me, elas dizem sempre muito mais sobre a pessoa que está a fazer essa dissertação do que sobre mim próprio. Pá, é literalmente isto. Imagina: a TSF convidou-me agora para fazer uma playlist e eu fi-la, e you gotta always expect the unexpected — comigo podes confiar que vai ser sempre uma cena que podes não ‘tar muito à espera, a menos que me conheças bem, aí já ‘tás à espera que seja uma cena inesperada, mas de resto, you’re gonna have a hard time.
Temos que nomes na playlist?
Temos Noite & Dia [cantora angolana de kuduro]…
E já cantaste com a Noite & Dia.
E cantei com a Noite… wow, como é que sabes isso? Foste a única pessoa que me falou disso, what the fuck, ya? E isso foi um dos momentos… eia, não quero ‘tar a ser ingrato, mas isso foi um top três dos momentos do meu ano, excuse me. Para quem me conhece e sabe o que é que é a Noite & Dia para mim, o que é que isso vale na minha cultura, sabe que eu, tipo, ‘tive a morrer. E vou-te dar ganda juice: eu fiz um videoclipe com a Noite & Dia, logo no dia a seguir da Casa Independente, só que ainda não saiu, e não sei quando vai sair, mas deve estar quase.
Outro momento que se deve ter aproximado foi com a Eleni Foureira na passadeira vermelha da Eurovisão.
Ya, oh pá, mas é assim: a Eleni Foureira, embora eu curta dela, é aquela base; não ‘tá tão entranhada na minha genética como a Noite & Dia.
Mas não tem tanto que ver com isso, é mais sobre a TV 7 Dias, que noticiou isso com o título “Conan Osiris mostra pernoca atrevida”
[gargalhada] Ai, isso é amazing, caralho. Eu nunca vejo nada dessa press — nem dessa nem de nenhuma! Isso é brutal, isso é incrível.
Considerando um público português desabituado a artistas queer, a comparação que fizeram entre ti e Variações tem subjacente um raciocínio básico. Achas que ocupaste esse lugar no imaginário das pessoas?
Não, não, não. Para o bem e para o mal, há bué lugares e, imagina, não há um lugar de uma cena. Tu tens os lugares sempre a rodar, tens as atenções sempre a rodar e tens lugares que vão sendo criados. OK, tens lugares que têm mais destaque do que outros, mas isso também passa um bocadinho pela tua linguagem e pel’aquilo que tu ‘tás a dar em termos culturais e isso, pá, é indissociável.
Se ‘tás a fazer um produto com uma importância cultural pesada, vais ter um lugar mais destacado, period. [No fundo, uma educadora infantil começa a cantar “Não Te Deixes Vencer” das Just Girls.] Mas não sinto que tenha tomado algum lugar que já tenha existido, ever.
Entendo — e, peço desculpa, distraí-me com o “‘bora lá, és capaz, tu não vais desistir”.
Ahh, eu não ouvi, infelizmente. [Ambos começam a cantar “Bora lá, és capaz”.] Wow, amazing.
Chegas à Eurovisão com um certo rótulo de artista bizarro, diferente — e jogas com isso. A Eurovisão é vista, principalmente na comunidade LGBT, um espaço seguro, de seres quem tu és, mas aquilo que se vê é uma energia queer muito sanificada, limpa, branca.
Na realidade, queria um bocado ignorar esta parte da Eurovisão, já ‘tou bué tipo assim… eh, ya, podemos falar, mas, pff, ‘tou-me já bué a cagar. Mas ya, é uma cena super pasteurizada, claro que sim. Ainda por cima por ser no lugar onde foi.
Regressas ao Musicbox para actuares no MIL — uma sala suadíssima, apertadíssima, em que já não se admitia mais pessoal. Como foi voltar?
Pá, foi brutal. Sabes que eu não me lembro — eu acho que não tive os meus músicos nesse show, pois não? Não, não tive, era eu e o João. Eu curto do Musicbox para tocar, mas, por alguma razão, não consegui levar o Sunil Pariyar — acho que era porque eles não estavam cá, então senti um bocadinho falta dessa parte de tocar em Lisboa sem ser com um formato que eu já fiz. Na realidade, eu tinha tocado no Musicbox, mas o João também não ‘tava cá nessa altura, eu toquei efectivamente sozinho no Musicbox, o que também foi brutal, mas, ya, senti falta de levar ao MIL um formato um bocadinho mais extenso.
Se calhar, foi uma das tuas últimas oportunidades para fazer um espaço tão pequeno…Well, I can always go back.Não será complicado em termos de logística?
Acho que não, não. Nem que se faça um Musicbox de seis em seis meses, não é por aí.
Mas agora, de facto, deste o salto e vais fazer um Coliseu.
Ya!
Como foi chegar a esse ponto?
Imagina, eu não queria fazer com música velha, mas, ao mesmo tempo, faz todo o nexo fazer com música velha. Faz todo o nexo chegar a um sítio que é visto socialmente como “whoa, uma estrela Michelin”, com o trabalho que eu fiz sozinho — o trabalho que eu fiz na loja, que é por isso que o bundle chama-se Músicas do Tempo da Loja. Então, pensei, “whoa, eu tenho que honrar isto”. Não posso olhar para isto como uma cena “bué boring, ‘tou farto de cantar as mesmas músicas, huuuh”. Não, acalmei a passarinha e pensei, “wow, acalma-te, isto é para fechar um círculo”.
Se o concerto é associado a essa era, é no sentido de uma victory lap ou de um velório?
É as duas, actually. Ya, porque é uma coisa que eu quero fechar — pá, ‘tou um bocadinho farto, já há dois anos que ‘tou a cantar as mesmas músicas, claro que há pessoas que andam há cinco anos a cantar as mesmas merdas, e eu vou… Não quer dizer que não vou nunca mais cantar coisas antigas, claro que sim, mas eu quero uma setlist nova, eu quero música nova, eu quero merdas novas, e ‘tou a montar o show do Coliseu com bailarinos já nesse sentido, porque quero step it up, então, é isso.
Mas ainda com o João Reis Moreira?
Com o João também, mas com outros bailarinos.
A primeira vez que te vi foi no Bons Sons — foi uma coisa sensacional, toda a gente hipnotizada às tantas da manhã…
E com o palco todo a abanar e eu a perder a munição porque o CDJ ‘tava a abanar e a desligar-se.
Isso estava a acontecer? Não se notou absolutamente nada.
Isso ‘tava a acontecer, só que eu sou ganda palhaço e, ya, consegui fazer com que não se percebesse muito bem.
Uns meses depois, quando já começavas a solidificar a tua vida de estrada, já começava a ouvir alguns comentários sobre o formato de duo — o dinamismo entre ti e o João — que funciona em palco como uma coisa que tinha um prazo de validade, que se ia esgotar muito rapidamente. Achei isto um pouco derrotista e precoce…
Sim, é um bocado redutor.
Ao mesmo tempo, queria saber se não te sentiste fatigado disso depois de algum tempo.
Não, opá, embora essa análise seja um bocado redutora, porque é assim: imagina, ‘tando eu com ele sozinho significa que ‘tamos a fazer sempre coisas em freestyle. Obviamente que alguns dias a energia vai ser mais fixe e outros a energia vai ser mais podre e vamos dar-lhe menos e vamos dar-lhe mais, isso é random. Agora, podes ter a certeza que dá muito menos trabalho ter tudo coreografado do que fazer um show de uma hora em freestyle, sem dúvida, não tenhas nenhuma dúvida disso. Portanto, em termos de ser challenging, é muito mais challenging ser em freestyle e ser esse formato de eu e o João — e eventualmente o Sunil Pariyar ou whatever.
Mas claramente que eu, visualmente e em termos de momento, quero ter mais gente. Mas claramente que também não vou ter oportunidade de ter essa gente toda sempre, a menos que tenha uma máquina um bocadinho mais assente noutro tipo de rims.
Penso nunca ter ouvido ninguém queixar-se da qualidade. Mas é um pouco como provar a doçaria do Norte: é sempre excelente, mas ao décimo-quinto doce, poderás querer algo mais do que só ovos e amêndoa.
Claro, claro que sim, e isso é super legítimo; aliás, começando em mim. Eu sou a primeira pessoa que quer ter um show diferente, ou outros tipos de shows diferentes. Sei lá se, daqui a três meses, não vou fazer um show onde nem sequer existe o João e sou só eu com uma flor de cristal a andar à minha volta que é uma cena 3D. You just never fucking know, ‘tás a ver? A cena é essa.
Está a ser desafiante fazer este auto-descrito “formato arena”?
‘Tá, ‘tá, ‘tá! Mas, lá ‘tá, como ‘tava-te a dizer, denoto que ficas com menos trabalho, porque, a partir do- tens o trabalho de desenhar as coreografias que desenhei, mas a partir do momento em que elas ‘tão aprendidas, a música começa e nós ‘tamos a fazer [faz mímica de uma coreografia com os braços] e a cantar ao mesmo tempo, não sei quê. É muito menos fatigante do que ‘tar com o teu cérebro conectado ao teu corpo a pensar o que é que vais fazer na altura e não sei quê, não sei que mais, e acabas por te cansar bué, e depois vocalmente já ‘tás um bocado cansado e depois ‘tás a dançar…
Um formato estrela pop, à videoclipe, mais…Safe. E, visualmente, é muito mais sustentável. É muito mais… consegues mudar tudo com uma ligeira peça de roupa que mudas, ‘pá — ya, esquece, mais gente, mais figura, mais…
E estás a trabalhar ainda com o Rúben Osório nos figurinos?
Sim, sim, sim, mm-hm, estamos a fechar isso ainda também.
Podemos esperar uma grande cena?Hold on to your fucking ass.E também vais ao Theatro Circo — o pessoal tem falado do Coliseu, mas depois não fala de Braga…
Eu tento falar sempre do Theatro Circo, sim, coitado.
Devia-te ter questionado há pouco sobre os três discos que vão estar agrupados no bundle: o que é que retiras, ou qual é a lição principal de cada um — Silk, Música, Normal e Adoro Bolos — que queres guardar para o que virás a fazer, para a tua experiência?
Ya, essa pergunta é fixe. É, tipo, imagina: sinto que o facto de eles estarem os três juntos legitima o facto de eu poder fazer qualquer uma das músicas que ‘tá ali de novo. Imagina, se eu quiser, amanhã, lanço uma música que é só um instrumental, sabes? E sentir esse conforto é bom para mim, é validante para mim, porque significa que eu não deixei de ser nenhuma daquelas eras, que eu não deixei de ser nenhuma daquelas linguagens, não deixei de ser nada daquilo, simplesmente agora ‘tou mais pronto e mais savvy para fazer aquilo de uma forma melhor.
Porque, ao mesmo tempo que é história, é cultura, é whatever, também tem bué erros e bué falhas, e eu próprio não consigo ouvir montes de cenas, minhas antigas, porque simplesmente eu já não canto assim, simplesmente já não faria aquilo assim, etc.
Não consegues ouvir [o Adoro Bolos] de uma ponta à outra?
Não consigo ouvir, porque eu já não canto assim. Eu não canto daquela forma, já noto falhas, já vejo bué da cenas — tudo tecnicamente, claramente, não ‘tou falar esteticamente, ‘tou a falar mesmo tecnicamente. Sinto-me… errrgh, sabes? Mas, ao mesmo tempo, não quis regravar — ainda pensei em regravar os vocals, mas não quis fazê-lo, porque é a mesma coisa que teres um quadro e ires restaurar e depois ficar mais sintético e mais podre e perder o grão e whatever. Quero pôr aquilo para fora assim conforme nasceu.
E o que me podes dizer sobre o próximo ano?
Posso-te dar uma hint que vai sair música… em Janeiro.
Já é mais do que a descrição vaga que eu esperava.
‘Tás com sorte, porque só soube disto ontem, também.
Suponho que graves o material e depois tenhas de estar sujeito a esperar…
Não, quando a música é inteiramente minha, não.
Ah! ‘Tou-te a perceber.
Adeus. Shut the fuck up. [risos]